Gustavo Werneck

O investigador William de Almeida Alves esteve no local e disse que os corpos foram encontrados nos dois dias, em local de dif�cil acesso, sendo necess�rio apoio de equipe de bombeiros para transport�-los. Ontem mesmo foram encaminhados ao Instituto M�dico Legal (IML), em Belo Horizonte. A pol�cia foi chamada no primeiro dia por um funcion�rio do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG, antigo Cefet), que vistoriava a esta��o de abastecimento e sentiu o forte cheiro de material em decomposi��o. O segundo corpo foi encontrado por um funcion�rio do parque, vinculado ao Instituto Estadual de Florestas (IEF).
De acordo com a delegada, n�o h� sinais de viol�ncia nos corpos ou ind�cio de roubo. A suspeita de que os dois sejam chilenos est� na mochila encontrada ao lado do corpo de Alfredo, que continha documentos, inclusive uma carteira de idoso expedida pela Prefeitura de Tiradentes, na Regi�o do Campo das Vertentes, e do metr� de Santiago do Chile; notas em real e peso (moeda do Chile); m�quina de calcular; um caderno semelhante a um di�rio, estragado pela �gua, mas com indicativo da viagem a Minas; celular, que tamb�m ficou molhado, e outros objetos.
Um detalhe que chamou a aten��o da delegada Larissa e do investigador William � um grande n�mero de pedras preciosas encontradas na mochila, que foram encaminhadas para per�cia. “N�o sabemos ainda a causa, pode ter sido um acidente, uma queda nas pedras, ou que os dois homens tenham sido arrastados pela chuva”, disse a delegada. A outra mochila estava aberta e vazia, e os pertences, segundo Larissa, podem ter sido arrastados pela chuva. Na Delegacia Regional de Ouro Preto, outros investigadores n�o descartam a possibilidade de que a dupla tenha sido atingida por raio, que atinge frequentemente a regi�o.
�LTIMO CONTATO Outra forte suspeita de que os corpos sejam de dois chilenos, que, no momento do poss�vel acidente, estariam em �rea proibida � visita��o, est� ligada � ocorr�ncia registrada em 25 de novembro, por Ang�lica da Gl�ria Huaiqueche, residente em Tiradentes, filha de Alfredo. Ontem, ela era esperada em Ouro Preto para tentar o reconhecimento de roupas e cintos encontrados no corpo de uma das v�timas. Ang�lica revelou � pol�cia que o �ltimo contato com o pai, via telefone celular, ocorreu em 6 de novembro.
Os corpos foram encontrados sobre pedras, distantes mais de 200 metros um do outro, � beira de um c�rrego, o que levou o Servi�o Municipal de �guas e Esgotos (Semae) a expedir comunicado tranquilizando a popula��o de Ouro Preto a respeito do consumo. J� o IFMG divulgou nota relatando que um dos corpos estava pr�ximo ao manancial que abastece a sua unidade de ensino. Dessa forma, foi suspenso o consumo de �gua e os funcion�rios do �rg�o que est�o trabalhando, mesmo em per�odo de f�rias dos alunos, est�o bebendo �gua mineral. Mesmo assim, moradores do Pocinho est�o preocupados. Na casa de Braz e Marta da Silva, s� entra �gua mineral para beber e cozinhar. “Estamos tristes com as mortes e preocupados, pois ningu�m veio ao bairro para esclarecer a situa��o. A gente fica com medo e por isso compra o produto”, disse Marta.