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Estado de Minas

Sobe para 26 o n�mero de munic�pios mineiros em estado de emerg�ncia por causa da seca

Em Vi�osa, na Zona da Mata, racionamento volta e desperd�cio ser� combatido com multa


postado em 22/01/2015 06:00 / atualizado em 22/01/2015 07:34

Nível reduzido da represa do Ribeirão São Bartolomeu, em Viçosa, causou racionamento(foto: NATÁLIA RODRIGUES/SAAE )
N�vel reduzido da represa do Ribeir�o S�o Bartolomeu, em Vi�osa, causou racionamento (foto: NAT�LIA RODRIGUES/SAAE )

A estiagem em plena �poca de chuvas castiga Minas Gerais. Subiu para 26 o n�mero de munic�pios que decretaram estado de emerg�ncia por causa da seca. At� 26 de dezembro, conforme revelou o Estado de Minas, eram 10 cidades que haviam entrado em emerg�ncia depois de novembro. Agora, a estimativa � de que a quantidade vai aumentar, diante da previs�o de chuvas insuficientes para os pr�ximos dias. Enquanto isso, a popula��o sofre com a falta de �gua e muitos preju�zos. A �ltima cidade a solicitar ajuda estadual e federal para enfrentar a seca foi Vi�osa, na Zona da Mata. Na ter�a-feira, al�m da situa��o de emerg�ncia, o munic�pio de 72 mil habitantes retomou o racionamento de �gua e vai multar quem desperdi�ar.

O Servi�o Aut�nomo de �gua e Esgoto (Saae) de Vi�osa voltou a adotar medidas dr�sticas. O “fiscal do desperd�cio de �gua” vai coibir excessos. Ser� disponibilizado o n�mero de telefone (31) 3892 6000 para que qualquer pessoa denuncie quem estiver desperdi�ando �gua, como lavar cal�adas e ruas. Um fiscal ir� ao endere�o para fazer o flagrante e aplicar a penalidade. O infrator vai pagar multa, cujo valor ser� divulgado hoje pelo Saae.

A prefeitura tamb�m proibiu, durante o per�odo cr�tico da estiagem, o uso de �gua fornecida pelo servi�o p�blico para lavagem de carros em postos de combust�veis e lava a jato. Os estabelecimentos que desobedecerem ser�o multados. Moradores e comerciantes est�o proibidos tamb�m de regar jardins e plantas, encher ou esvaziar piscinas, lavar quintais, telhados, paredes, calhas, garagens e ve�culos.

A Prefeitura de Vi�osa imp�s o racionamento por causa do baixo volume da represa do Ribeir�o S�o Bartolomeu, que abastece 70% da popula��o local. Em condi��es normais nesta �poca do ano, a vaz�o do S�o Bartolomeu deveria ser de 300 litros por segundo, mas, ontem, era de apenas 40 litros por segundo, obrigando o Saae a reduzir em mais da metade o volume captado para o abastecimento da cidade, que era de 100 litros por segundo.

Ainda por conta da estiagem, o munic�pio j� enfrentou o racionamento entre outubro e o in�cio de dezembro de 2014. Agora, a prefeitura dividiu a cidade em seis regi�es. De segunda-feira a s�bado, uma das regi�es n�o recebe �gua – neste caso, somente no domingo, o fornecimento atende todo o munic�pio.

PREJU�ZO Outra cidade que decretou emerg�ncia por causa da seca � Bras�lia de Minas, no Norte do estado. O Rio Paracatu, onde � feita a capta��o de grande parte da �gua consumida pela popula��o, “cortou” (teve o curso interrompido). A situa��o n�o � mais cr�tica por causa do uso de po�os tubulares para o abastecimento de parte do munic�pio.

 “Mas, se a seca continuar, vai faltar �gua na cidade”, afirma o secret�rio de Agricultura e Meio Ambiente, Marcos Paiva Queiroz, lembrando que cerca de 80 fam�lias da zona rural do munic�pio est�o sendo atendidas por caminh�o-pipa. Por causa do sol forte, 100% das lavouras de milho e feij�o de Bras�lia de Minas est�o praticamente perdidas, quadro que se repete em quase todo Norte de Minas.

O secret�rio disse que � a primeira vez que a cidade entra em estado de emerg�ncia em janeiro por causa da seca. Das outras vezes, foi por conta dos estragos da chuva. Em 2012, por exemplo, o Rio Paracatu inundou casas e estabelecimentos comerciais no Centro de Bras�lia de Minas.

Montes Claros, tamb�m no Norte de Minas, est� em emerg�ncia desde 16 de dezembro, por causa dos danos provocados pela estiagem prolongada na zona rural do munic�pio, onde lavouras foram destru�das e quase todos os rios e c�rregos secaram. Pequenos agricultores dependem de caminh�o-pipa. Segundo o coordenador de Defesa Civil do Munic�pio, de outubro at� agora, choveu 276,6 milimetros no munic�pio, enquanto o volume aguardado para o per�odo era de 700 mil�metros.

O sol impiedoso destr�i planta��es e tira o dono de pequenos agricultores, como Geraldo Rocha Zuba, de 52 anos, pai de cinco filhos, morador da comunidade rural de Me Livre. Ele plantou milho, feij�o e mandioca e“nada vingou”. “O calor � de matar. Os animais est�o magros e se Deus n�o tiver piedade, nem sei o que ser� de n�s”, diz. Mas ele n�o perde a esperan�a.

Morador da mesma comunidade, o agricultor Jos� Geraldo Dias, de 58, pai de tr�s filhos, confessa que, ao longo da vida, nunca viu uma seca “t�o braba”. Enfrentar uma estiagem em pleno per�odo que seria chuvoso o faz pensar no “fim dos tempos”. “Nunca vi isso na vida. Se n�o chover logo, a gente vai ter que se preparar para os fins dos tempos”, diz.

Ver galeria . 14 Fotos Represa Serra Azul, terceiro maior reservatório de abastecimento de água de BH está em situação crítica Beto Novaes/Em/DA Press
Represa Serra Azul, terceiro maior reservat�rio de abastecimento de �gua de BH est� em situa��o cr�tica (foto: Beto Novaes/Em/DA Press )


EMERG�NCIA

Vinte e seis munic�pios mineiros j� decretaram situa��o de emerg�ncia por causa da estiagem desde novembro de 2014

Berizal
Bonito de Minas
Bras�lia de Minas
Carmo de Minas
Cora��o de Jesus
Francisco Badar�
Francisco Dumont
Gameleiras
Guaraciama
Japonvar
Jequitib�
Jord�nia
Josen�polis
Juven�lia
Monte Formoso
Montes Claros
Novo Cruzeiro
Pirapora
Ponto dos Volantes
Santa Maria do Salto
S�o Jo�o das Miss�es
S�o Jo�o da Ponte
S�o Jo�o do Pacu�
Setubinha
Riachinho
Vi�osa

Seca causa prejuízos na zona rural de Montes Claros, onde lavradores perdem plantações e animais morrem de sede(foto: Danilo Evangelista/Esp. EM/DA Press)
Seca causa preju�zos na zona rural de Montes Claros, onde lavradores perdem planta��es e animais morrem de sede (foto: Danilo Evangelista/Esp. EM/DA Press)


Pa�s j� tem 937 munic�pios em emerg�ncia


Bras�lia – A cada dia que n�o chove, a crise h�drica ganha corpo pelo pa�s, afetando a vida da popula��o, das empresas e da j� abalada economia brasileira. Neste ano, 37 munic�pios tiveram o estado de emerg�ncia por seca reconhecido pelo governo federal, 36 s� ontem em Alagoas, totalizando 937 no pa�s, segundo o Minist�rio da Integra��o, que admite tamb�m que h� muitos pedidos de emerg�ncia em an�lise.


A maioria dos prefeitos n�o declara racionamento por quest�es pol�ticas, dizem especialistas. A Companhia de Saneamento B�sico do Estado de S�o Paulo (Sabesp), por exemplo, informou que n�o h� racionamento nos 364 munic�pios que opera. O que existe � um problema de abastecimento causado pelas “altas temperaturas e consequente aumento de consumo”, que reduziram o n�vel dos principais reservat�rios.

A crise h�drica � um problema n�o apenas do Brasil. Ela � o primeiro item no ranking de riscos globais de 2015, segundo o F�rum Econ�mico Mundial. Como os dados s�o muito dispersos, especialistas t�m dificuldade para calcular o impacto do racionamento de �gua na economia. No entanto, h� um consenso de que as perdas n�o s�o pequenas no pa�s. “Sabe-se que o racionamento vai afetar o PIB da agricultura e o da ind�stria, mas existem outros fatores concorrendo tamb�m porque a economia j� est� fraca”, explica a professora da Escola de Administra��o P�blica da Funda��o Getulio Vargas (FGV/EBAPE) Marilene Ramos.

“A crise est� se agravando e pode levar muitas empresas a reduzirem suas atividades por falta de �gua. Mas h� um lado positivo nisso tudo que � o aumento da busca de alternativas, como o reuso e a conscientiza��o das pessoas de que a �gua tratada � um bem caro e n�o � abundante”, destacou.

O economista Silvio Campos Neto, da consultoria Tend�ncias, faz umas estimativas para o racionamento da energia. Ele avalia que um corte de 10% da carga poder� impactar em -0,8 ponto percentual do PIB, passando para -1,3 pp se esse racionamento for de 15%. Ou seja, a perda para o pa�s poder� oscilar entre R$ 44 bilh�es e R$ 77 bilh�es, dependendo do tamanho do ajuste. (Rosana Hessel e B�rbara Nascimento)

 


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