
A demora na instala��o de energia el�trica agrava a situa��o de munic�pios na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte que sofrem os efeitos da seca prolongada. A queixa foi apresentada durante encontro, na tarde dessa segunda-feira, entre 34 prefeitos e o governador Fernando Pimentel (PT) para tratar do plano de redu��o do consumo de �gua em 30%, a fim de evitar racionamento nos pr�ximos tr�s meses. O secret�rio de estado de Transportes e Obras P�blicas, Murilo Valadares, atribuiu o problema � falta de integra��o entre a Cemig e a Copasa. “Muitas vezes, o prefeito do interior tem po�o artesiano, mas n�o � ligado”, disse.
O secret�rio admitiu ainda que Esmeraldas tem a pior situa��o de abastecimento na regi�o metropolitana. “A cidade tem po�o artesiano que n�o capta devido � falta de integra��o. Tem po�o artesiano que est� cheio de �gua sem captar, porque a Cemig leva seis meses para colocar um poste”, afirmou.
Segundo ele, o governo discute a��es para viabilizar a integra��o entre as duas empresas. O prefeito de Vespasiano Carlos Murta, que foi o porta-voz do grupo, afirmou que essa foi um dos pontos apresentados no encontro. “A queixa maior � a Cemig, porque, �s vezes, n�o h� essa parceria com a Copasa. H� po�os artesianos que est�o desativados por falta de energia. A Cemig demanda um ano, dois anos para atender um chamamento”, criticou Murta.
A falta de abastecimento e a inexist�ncia de tratamento de esgoto em Rio Manso tamb�m foram discutidas no encontro. O munic�pio, onde fica o maior reservat�rios de onde � captada a �gua para a capital e regi�o metropolitana, sofre com problemas de abastecimento. De acordo com a prefeita Neide de Moraes Melo Lucena, os moradores de povoados recolhem a �gua diretamente do afluente. “A represa manda �gua e n�s ficamos sem. De tr�s povoados, dois pegam �gua no rio para sobreviver. N�o tem uma gota d’�gua”, disse. Devido � inexist�ncia de uma rede de esgoto no munic�pio, a prefeita fez at� uma amea�a. “Comentei com o ex-presidente da Copasa que vamos jogar o esgoto dentro do rio. Ningu�m faz nada por nosso munic�pio. O governador j� sabe de minha situa��o. Se eu n�o conseguir a rede de esgoto, vou [jogar]”, disse � imprensa. Quando questionada da possibilidade, a prefeita admitiu que era uma frase de efeito. Procuradas pela reportagem, a assessoria de imprensa da Copasa e Cemig n�o se pronunciaram sobre o assunto.
Obra s� no fim do ano
Murilo Valadares disse que a prioridade para resolver o problema do abastecimento ser� a obra que permitir� o abastecimento do Rio Manso com �gua captada no Paraopeba. “Se conseguirmos agilidade, rapidez e compet�ncia, vamos criar condi��es para que em outubro e novembro, j� possamos ter uma perspectiva de abastecimento do Rio Manso. A� sim, teremos tranquilidade na regi�o metropolitana”, comentou Valadares. Seriam transferidos 5 metros c�bicos por segundo.
O secret�rio afirmou ainda que n�o � poss�vel que a obra fique pronta em um prazo menor devido ao processo de licenciamento ambiental e � desapropria��o. Para agilizar, ser� feito um aditivo � parceria p�blico-privada (PPP) que j� existe. Segundo ele, um levantamento com investimentos para resolver os efeitos da crise no estado ser� apresentado � presidente Dilma Rousseff nas pr�ximas semanas. (MMC)