
A inaugura��o oficial estava marcada para hoje, com a presen�a de autoridades municipais, mas um problema el�trico adiou a apresenta��o da novidade tamb�m a moradores, lojistas e a quem passa pelo Bairro de Lourdes, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte. “� tarde, por volta das 16h, vamos fazer o primeiro teste, mas n�o vai demorar muito para entrar definitivamente em opera��o, talvez nos pr�ximos dois dias”, diz, com entusiasmo, o presidente da associa��o comunit�ria local, Jeferson Rios, a respeito do reservat�rio constru�do na Pra�a Mar�lia de Dirceu. Com capacidade para 4 mil litros de �gua, o equipamento aproveita duas minas cujos volumes enchem a caixa de dois pr�dios e t�m o excedente lan�ado na rede pluvial.
A crise h�drica acendeu o sinal vermelho para o consumo excessivo de �gua, amarelo para um prov�vel desabastecimento e verde para ideias criativas. “Estamos muito preocupados com a situa��o, ent�o decidimos aproveitar o recurso dado pela natureza e n�o usado como deveria”, afirma Jeferson. Tudo come�ou, segundo ele, com os jatos d’�gua que brotavam na �rea perto da Pra�a Mar�lia de Dirceu, o charmoso ponto comercial do bairro. “Para n�o ficar escorrendo pela rua, houve o bombeamento para a caixa dos pr�dios. O tempo passou e, com a escassez, vimos que era necess�rio aproveitar o restante da �gua.”
A primeira provid�ncia foi pedir autoriza��o � prefeitura, “que n�o s� concedeu a licen�a como tamb�m nos deu parab�ns pela iniciativa”, orgulha-se Jeferson. Com recursos (R$ 10 mil) da pr�pria Associa��o dos Moradores do Bairro de Lourdes (Amalou), foi constru�do o reservat�rio subterr�neo, cujo �gua armazenada servir� para molhar o jardim do espa�o p�blico, a grama e ainda atender os 20 lavadores de carro cadastrados, que ter�o direito a 40 latas por dia (20 pela manh� e 20 � tarde). “Eles s�o nossos parceiros e ajudam a manter a seguran�a no bairro.”
“Fizemos economia para investir nessa ideia, que nasceu na associa��o. Depois que concretizamos nosso projeto, moradores de outros pr�dios nos pediram informa��es, pois existem mais tr�s minas nos arredores”, afirma Jeferson, certo de que o aproveitamento das �guas poder� ser levado para outras regi�es de BH e cidades mineiras. Na tarde de ontem, dois pedreiros conclu�am a obra cimentando o entorno do equipamento. “Est� faltando mesmo s� a parte el�trica”, reitera o presidente da Amalou.
GASTO DI�RIO Outra decis�o que pesou muito na balan�a foi o pedido da Copasa para redu��o do gasto de �gua. Com a mina brotando bem ali perto, e a not�cia de que a �gua n�o sairia mais da torneira da pra�a, a dire��o da associa��o fez a contas e pensou na beleza do jardim, que fatalmente sairia perdendo, e na necessidade de encontrar outra fonte. “Precisamos de 8 mil litros di�rios e, como o reservat�rio enche em duas horas, poderemos atender � demanda, sem problemas.”