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Estado de Minas

Seca prolongada e risco de desabastecimento amea�am carnaval em cidades mineiras

Estiagem obriga Oliveira, no Centro-Oeste, a cancelar a folia. Outros munic�pios podem fazer o mesmo. Ouro Preto adota rod�zio de abastecimento e j� se prepara para uma festa sem �gua


postado em 21/01/2015 06:00 / atualizado em 21/01/2015 11:07

"Estamos com medo de que essa situa��o continue. N�o gosto nem de pensar em viver assim, sem �gua", S�lvio Lopes, que sofre com a seca em Amarantina, distrito deOuro Preto que enfrenta situa��o mais cr�tica (foto: FOTOS: EULER J�NIOR/EM/D.A PRESS)

A seca prolongada e o risco de desabastecimento de �gua j� comprometem a festa mais popular dos mineiros. A menos de um m�s do carnaval, a folia foi cancelada em Oliveira, na Regi�o Centro-Oeste, uma decis�o dr�stica que pode ser adotada tamb�m por mais munic�pios onde o carnaval � tradicional, como a vizinha Itapecerica, que definir� hoje se manter� a festa. Ouro Preto, uma das cidades que mais recebe foli�es de outros estados, j� se prepara para um carnaval sem �gua, caso n�o chova nos pr�ximos dias. Enquanto isso, a prefeitura come�ou um sistema de rod�zio para abastecimento nos bairros.

O cancelamento do carnaval de Oliveira foi decidido na noite de ter�a-feira, durante reuni�o do prefeito Jo�o Batista de Sousa (PTB) com representantes do Poder Judici�rio, Pol�cia Militar, Minist�rio P�blico e C�mara Municipal. O munic�pio tem 41 mil habitantes e chega a receber 15 mil turistas para a folia.  O secret�rio municipal de Cultura, C�ssio Silva, afirma que a vaz�o do rio que abastece a cidade est� muito baixa, pior do que no ano passado. Em 2014, faltou �gua durante o carnaval. “A cidade j� come�ou a fazer rod�zio de �gua nas casas.

Cidade que promove um dos maiores carnavais do interior de Minas, Ouro Preto j� vive situa��o dram�tica. Por causa da seca e das altas temperaturas, o munic�pio da Regi�o Central do estado adotou um esquema de rod�zio de �gua nos bairros. A a��o emergencial pretende manter o abastecimento regular e igualit�rio entre as regi�es altas e baixas. O Servi�o Municipal de �gua e Esgoto (Semae) criou uma escala de fornecimento e pediu a conscientiza��o da popula��o para economizar �gua.

Segundo o Semae, o rod�zio � comum na cidade por causa da irregularidade de distribui��o, principalmente para alcan�ar bairros nas partes mais altas. No entanto, a situa��o foi agravada pelo baixo n�vel de �gua nos reservat�rios, o que dificulta a capta��o. Conforme o �rg�o, a medida � para evitar um racionamento extremo na cidade e n�o h� previs�o para encerramento do rod�zio. O �rg�o informou que nascentes e rios de Ouro Preto est�o secando com velocidade muito grande e n�o h� perspectiva de chuva para os pr�ximos dias, o que piora a situa��o.

Para o carnaval, o Semae ainda n�o conseguiu montar um plano especial, por causa das dificuldades atuais. O servi�o est� operando em esfor�o m�ximo para capta��o e distribui��o, mas, segundo o �rg�o, se n�o chover nos pr�ximos dias, vai faltar �gua nos dias de folia, quando a chegada de turistas aumenta a demanda.

Ver galeria . 14 Fotos Represa Serra Azul, terceiro maior reservatório de abastecimento de água de BH está em situação crítica Beto Novaes/Em/DA Press
Represa Serra Azul, terceiro maior reservat�rio de abastecimento de �gua de BH est� em situa��o cr�tica (foto: Beto Novaes/Em/DA Press )


Os bairros Bauxita, Saramenha e arredores s�o abastecidos todos os dias das 18h �s 12h. O Alto da Cruz tamb�m recebe �gua diariamente entre as 7h e as 12h. Santa Cruz, Taquaral, Piedade e locais pr�ximos a essas �reas s�o abastecidos gradativamente nos dias �mpares. J� as comunidades de Santa Efig�nia, Padre Faria, Ant�nio Dias e regi�es vizinhas recebem �gua nos dias pares.

O fornecimento de �gua para os morros Santana, Queimada, S�o Sebasti�o e S�o Jo�o � feito das 18h �s as 7h. Nos demais bairros, por existir uma estrutura geogr�fica menos montanhosa, o sistema de abastecimento opera normalmente. Em casos pontuais, o fornecimento de �gua ser� realizado por caminh�es pipa. O Semae orienta a popula��o a fazer as tarefas que necessitam de consumo maior nos dias e hor�rios em que � h� abastecimento, para evitar a falta d’�gua.

 

"Para n�o ficar sem �gua, muita gente compra caixa d'�gua, p�e no ch�o e de l� bombeia para a caixa no telhado de casa", Delli Maria dos Santos, que tenta driblar a estiagem em Amarantina (foto: FOTOS: EULER J�NIOR/EM/D.A PRESS)

AMARANTINA TEM PIOR CRISE

 O distrito que enfrenta a pior situa��o em Ouro Preto � Amarantina. O Semae precisou montar um esquema especial de transfer�ncia de �gua da Esta��o Funil, em Cachoeira do Campo, para abastecer a popula��o que sofre com a falta de �gua, uma vez que a capta��o que atende o distrito secou. “As fontes de capta��o vinham diminuindo gradativamente e hoje (ontem) chegou a um n�vel alarmante”, informou o Semae, por meio de sua assessoria de imprensa.

Na �ltima semana, fam�lias inteiras ficaram dias sem �gua e foi preciso ter paci�ncia para lidar com a seca nas torneiras. At� mesmo quem mora a poucos metros da esta��o de tratamento do distrito sofre com o problema. Caso da dona de casa Belmira de Oliveira Lopes, de 48 anos, que enfrentou desabastecimento entre a quinta-feira da semana passada e a segunda-feira. “Somente na segunda � noite, � que a �gua voltou. Foi um transtorno”, lembra.

Para n�o ficar totalmente sem �gua, ela e o marido criaram regras na casa, que tem um reservat�rio de mil litros. “Os banhos diminu�ram e passaram a ser r�pidos e nada de lavar o piso”, conta Belmira. A roupa da casa tamb�m ficou sem lavar e somente algumas pe�as da m�e dela, que � idosa, foram para a m�quina. “Estamos com medo de que essa situa��o continue. N�o gosto nem de pensar em viver assim, sem �gua”, lamenta o marido dela, S�lvio Lopes. Ontem, durante o dia, tamb�m n�o havia �gua na torneira, o que assustava ainda mais a fam�lia, j� que a caixa d’�gua estava com n�vel abaixo da metade.

Uma das sa�das da popula��o para driblar o desabastecimento foi investir em mais um reservat�rio em casa, o que refletiu nas vendas em dep�sitos de material de constru��o. Dona de um desses estabelecimentos na cidade, Delli Maria dos Santos, de 57, conta que a venda de caixas d’�gua aumentou em 50% neste m�s em rela��o a per�odos normais.

Cansada de ter problemas com a quantidade e a qualidade da �gua no distrito, Delli montou, h� alguns anos, seu pr�prio sistema de tratamento e bombeamento de �gua. “O problema de abastecimento aqui � hist�rico. Depois que constru�ram a esta��o de tratamento, h� cerca de dois anos, eles diminu�ram. Mas agora voltou a falta �gua. Como j� havia me prevenido anos atr�s, n�o tenho problemas hoje. Mas precisei fazer um investimento muito alto e ainda pago manuten��o do sistema”, disse.

O Semae tenta agora conscientizar a comunidade de Amarantina para reduzir o consumo, porque a esta��o usada para levar �gua �s casas tamb�m ajuda a abastecer outras 22 regi�es da cidade hist�rica.


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