Homem que ficou preso injustamente vai entrar com a��o por danos morais

"Durante os dias que eu estava l�, s� chorava. � muito ruim pagar por um crime que voc� n�o cometeu. O que fizeram comigo � uma covardia”. Esse � o sentimento de Jos� Donizetti Martins, de 59 anos, que ficou 10 dias preso injustamente em Lavras, na Regi�o Sul de Minas Gerais. A advogada do homem, Josilaine de Souza Abreu Campos, afirmou que vai entrar com uma a��o contra o Governo para pedir indeniza��o por danos morais.

O aposentado foi preso em 29 de dezembro depois de ir ao Banco do Brasil para retirar um extrato da conta banc�ria. Ao analisar o documento, notou um saque indevido de R$ 1 mil. Ele procurou a gerente da ag�ncia que o orientou a fazer um boletim de ocorr�ncia. Jos� Donizetti foi at� a delegacia, e acabou surpreendido com a not�cia de que havia um mandado de pris�o expedido em nome dele por latroc�nio (roubo seguido de morte) e furto. "Levaram ele direto para a penitenci�ria. A fam�lia me ligou logo depois. No primeiro momento eu pensei que era um caso de hom�nimo, mas depois estudando o processo, percebi que o erro era mais grave", afirma a advogada.

A situa��o ocorreu, conforme a advogada, depois que um criminoso utilizou documentos extraviados de Jos� Donizetti Martins para se apresentar � pol�cia. O processo todo correu com o nome de Jos�, que de Lavras, n�o sabia de nada. Em 2010 a Pol�cia Federal de Varginha foi at� a casa do aposentado para realizar o exame papilosc�pico, para fazer confronto das impress�es digitais. O procedimento � realizado para conferir se h� duplicidade de nomes.

Na �poca ficou comprovado que o criminoso que estava preso em Contagem, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, utilizava o nome indevidamente e o pr�prio detento revelou � Justi�a sua verdadeira identidade. No entanto, quando fugiu da cadeia, o mandado de pris�o foi expedido em nome de Jos� Donizetti Martins.

A demora para a soltura do aposentado se deu por causa do recesso judici�rio de final de ano. Por isso, s� foi solto no dia 07 de janeiro. "Foi o pior r�veillon da minha vida. Minha fam�lia est� muito abalada. Espero que Deus me d� um bom ano depois de tudo que vivi", afirma Martins. A fam�lia j� se sente aliviada, mas ainda aguarda uma posi��o do judici�rio. "S� queremos que a Justi�a seja feita, � o que o Jos� merece", disse S�rgio Martins, irm�o de Jos�.

A advogada do aposentado estuda casos semelhantes para entrar com o processo por danos morais na justi�a. "Vamos agir r�pido, entrar com o processo o quanto antes", afirma Josilaine Campos.