
Quem foi previdente tem, em plena crise h�drica, meio caminho andado. Empresas mineiras que apostaram no reaproveitamento de �gua antes mesmo do problema s�o exemplo agora de solu��es. Da coleta da �gua da chuva � constru��o de esta��es de tratamento, alguns setores mostram que a vontade quase sempre se sobrep�e aos investimentos. Numa construtora de Belo Horizonte, o comprador dos im�veis � quem lucra no fim com economia e reaproveitamento. Al�m de dispositivos economizadores de �gua, como descargas com duplo acionamento e sistema autom�tico para mict�rios, h� cerca de tr�s anos os pr�dios s�o entregues com caixas de capta��o de �gua pluvial, que serve para alimentar as torneiras do condom�nio e ser usada na limpeza das �reas comuns.
De acordo com o diretor de engenharia da AP Ponto, Webert Teixeira, um neg�cio simples, que funciona bem e com custo irris�rio, j� que s�o usados materiais da pr�pria obra: brita e areia. O primeiro equipamento tem brita n�mero 1 e � usado para uma filtra��o mais grosseira. O segundo tem brita n�mero zero e o terceiro � um filtro de areia para um processo mais minucioso. “A �gua cai no reservat�rio totalmente sem res�duo e pode ser reutilizada na produ��o de nova argamassa, reduzindo bastante o consumo de �gua para a produ��o”, diz.
No pr�dio da Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), onde est�o sendo comandadas as discuss�es de reuso de �gua nas empresas, no Bairro Funcion�rios, Centro-Sul de BH, os banheiros t�m torneiras com fechamento autom�tico e descargas com duplo acionamento. Na constru��o, foram privilegiados ainda materiais “inteligentes”, como os vidros da fachada, que s�o revestidos por pel�cula autolimpante, que n�o deixa a poeira assentar e se lava com a �gua da pr�pria chuva.
A chuva, ali�s, � coletada em quatro reservat�rios de 10 mil litros para ser usada na irriga��o de jardins e na limpeza. “Todas as a��es s�o muito razo�veis e as tecnologias adotadas muito tranquilas. Do ponto de vista de custo, a economia que � feita paga rapidamente o investimento”, afirma o vice-presidente da federa��o, Teodomiro Diniz Camargos. O gerente de Meio Ambiente da Fiemg, Wagner Soares Costa, lembra que outro diferencial s�o os jardins suspensos, que, por essa caracter�stica, n�o t�m impermeabiliza��o, permitindo que a �gua excedente da irriga��o seja captada.
REDU��O NO CONSUMO Numa f�brica de revestimentos cer�micos em Santa Luzia, na Grande BH, foi implantada em 2012 a Esta��o de Tratamento de Efluentes do Setor de Massa para melhorar o processo de tratamento dos efluentes gerados no preparo das massas. Por m�s, s�o tratados 6,3 mil metros c�bicos de res�duos l�quidos, reutilizados 100% em circuito fechado nos lavadores de gases e na limpeza do piso e equipamentos. Com o reaproveitamento, houve redu��o de 50% no consumo de �gua nova na unidade industrial da Cecrisa.
Uma esta��o de tratamento de �gua (ETA) tamb�m foi implantada numa ind�stria de latic�nios, que reutiliza ainda 100% da �gua retirada do leite para abastecimento do setor de caldeiraria. A parte n�o aproveitada pelas caldeiras passa pela ETA, que tem capacidade para tratar 460 metros c�bicos de �gua por dia, recebe subst�ncias qu�micas para se tornar pot�vel, e serve para a higieniza��o de pisos, tubula��es e equipamentos. A Itamb� conseguiu, em quatro anos de implanta��o da esta��o, reutilizar 356 mil metros c�bicos do l�quido, correspondente a 22% de toda a �gua utilizada na empresa nesse per�odo.
REUTILIZA��O
NA IND�STRIA
90%
�ndice de reaproveitamento de �gua na siderurgia
80%
Percentual da minera��o
60%
Reutiliza��o no setor t�xtil
40%
�ndice das pequenas empresas que t�m algum tipo de a��o para reuso da �gua
