
O n�vel dos reservat�rios que abastecem a Grande BH melhorou com as chuvas acima da m�dia nos primeiros dias de fevereiro, tr�s semanas depois do alerta para a popula��o reduzir o consumo em 30% para evitar rod�zio, racionamento e sobretaxa na conta em tr�s meses. Mas o risco de ado��o de medidas dr�sticas permanece, porque o volume de �gua ainda � muito reduzido. O mais cr�tico � o Sistema Serra Azul, que em 2014 abriu fevereiro com 50,6% de sua capacidade. No dia 1º deste m�s, tinha apenas 6,4% e, ontem, estava em 7,6%. Segundo especialistas, para recuperar o n�vel, ser� preciso chover na m�dia ou acima dela nos pr�ximos tr�s ou quatro anos.
De acordo com a Copasa, o n�vel da �gua do Sistema Paraopeba nessa quarta-feira era igual ao de 17 de janeiro. “Portanto, nos �ltimos 25 dias, o volume reservado se manteve est�vel. Em janeiro de 2015, choveu apenas 50% da m�dia hist�rica no m�s”, nformou a empresa. A �nica chance de evitar rod�zio ou racionamento, refor�ou a Copasa, “� a redu��o espont�nea de consumo em 30%. Mas, h� 15 dias, essa economia estava em apenas 13%.
Na avalia��o de especialistas, sem redu��o do consumo e aumento do �ndice pluviom�trico, os reservat�rios n�o ter�o capacidade para abastecimento at� novembro, quando s�o esperados os maiores volumes de chuva.
O reservat�rio do Sistema Vargem das Flores, que operava em 1º de fevereiro do 2014 com 67%, iniciou o m�s este ano com apenas 28,4%. Com as �guas dos �ltimos dias, o n�vel subiu para 30,5%, ainda considerado muito baixo. Da mesma forma, os reservat�rios dos sistemas Paraopeba e Rio Manso, que apresentavam em 1º de fevereiro, respectivamente, 29,9% e 44,2%, com as �ltimas chuvas, registraram ontem 30,7% e 44,4%, pouco menos da metade que apresentavam h� um ano.
“As previs�es n�o s�o das melhores. Temos que parar de falar que a situa��o vai melhorar, pois s� vai piorar, e muito”, alerta o coordenador do Centro de Pesquisas Hidr�ulicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Carlos Barreira Martinez. A popula��o n�o deve relaxar, segundo ele, e se conscientizar que estamos no meio de uma crise h�drica, � beira de um racionamento de energia el�trica. “Todo mundo corre o risco de ficar sem �gua e no escuro”, lembra.
O t�cnico de planejamento hidroenerg�tico da Cemig, Geraldo Paix�o, concorda que a popula��o deve continuar economizando �gua, pois, mesmo com muita chuva em fevereiro e mar�o, n�o ser� poss�vel recuperar o d�ficit: “As chuvas ajudaram, pois come�am a recuperar o len�ol fre�tico, mas n�o o d�ficit h�drico”.
CONSELHO AVALIA A CRISE HOJE
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente definiu como um dos par�metros para a declara��o de situa��o cr�tica de escassez h�drica – o que implica em restri��o de uso – quando o volume �til dos reservat�rios estiver abaixo de 10% de sua capacidade. Trata-se de minuta da delibera��o normativa que ser� apreciada hoje pelo Conselho Estadual de Recursos H�dricos. Para reservat�rios com capacidade entre 10% e 30%, ser� declarado “estado de alerta”.
Minas Gerais ser� o primeiro estado brasileiro a definir crit�rios para estabelecer uma eventual situa��o de escassez. Se aprovados os par�metros indicados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, a tend�ncia � de que o Instituto Mineiro de Gest�o das �guas (Igam), �rg�o gestor de recursos h�dricos, determine a restri��o tempor�ria da vaz�o no Sistema Paraopeba. Restrita a vaz�o, ser� compet�ncia do munic�pio ou da concession�ria, nesse caso espec�fico, a Copasa, a defini��o de racionamento ou rod�zio, ou qualquer medida que destinada a adequar o consumo � disponibilidade.
Segundo a proposta da Secretaria de Meio Ambiente, a decreta��o de situa��o cr�tica de escassez h�drica ter� como consequ�ncia a restri��o de uso para capta��es de �gua de 20% do volume di�rio outorgado para o consumo humano, 30% para o consumo industrial e para irriga��o.
RECURSOS FEDERAIS
O secret�rio de Estado de Planejamento e Gest�o, Helv�cio Magalh�es, informou ontem que a Uni�o garantiu repasse de R$ 809 milh�es para Minas combater a crise h�drica. V�rios projetos foram apresentados ao governo federal, entre eles o de � a capta��o de �gua do Rio Paraopeba para o Sistema Rio Manso para atender a Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Foi a primeira reuni�o entre integrantes da for�a-tarefa com o governo federal em Bras�lia. Nova reuni�o ser� marcada para detalhar cada um deles. N�o h� previs�o para libera��o da verba.