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Estado de Minas

Sozinha, sobretaxa n�o estanca crise h�drica em Minas

Considerando a experi�ncia de SP com cobran�a sobre gasto extra e meta de economia de 30% para evitar colapso de �gua na Grande BH, especialistas consideram que rod�zio ser� inevit�vel - e severo


postado em 11/03/2015 06:00 / atualizado em 11/03/2015 08:33

S� a taxa��o sobre quem consumir mais �gua do que a m�dia do ano passado, anunciada para come�ar no m�s de maio pela for�a-tarefa criada para enfrentar a crise h�drica em Minas Gerais, n�o ser� suficiente para impedir o colapso de abastecimento em Belo Horizonte e na Grande BH, o que indica ser inevit�vel a programa��o de rod�zios dr�sticos de fornecimento. A avalia��o � de especialistas em hidrologia ouvidos pelo Estado de Minas, levando em considera��o o �ndice de economia de 30% apresentado pela Copasa como pr�-requisito para evitar que falte �gua. A companhia ainda n�o definiu quais os percentuais de consumo excessivo ser�o punidos, mas, se o modelo paulista for usado e a resposta dos consumidores for semelhante, a economia ficar� na casa de 3,8%, exigindo outras manobras e pol�ticas como o racionamento.

Para chegar a 30% de economia, consumidores e Copasa precisariam deixar de usar 2.361 litros por segundo (l/s) dos sistemas Rio das Velhas e Paraopeba. Por�m, depois do primeiro m�s de campanha feito pela Copasa, os consumidores economizaram espontaneamente n�o mais que 739,9 l/s, ou 9,4% do total de capta��o. Em S�o Paulo, onde h� sobretaxa de 20% na conta para quem consumir at� 20% acima da m�dia do ano anterior e 50% de acr�scimo al�m disso, a economia com a medida � estimada em 3,8%. Se a efici�ncia for a mesma em BH, a poupan�a chegaria a 300l/s. � pouco mais do que o volume de 245l/s consumido pelo munic�pio de Par� de Minas, no Centro-Oeste mineiro, com 90 mil habitantes. A soma da economia espont�nea e da sobretaxa seria de 1.039,9l/s (13,2%), faltando, ainda, 1.322,3l/s (16,8%) para atingir a meta de poupan�a de 30%.

Uma economia consider�vel que, na opini�o de especialistas, s� poderia ser atingida com a conten��o de vazamentos e a aplica��o de rod�zio de consumo. Para se ter uma ideia, o volume a ser poupado � superior a todo o consumo de Montes Claros, no Norte mineiro, o sexto munic�pio mais populoso do estado, com 330 mil habitantes, e que capta 1.200l/s de �gua. “A conten��o de vazamentos n�o � t�o r�pida nem eficiente. Depende de den�ncias de consumidores e de identifica��o dos pontos onde ocorrem as perdas. Assim sendo, nesta altura do campeonato, com aproxima��o da esta��o de estiagem, restam outras medidas de resposta mais imediata, como o escalonamento de fornecimento (rod�zio) e o racionamento”, afirma o professor de engenharia hidr�ulica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Luiz Rafael Palmier. “A sobretarifa � uma medida limitada, em termos de controle de fornecimento. Em S�o Paulo se economizou mais com a redu��o de press�o na distribui��o, porque isso teve efeito educativo em quem sentiu na pele a falta de �gua. O rod�zio tem controle mais efetivo”, avalia Uriel Duarte, professor de engenharia, geoci�ncias e recursos h�dricos da Universidade de S�o Paulo.

Parte do problema - No Caiçara, onde já há corte de abastecimento, mangueira é usada como se não houvesse crise(foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)
Parte do problema - No Cai�ara, onde j� h� corte de abastecimento, mangueira � usada como se n�o houvesse crise (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)
Ontem, 15 dias depois da expectativa inicial da for�a-tarefa, a Copasa recebeu do Instituto Mineiro de Gest�o das �guas (Igam) o estudo t�cnico que cont�m o decreto de situa��o de escassez h�drica. Com essa documenta��o, a empresa deve formular as provid�ncias necess�rias para controlar a crise, como sobretaxa, rod�zio e outras formas de racionamento, mas as medidas ainda devem ser apreciadas pela Ag�ncia Reguladora de Servicos de Abastecimento de �gua e de Esgotamento Sanit�rio de Minas Gerais (Arsae-MG), na semana que vem.


PARADOXO

Enquanto algumas pessoas j� se conscientizaram da import�ncia de economizar �gua, h� vizinhos de bairro que continuam desperdi�ando. No Bairro Cai�ara, Regi�o Noroeste de BH, onde a falta de �gua causada por redu��es de press�o na distribui��o ocorre geralmente no fim da tarde e in�cio da manh�, o empres�rio Ademir Moura Costa, de 64 anos, instalou redutores de vaz�o nos chuveiros de sua casa e nos do centro esportivo que dirige. “Vou, ainda, instalar mecanismos para reduzir a vaz�o de torneiras. Estamos tamb�m trabalhando com conscientiza��o no uso das descargas. Se n�o fizermos nossa parte, al�m de faltar �gua, ainda vamos pagar mais caro”, afirma. Por�m, bem perto, duas ruas abaixo, mesmo depois de uma noite chuvosa, uma senhora esfregava com a vassoura o piso da garagem de um edif�cio com quatro apartamentos, deixando a mangueira acionada e a �gua fluindo para a rua.

Mesmo quem se programou para economizar, como o chef de cozinha Jacques Lamego, de 26, que instalou despressurizadores no chuveiro e segunda descarga no sanit�rio, se prepara para o encarecimento da conta de �gua. “Com o nascimento de minha filha, nosso consumo deve aumentar. N�o tem muito jeito, mas mesmo assim vamos tentar, fazer campanha no condom�nio. � para nossos filhos que devemos preservar este mundo”, define.

 


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