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Estado de Minas

Moradores de bairro na Regi�o da Pampulha sofrem com as torneiras secas

Depois de Buritis, Cai�ara e Castelo, Bairro Bandeirantes � mais um do Sistema Paraopeba a registrar falta de �gua constante


postado em 27/01/2015 06:00 / atualizado em 27/01/2015 07:43

Coordenadora de casa de repouso para idosos no Bandeirantes apelou a caixas d'água:
Coordenadora de casa de repouso para idosos no Bandeirantes apelou a caixas d'�gua: "Se a Copasa tivesse nos avisado, poder�amos ter nos preparado", reclamou Poliana Moreira (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)

Com torneiras secas desde s�bado, condom�nios recorrem a caminh�es-pipa, moradores de casas apelam a gal�es de �gua mineral e asilos d�o at� banho com toalhas umedecidas em idosos. A situa��o lembra uma cidade em racionamento, mas ocorre em pleno Bairro Bandeirantes, na Regi�o da Pampulha. Problemas semelhantes foram relatados na semana passada por moradores dos bairros Cai�ara (Regi�o Noroeste), Buritis (Oeste) e Castelo (Pampulha). Embora a Copasa afirme que n�o h� restri��o de fornecimento, os bairros t�m em comum integrar a lista de localidades abastecidas pelo sistema Paraopeba, o mais fragilizado dos grupos de mananciais da Grande BH. Para especialistas, medidas da Copasa para preservar o sistema est�o entre as poss�veis explica��es para as interrup��es nesses bairros. A empresa se limitou a informar que “alguns bairros apresentam intermit�ncias” por “diversos problemas no macrossistema” que abastece a Grande BH.

Segundo o mapeamento de distribui��o de �gua da Copasa, o Sistema Paraopeba, que � formado pelos reservat�rios Serra Azul, Vargem das Flores e Rio Manso, abrange as regi�es do Barreiro, Oeste, Noroeste, Pampulha, Norte, Venda Nova e parte da Nordeste. A diretora-presidente da Copasa, Sinara Meireles, considera a situa��o desses mananciais cr�tica e projeta que, se n�o chover muito e a popula��o n�o economizar cerca de 30% do consumo, dentro de tr�s ou quatro meses esses reservat�rios podem secar. Duas explica��es para as interrup��es de fornecimento nos bairros dessas regi�es, e que ainda n�o configuram rod�zio ou racionamento, s�o apontadas pelo professor do Departamento de Engenharia Hidr�ulica da UFMG Luiz Rafael Palmier como poss�veis motivos da falta de �gua. “Em S�o Paulo, por exemplo, a Sabesp tomou algumas medidas preventivas. Uma foi a redu��o da press�o de fornecimento, que afeta com menos �gua as �reas mais afastadas ou mais altas. Pode estar ocorrendo, tamb�m, uma redistribui��o do fornecimento e isso prejudicou alguns consumidores”, considera.

No Bairro Bandeirantes, h� queixas generalizadas sobre interrup��es de fornecimento sem aviso. Sem �gua desde s�bado, os 20 idosos de uma casa de repouso no Bairro Bandeirantes est�o sofrendo para ter higiene e al�vio nesse calor. Por causa da falta de �gua, os funcion�rios t�m de dar banho nos homens e mulheres usando toalhas umedecidas porque os chuveiros est�o secos. Muitos deles usam fraldas geri�tricas e precisam de uma higiene constante para n�o ter assaduras. “Se a Copasa tivesse nos alertado antes, poder�amos ter nos preparado para essa situa��o. Mas estamos fazendo tudo de emerg�ncia. Pra mim j� � racionamento”, disse a coordenadora da casa, Poliana Moreira. Ontem, foram 60 litros, hoje mais 40 litros de �gua mineral que compramos”, completou.

Para fazer frente � falta de �gua, at� a �gua da chuva tem sido coletada para limpar os espa�os comuns e quatro caixas d’�gua foram compradas para receber �gua de um caminh�o-pipa. “S� que a Copasa informou que para mandar caminh�o, tem de ir pessoalmente at� uma ag�ncia. Vou at� l� hoje (ontem), para ver se conseguimos um al�vio”, disse a coordenadora. Na Avenida Sic�lia, mesmo bairro, a especialista em moda V�nia Costa, de 55 anos, tem recebido gal�es de �gua constantemente para consumo e comprou tr�s mil litros de �gua de um caminh�o-pipa para abastecer sua casa. “Estava recebendo 12 crian�as de orfanatos para nadar na minha piscina, passar as f�rias se divertindo, mas tivemos de mandar todos de volta porque estavam sendo obrigados tomar banho com a �gua da piscina”, lamentou. Segundo V�nia, h� vizinhos vendendo �gua a R$ 10 o gal�o de cinco litros para outros moradores. “Achei isso um absurdo e, por isso, quem precisa pode pegar na minha casa � vontade. J� emprestei pela minha mangueira, outro vizinho pegou 1,5 mil litros, uma senhora que tem problemas na perna tamb�m mandou buscar”, contou.

Em queda

A crise no Sistema Paraopeba dever� ser longa, na avalia��o de especialistas. Os reservat�rios continuam esvaziando, mesmo com as chuvas de 70,8 mil�metros acumuladas neste m�s. De quarta-feira para ontem, por exemplo, o sistema perdeu 0,73% de seu volume, baixando de 33,46% para 30,03%. Pela avalia��o do especialista em recursos h�dricos Rafael Resck, seria necess�rio que chovesse pelo menos de 30% a 40% a mais que a m�dia nos pr�ximos dois anos para que os reservat�rios da Grande BH recuperem o n�vel normal.

“As chuvas demoram para resultar em recupera��o dos n�veis das barragens. N�o � porque choveu hoje que vai aumentar imediatamente o volume. �s vezes, leva at� uma semana. Isso, sem contar com as outorgas que captam �gua no caminho antes do reservat�rio”, disse. Outros motivos, segundo o professor de hidrologia Luiz Palmier, s�o o consumo, que continua mais alto que a adi��o de �gua, a evapora��o e a vaz�o para os rios, que deve ser mantida.

Ex-chefe da Copasa  defende gest�o

Pela primeira vez desde que deixou a presid�ncia da Copasa, Ricardo Sim�es se manifestou sobre a crise h�drica e as acusa��es da nova administra��o da empresa e do governo do estado de que a��es emergenciais n�o foram tomadas a tempo para evitar a amea�a de racionamento vivida hoje pela Grande BH e outros munic�pios mineiros. Sim�es sustentou que todos os instrumentos anunciados para contornar a situa��o foram estudados e planejados pela sua administra��o, como as obras de transposi��o das �guas do Rio Paraopeba para os sistemas Serra Azul e Rio Manso e a ado��o de novos mananciais como os rios Taquara�u e Jaboticatubas.

“Durante esses �ltimos anos, nos preocupamos em criar um sistema que sustentasse a popula��o da Grande BH. O ano de 2013 passou dentro da normalidade, mas a estiagem foi anormal em 2014, sem previs�o de que isso ocorreria, o que demandou acelerar obras como as das adutoras de Rio Manso, que injetaram entre 500 e 600 litros por segundo e aliviaram Serra Azul”, defendeu. Diante de um prolongamento da estiagem, em outubro, o ex-presidente diz ter alertado a popula��o e feito campanha para redu��o de consumo cujo lema era: “Se n�o economizar vai faltar”.

Ele afirmou, ainda, que foram investidos R$ 250 milh�es para ampliar o Sistema Rio das Velhas, R$ 14 milh�es para um plano de alternativas de abastecimento, R$ 160 milh�es na interliga��o dos sistemas Paraopeba e Velhas e R$ 700 milh�es na amplia��o do Sistema Rio Manso.

Enquanto isso...
...fila na Bica do Sagrada Fam�lia


No Bairro Sagrada Fam�lia, na Regi�o Leste, uma bica centen�ria que jorra num tanque constru�do com pedras de m�rmore virou solu��o para quem quer economizar �gua. A procura � tanta que filas est�o formando no passeio entre a Rua Ab�lio Machado e a Avenida Petrolina. “A �gua � boa e fresquinha. Nesses tempos de falta, de racionamento, � uma forma de economizar a �gua encanada da Copasa, pelo menos para o nosso consumo pr�prio e outros usos”, disse o comerciante Vin�cius Fernandes, de 34 anos, que encheu 11 garrafas em duas caixas.

 


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