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Estado de Minas

Execu��o de flanelinha � ponto alto da sucess�o de crimes na Regi�o Centro-Sul de BH

Assassinato na Pra�a JK �s 7h da manh�, quando moradores se exercitavam e crian�as brincavam, � ponto alto da sucess�o de crimes que amedronta os moradores


postado em 13/03/2015 06:00 / atualizado em 13/03/2015 07:20

Três homens abordaram flanelinha que sempre estava na praça e não deram chance de defesa à vítima(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A.Press)
Tr�s homens abordaram flanelinha que sempre estava na pra�a e n�o deram chance de defesa � v�tima (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A.Press)

Bairro em que a tranquilidade cedeu espa�o ao medo, o Sion, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, vem acumulando ocorr�ncias de assaltos, arrast�es em restaurantes, arrombamentos de ve�culos, furtos e sequestros-rel�mpago. Ontem, esse clima de inseguran�a chegou ao seu ponto mais alto com uma execu��o � luz do dia, em um dos pontos mais movimentados da �rea. Logo pela manh�, o flanelinha Cleiton Roberto Lopes, de 30 anos, conhecido como Nen�m, foi assassinado na Pra�a JK, �s 7h, quando diversas pessoas se exercitavam e crian�as brincavam no local, usado habitualmente para a pr�tica de atividades f�sicas e lazer. O que mais impressionou testemunhas do crime foi a frieza dos tr�s assassinos, que atiraram � queima-roupa no homem, que morreu no local, pr�ximo � casa do vice-governador, Ant�nio Andrade. “Escutei um barulho, que achei que era bomba, e vi os tr�s fuzilando o rapaz na minha frente. Depois de baleado, ele ainda fez um movimento final de cabe�a. Um dos assassinos voltou e deu um tiro de miseric�rdia”, contou um morador do bairro. Ao todo, foram pelo menos 13 disparos. A testemunha havia acabado de chegar � pra�a e entregaria o carro ao lavador, que trabalhava diariamente no local. Com o susto, a testemunha voltou pela contram�o pela Rua Engenheiro Caetano Lopes e estacionou bem longe do ponto onde faz caminhadas todas as manh�s.

Depois das v�rios crimes em pontos comerciais – especialmente nas avenidas Uruguai e Nossa Senhora do Carmo – e de rotineiros casos de assaltos e arrombamentos de ve�culos nas ruas mais desertas, moradores se queixam da mudan�a de perfil do bairro. “Antes era tranquilo viver aqui. Atualmente, estou impressionada com a viol�ncia. Todo mundo tem uma hist�ria para contar. Eu j� fui assaltada e recentemente minha irm� tamb�m, em plena Avenida Uruguai. � noite, as ruas ficam escuras e se chego em casa de carona, des�o do carro correndo, com a chave na m�o e morrendo de medo”, disse a universit�ria J�ssica Vieira Taves, de 23. Ele reclama da falta de policiamento no bairro e diz que h� poucos dias uma loja de m�veis vizinha � sua casa foi arrombada. “Chamamos a pol�cia, mas eles chegaram depois de 50 minutos, quando os bandidos j� tinham fugido e deviam estar bem longe. At� os donos da loja chegaram antes da pol�cia e entraram sozinhos no estabelecimento”, contou a mo�a.

Frentista de um posto na Avenida Uruguai, Bruno Marra, de 37, disse tamb�m ter sido v�tima de bandidos no Sion. “A viol�ncia no bairro est� geral. J� fiquei ref�m de um rapaz que chegou aqui com uma faca imensa e me amea�ou de morte. Ele foi embora levando o troco que eu tinha na hora e tamb�m o meu sossego. Fiquei amedrontado por muito tempo. N�o podia ver uma faca que me lembrava do caso”, disse. Segundo o colega dele Andr� Felipe Monteiro, de 28, s�o frequentes os casos de furtos em ruas vizinhas ao estabelecimento.

Um morador do bairro que pediu para n�o ser identificado fez coro �s queixas quanto aos problemas de seguran�a. Segundo ele, havia um pelot�o da Pol�cia Militar instalado no Sion que servia de base para policiais da 127ª Companhia, respons�vel pelo patrulhamento da �rea. H� cerca de tr�s anos, no entanto, a corpora��o encerrou as atividades no local para dar lugar a rondas t�ticas pela regi�o. “Foi uma luta da comunidade para que a pol�cia estivesse mais presente. O sossego havia retornado, mas, depois que abandonaram o posto e descentralizaram o servi�o, o Sion ficou desguarnecido. Falta policiamento. O bairro est� entregue � pr�pria sorte”, critica o morador.

Entenda como o crime aconteceu (clique para ampliar)(foto: Arte EM)
Entenda como o crime aconteceu (clique para ampliar) (foto: Arte EM)


Na avenida Nossa Senhora do Carmo, corredor j� apontado pelo site Onde fui Roubado como um dos 10 locais onde mais ocorrem assaltos, os relatos tamb�m s�o de perigo e medo. De acordo com comerciantes, criminosos em motocicletas s�o os principais respons�veis pelos crimes. Eles costumam abordar as v�timas em sinais ou pontos de �nibus, fugindo com carteiras e celulares.

Um dos casos de maior repercuss�o na Nossa Senhora do Carmo ocorreu em 27 de maio do ano passado: uma troca de tiros entre policiais militares e dois criminosos causou p�nico entre comerciantes e pedestres na via, exatamente na altura do Bairro Sion. Os assaltantes roubaram dois estabelecimentos na Avenida Uruguai e foram surpreendidos na fuga pela PM. A dupla saiu em dire��o � avenida, onde houve o tiroteio. Um cliente e um frentista foram atingidos. Um comerciante que trabalha perto e pediu para n�o ser identificado, por medo de repres�lias, presenciou o caso. “A pol�cia saiu atirando na rua. Foi um perigo. Os dois bandidos foram presos, mas as pessoas atingidas poderiam ter morrido”, lembra. Segundo ele, assaltos s�o rotineiros na avenida, que serve ainda como corredor de fuga para os bandidos.

Dois policiais que faziam o patrulhamento ontem na Avenida Uruguai contaram que grande parte dos crimes no Sion e nos bairros do entorno s�o praticados por moradores de aglomerados vizinhos, especialmente o Morro do Papagaio. “Existe uma disparidade econ�mica muito grande na regi�o. Os criminosos v�m praticar assaltos aqui, porque sabem que o poder aquisitivo dos moradores do Sion � alto”, disse um deles. “Mantemos presen�a policial para intimidar a a��o dos bandidos, especialmente nos corredores comerciais”, afirmou o outro militar.

Apesar da queixa dos moradores, a Pol�cia Militar sustenta que os crimes est�o em queda no Sion. “A curva � decrescente, se comparado este trimestre com o mesmo per�odo do ano passado. Recebemos, sim, ocorr�ncias, principalmente de arrombamento de ve�culos, mas as estat�sticas do Sion n�o s�o diferentes do restante da cidade”, afirmou o comandante da 127ª Cia, major Fabiano Rocha. Segundo ele, o pelot�o que funcionava no bairro foi desativado porque a filosofia de trabalho da pol�cia mudou. “O policiamento fixo n�o � mais estrat�gia da PM. Temos o patrulhamento da base m�vel, de duas duplas de bike-patrulha, equipes de moto-patrulha, al�m do monitoramento de rotina e as redes de vizinhos e comerciantes protegidos.” Segundo o comandante, n�o h� previs�o de aumento no efetivo do bairro.

O major Fabiano Rocha afirmou ainda que a morte do flanelinha na manh� de ontem foi um caso isolado. “Ele j� tinha envolvimento anterior com a criminalidade. H� anos o Sion n�o registrava nenhum homic�dio.” O filho da v�tima dos disparos na Pra�a JK, desolado, esteve no local ap�s o crime. Cleiton era morador da Vila Acaba Mundo, vizinha � pra�a. At� o fechamento desta edi��o, os tr�s assassinos n�o haviam sido presos, segundo a sala de imprensa da PM.

Outros casos de viol�ncia

27/5/2014


» Dois homens foram presos, suspeitos de assaltar v�rias lojas na avenida Nossa Senhora do Carmo. O crime ocorreu � tarde, hor�rio de grande movimento na via. De acordo com a Pol�cia Militar, os dois fizeram um arrast�o na regi�o e roubaram pelo menos tr�s lojas. Uma viatura que fazia o patrulhamento no local flagrou os suspeitos em uma motocicleta. Os homens chegaram a atirar contra a viatura na avenida Uruguai, mas foram detidos e encaminhados � Companhia da PM no Bairro S�o Pedro.

30/5/2014

» Uma tentativa de assalto terminou com uma pessoa baleada na Nossa Senhora do Carmo. A v�tima, um advogado que estava parado no sinal de tr�nsito, foi abordado em seu ve�culo, um Volvo XC60 por um rapaz que estava em uma motocicleta preta. O assaltante exigiu que ele entregasse o Rolex que usava. A v�tima disse aos policiais que estava tirando o rel�gio quando o criminoso disparou e atingiu uma de suas pernas. O ladr�o fugiu em seguida.


8/8/2014


» Assaltantes fizeram um arrast�o em um restaurante na Rua Fl�rida. Cerca de 20 pessoas estavam no local e enfrentaram momentos de p�nico. Segundo as v�timas, enquanto um criminoso armado recolhia os objetos, outro dava instru��es para o comparsa atirar. Os bandidos fugiram levando celulares, tablets, dinheiro e outros pertences dos clientes.


6/10/2014


» Dois menores, um de 14 e outro de 17 anos, foram apreendidos, suspeitos de fazer um arrast�o em um restaurante de comida japonesa no Sion. Outros dois envolvidos no assalto conseguiram fugir. Foram levados dinheiro e pertences pessoais dos clientes, como celular.


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