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Estado de Minas

Pedestres convivem com risco de atropelamento na travessia entre Belvedere e Vila da Serra

Caminho entre os limites de BH e Nova Lima n�o oferece nenhuma seguran�a a quem faz trajeto a p�. EM flagrou v�rias cenas de perigo aos pedestres


postado em 10/03/2015 06:00 / atualizado em 10/03/2015 06:57

Vários pedestres ficam vulneráveis na Via Stael Mary Bicalho Motta Magalhães: trajeto, de 1.500 metros, é feito normalmente por quem desembarca nos pontos de ônibus do BH Shopping e trabalha em Nova Lima (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
V�rios pedestres ficam vulner�veis na Via Stael Mary Bicalho Motta Magalh�es: trajeto, de 1.500 metros, � feito normalmente por quem desembarca nos pontos de �nibus do BH Shopping e trabalha em Nova Lima (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)

� preciso f�lego, coragem e boa sorte para vencer a p� os limites entre Belo Horizonte e Nova Lima, na regi�o metropolitana. O tra�ado de asfalto em ponto dos mais nobres dos dois munic�pios – entre os bairros Belvedere e Vila da Serra – � desafio di�rio para centenas de pedestres que se arriscam na Via Stael Mary Bicalho Motta Magalh�es. N�o h� passeio, faixa de seguran�a ou qualquer outro cuidado aparente com quem n�o est� motorizado. O Estado de Minas esteve no trecho e flagrou cenas seguidas de risco iminente de atropelamento. Para os cidad�os, passantes do lugar, um total desrespeito � vida.

O caminho perigoso � o trajeto mais curto para muitos dos trabalhadores do Bairro Vila da Serra, que dependem das linhas de �nibus com ponto de embarque e desembarque no BH Shopping. Caso de Val�ria C�ssia da Silva, de 43 anos, moradora do Nova Su��a, na capital. H� dois anos e meio a analista se v� obrigada a “caminhar entre os carros” para ir e voltar do trabalho em Nova Lima. “Temos que contar com a boa vontade e com o bom senso dos motoristas, que passam colados na gente. N�o tem faixa de seguran�a, cal�ada… n�o tem nada”, critica.

O passeio estreito, que vem de Nova Lima, termina do nada, ao avan�ar em Belo Horizonte, sob elevado de trilhos de linha f�rrea desativada. No asfalto, sem acostamento, mal cabe uma pessoa entre a faixa de sinaliza��o e os ve�culos maiores na pista apertada. O homem de azul, apressado, quase � atropelado ao atravessar a Al�a Sul. Paulo Ot�vio Peixoto, de 26, � estudante de engenharia. “O tr�nsito na regi�o � p�ssimo. Deixo o carro em casa e ganho mais de uma hora a p�. Mas tenho que encarar isso”, diz.

Sem passeio adequado, pedestres se espremem entre carros e mato(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Sem passeio adequado, pedestres se espremem entre carros e mato (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)

Fernanda Mazala tamb�m deixa o carro em casa por causa do tr�fego dif�cil no Vila da Serra e no Belvedere. A analista s�nior n�o considera cruzar o trecho de �nibus porque, segundo ela, as duas linhas dispon�veis – 4110 e 2104 – ficam presas em engarrafamentos frequentes e “chegam a demorar uma hora e meia para atravessar uma dist�ncia muito curta. Sem falar nos 30, 40 minutos entre um hor�rio e outro”. Para Fernanda, ainda que seja complicado, caminhar � a melhor op��o.

Belchior Eduardo, de 20, auxiliar administrativo, reclama da sinaliza��o, ilumina��o e faixa de pedestre. “Quando chove � mais complicado. O barro se espalha. � dif�cil. Escorrega e n�o tem lugar pra gente passar”, comenta. Revoltado, emenda: “Isso � o Brasil. Brasileiro aceita tudo calado, n�!? � s� ver o que acontece com a corrup��o… � o pa�s da toler�ncia. Os pol�ticos perderam o respeito. J� tem muito tempo que isso t� desse jeito e ningu�m faz nada”, lamenta.

Maria Auxiliadora e Vane�a Francisca encaram juntas a travessia. Uma na frente, a outra atr�s, porque elas n�o cabem lado a lado na maior parte do caminho. Para as duas amigas, a constru��o da Al�a Sul – que faz a liga��o da BR-356 � Via Stael Mary Bicalho Motta Magalh�es – “ajudou um pouco”. “Os carros t�m que parar. Ficou menos perigoso. Antes, era muito mais dif�cil”, diz Maria, que h� nove anos corta o peda�o a p�. Vane�a chama a aten��o para o entulho jogado �s margens da via. “Olha s� o tanto de lixo que eles jogam”, aponta.

INTERVEN��ES APROVADAS
Procurada, a Prefeitura de Nova Lima, por meio da Secretaria de Comunica��o, reconhece o absurdo da falta de estrutura na Via Stael Mary Bicalho Motta Magalh�es, explica que o ponto em quest�o est� al�m de seus limites e se oferece para, “em parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte”, ajudar a resolver o trecho pela seguran�a dos pedestres. J� a BHTrans enviou nota esclarecendo que “o trecho indicado se trata de rodovia e todas as interven��es no local foram aprovadas, implantadas e supervisionadas pelo DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e pelo DER-MG (Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais)”.


Passagem em propriedade particular também desafia: mato e insegurança(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Passagem em propriedade particular tamb�m desafia: mato e inseguran�a (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)

Amea�a continua em trilha alternativa


N�o muito longe do trecho do perigo – na Via Stael Mary Bicalho Motta Magalh�es –, h� uma trilha via propriedade particular. Alternativa, mas n�o menos perigosa. Na parte alta, entre a Rua da Passagem, em Nova Lima, e a Rua Rodrigo Ot�vio Coutinho, em Belo Horizonte, os desafios s�o outros: mato, barro, pedras, escurid�o e bandidagem. O trajeto � uma aventura e, al�m de coragem e preparo f�sico, exige roupa apropriada. Para muitos, � preciso tamb�m companhia. Izabela Prado Gomes, de 25, s� encara o caminho acompanhada de algum colega de trabalho.

Para a enfermeira, sozinha, melhor enfrentar os carros da Via Stael Mary Bicalho Motta Magalh�es. Izabela e o colega Daniel Arthur Sales de Oliveira, de 32, mostraram ao EM os pontos mais cr�ticos da trilha nas costas do Hospital Vila da Serra. Logo depois dos trilhos da linha f�rrea desativada, entre cercas de arame farpado, vem a parte mais complexa da travessia: uma descida em abertura estreita de barro e mato. “� noite � ainda mais perigoso. Quando a gente trabalha at� as 20h fica complicado. N�o tem luz nenhuma. Temos que usar a luz do celular”, conta Izabela.

Santa Aparecida Rodrigues, de 35, diz que o atalho para a Rua Rodrigo Ot�vio Coutinho � a �nica alternativa para que ela possa chegar a tempo em sala de aula. “Se n�o passar por este caminho n�o consigo pegar o �nibus a tempo para chegar � escola. Tenho medo, mas n�o tem outro jeito. Quando d�, procuro descer acompanhada. O outro caminho, pelo asfalto, nem pensar”, diz Santa, que para chegar na trilha alternativa encara at� buraco no barranco pr�ximo � Rua da Passagem.

DROGAS Lauro William de Souza, de 26, comenta que “a quebrada”, al�m de perigosa, � ponto para usu�rios de drogas. “Depois do estacionamento, t� tudo abandonado. Todo dia vejo gente fumando maconha aqui. S� passo nessa quebrada quando est� claro. Tem o �nibus 2104, mas ningu�m aguenta esperar. Na firma, ningu�m tem coragem de cortar o caminho por aqui. Doido l�, s� eu mesmo”, diverte-se. (JFC)


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