
O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, defendeu ontem o controle no n�mero de blocos, maior planejamento dos trajetos e a capta��o de patroc�nio para bancar o carnaval. Ele ressaltou que, embora a avalia��o da festa tenha sido bastante positiva, � preciso “viver a experi�ncia da utiliza��o do espa�o p�blico da melhor maneira poss�vel”.
Lacerda deu a entender que o n�mero de blocos n�o deveria aumentar. “N�s conseguir�amos conviver com 200 blocos tranquilamente, mas ser� sempre necess�rio, apesar dos liberticidas dizerem que tem que ser espont�neo e andar onde quiserem, o direito de outras pessoas n�o comporta esse tipo de reivindica��o”, disse ele, em entrevista � R�dio CBN.
Com base na experi�ncia do Rio de Janeiro, ele disse que � essencial definir hor�rio e trajetos para que o poder p�blico mobilize infraestrutura e seguran�a.
O chefe do Executivo da capital invocou a experi�ncia de outras capitais para dizer que � necess�rio que a festa seja patrocinada. “O carnaval custa muito caro, � preciso ter patroc�nio. Em Salvador, a prefeitura arrecadou R$ 40 milh�es de patrocinadores, Recife, R$ 15 milh�es”, disse. Segundo ele, foram gastos R$ 5,5 milh�es na festa belo-horizontina, sendo que R$ 3,5 milh�es provenientes do setor privado.
‘O BRILHO DAS PESSOAS’
As declara��es do prefeito Marcio Lacerda n�o agradaram integrantes dos blocos respons�veis pelo maior p�blico durante a folia. “O nosso carnaval j� tem patroc�nio: o brilho das pessoas. Foi assim que constru�mos essa festa coletiva e humanizada at� agora”, afirmou um dos idealizadores do Ent�o, Brilha! Christiano de Souza Oliveira, o Di Souza.
Segundo ele, o patroc�nio colocaria em risco o que h� de diferencial e mais bonito no carnaval de rua de Belo Horizonte. “A prefeitura deveria escutar, dialogar e atender as demandas de seguran�a para os blocos fazerem seus desfiles e n�o querer definir regras para eles”, avaliou.
Di Souza entende que os blocos dever�o sair no hor�rio por eles definidos e os custos ser�o bancados por meio de ensaios.
Para um dos idealizadores e vocalista do Baianas Ozadas, Geo Cardoso, os blocos “aconteceram” independentemente da Belotur. “Os blocos s�o os grandes mobilizadores do p�blico. S�o eles os grandes investidores. Trabalhamos nove meses para acontecer um m�s de festa”, disse.
G�o lembra que, historicamente, o poder p�blico tenta limitar o n�mero de blocos e muitas vezes at� o n�mero de foli�es, mas que isso � imposs�vel.
“Se n�o tem o car�ter espont�neo, deixa de ser uma festa popular.” O Baianas defende uma legisla��o espec�fica para a festa. O m�sico lembrou que, por falta da exist�ncia de um entendimento do que � uma manifesta��o cultural de rua, o bloco quase foi impedido de desfilar na segunda-feira de carnaval devido �s cobran�as dos bombeiros em rela��o ao carro de som.
Uma das integrantes do Tchanzinho Zona Norte, a bi�loga Laila Heringer lembrou que o carnaval de BH � de rua e n�o tem abad�, corda e n�o se cobra pela divers�o.