
“Chegando aqui na pra�a eu vi a pessoa que lava meu carro morrer. Escutei um barulho, que achei que era bomba, e vi tr�s sujeitos o fuzilando na minha frente. Ele teve um movimento final de cabe�a, o sujeito voltou e deu um tiro de miseric�rdia”, relata um morador do Bairro Sion. Ele havia acabado de chegar � pra�a e entregaria o carro ao lavador. Com o susto, voltou com o carro na contram�o pela Rua Engenheiro Caetano Lopes e estacionou bem longe do local onde faz caminhadas todas as manh�s.
A v�tima do homic�dio � Cleiton Roberto Lopes. Ele chegou ao estacionamento da pra�a por volta de 7h, como fazia todos os dias. Quando arrumava os baldes e panos para iniciar a lavagem de carros, foi surpreendido por tr�s homens armados que o cercaram e executaram. Os assassinos estacionaram um carro preto, que segundo testemunhas, pode ser um �nix ou um Agile, desceram com armas em punho e foram atirando contra Cleiton.
Quando a v�tima caiu ferida, os assassinos sa�ram andando calmamente para o carro, mas ao perceberem que ele se mexia voltaram para concluir o crime com um tiro na cabe�a. Os tr�s colocaram as armas na cintura, entraram no carro e fugiram pela Rua Professor Mello Can�ado. Segundo a pol�cia, os criminosos ainda n�o foram identificados. Uma equipe do Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu) constatou a morte da v�tima e disse que foram pelo menos oito perfura��es.
“A sensa��o � que deram o tiro nele igual jogam pedra em um passarinho para assustar ou jogam pedra num cachorro para afastar. Liquidaram ele sem a menor preocupa��o. O tiro fatal que me deixou impressionado. A frieza de conferir que ele ainda se mexia e o matar”, contou o morador que precisou voltar com o carro na contram�o. Ele disse que h� 11 anos presenciou um tiroteio tamb�m na Pra�a JK, quando chegava para um passeio com a esposa e o filho, no entanto, dessa vez viu a cena mais de perto.
Na hora dos disparos houve p�nico e correria na pra�a. Muitas pessoas sa�ram nas janelas dos pr�dios no entorno e permaneceram at� a retirada do corpo pela per�cia da Pol�cia Civil. Uma motorista assustada, bateu o carro no meio-fio na Avenida Bandeirantes e, por sorte, ningu�m ficou ferido.
Um comerciante da regi�o conta que os primeiros tr�s tiros lhe pareceram estouros de foguetes, mas quando conseguiu identificar de onde vinha o barulho, viu Cleiton caindo. O vendedor trabalha h� 20 anos na regi�o e conhecia o lavador de carros. Disse que Cleiton era educado que tratava todos muito bem, apesar de j� ter se envolvido com crimes no passado. “Eu fiquei tremendo tanto que nem consegui ligar para a pol�cia. S� emprestei o telefone para um rapaz que chamou”, relata.
Cleiton trabalhava h� cerca de dois anos como lavador de carros na pra�a e morava na Vila Acaba Mundo, na Regi�o Centro-Sul. Segundo testemunhas, ele saiu da cadeia recentemente, suspeito de homic�dio e assalto, informa��o que a pol�cia ainda est� apurando. De acordo com o major Fabiano Rocha, comandante da 127ª Companhia do 22º Batalh�o da Pol�cia Militar, o crime pode ter sido motivado por um acerto de contas. O filho de Cleiton esteve no local do crime e, desesperado, disse saber quem fez aquilo com o pai. O adolescente prometeu vingan�a, dizendo que far� muito pior com aqueles que tiraram a vida do familiar.
Um idoso, que pratica esportes na pra�a, contou que antigamente uma dupla de policiais militares fazia patrulhamento fixo na �rea verde, mas agora a presen�a de PMs � muito baixa. O major Rocha afirma que a corpora��o n�o faz este policiamento fixo, mas sim uma ronda preventiva em toda a regi�o. Segundo o comandante da companhia, uma base comunit�ria da PM estava estacionada na Pra�a Milton Campos, perto dali, no momento do crime, e chegou ao local do assassinato em dois minutos. “A pol�cia tenta manter a presen�a em locais de maior fluxo de pessoas. Por aqui � feita a patrulha de militares em bicicletas pelas avenidas Uruguai e Bandeirantes”.