
Internado desde o segundo dia de vida no Hospital Fel�cio Rocho, em Belo Horizonte, o beb� Pedro Gomes de Oliveira, o Pedrinho, de 8 meses, est� bem gordinho. “Olhe s� essas bochechas!”, comemora a pediatra Mona Gomes. Esse tipo de exclama��o, normal para a grande maioria dos nen�ns, ganha sentido maior no caso de Pedrinho, que s� se alimenta por meio de sonda. Ele nasceu com a s�ndrome do intestino ultraencurtado, rara malforma��o cong�nita que acomete de 2% a 3% dos rec�m-nascidos no Brasil.
Pedrinho tem fome de viver. No in�cio desta semana, atingiu sete quilos, finalmente. Esse � o peso m�nimo exigido para que ele se torne o mais forte candidato no Brasil, entre outros rec�m-nascidos em semelhante condi��o no pa�s, a fazer um transplante multivisceral no Jackson Memorial, em Miami, nos Estados Unidos. Os custos da cirurgia ultrapassam 1 milh�o de d�lares. Com a campanha Salve o Pedrinho, que aceita doa��es por interm�dio da internet (veja abaixo), at� agora s� foram arrecadados cerca de R$ 50 mil.
Com menos de 10% do intestino delgado e menos da metade do grosso, Pedrinho nunca se alimentou pela boca e sequer sabe o gosto do leite da m�e, Sueide Gomes da Silva, de 30 anos, de Eun�polis, interior da Bahia. Ela e o marido, o caminhoneiro Ivanildo Oliveira de Souza, largaram tudo para tr�s e se mudaram para Minas em busca da �nica chance de cura para o segundo filho. O mais velho, Hugo de 6 anos, at� hoje n�o consegue entender o por qu� de o irm�ozinho nunca ter sa�do de dentro do hospital. “Converso muito com o Pedro e leio para ele passagens da B�blia. Temos de ter f�”, explica a m�e, que n�o arreda p� do hospital, ocupando todos os limitados hor�rios de visita da unidade.
Mascote do Fel�cio Rocho, refer�ncia no pa�s em UTI neonatal, Pedrinho ouve v�deos da Galinha Pintadinha no tablet dos pais. O aparelho permanece ligado 24 horas na UTI, em volume bem baixo, dependurado nas grades brancas da cama de ferro da unidade de sa�de. Por ter conquistado o peso necess�rio para o transplante, o beb� j� est� habilitado a se candidatar ao transplante dos �rg�os internos (intestino, f�gado, p�ncreas e ba�o), que representa a sua �nica chance de sobreviv�ncia. No primeiro ano de vida, a taxa de sobrevida � de 95% ap�s o transplante.
“Pedro est� em �timas condi��es cl�nicas, pronto para fazer o transplante, mas n�o pode esperar mais de tr�s meses, porque a alimenta��o parenteral sobrecarrega o f�gado. � imprescind�vel que ele fa�a o transplante urgente”, alerta o pediatra Waldemar Fernal, coordenador do Neocenter do Fel�cio Rocho. Ele se tornou conhecido por salvar Carolina, a menor beb� do mundo, que veio ao mundo com 357 gramas no Hospital Vila da Serra, em Nova Lima, na Grande BH. “N�o se trata de milagre, mas de tecnologia que tristemente ainda n�o dispomos para o Pedrinho no Brasil, embora j� tenhamos evolu�do muito”, completa o m�dico.
Com base no laudo m�dico de Fernal, conclu�do ontem, o advogado Jos� Ant�nio Guimar�es Fraga ir� ajuizar na pr�xima semana a��o ordin�ria na Justi�a, com pedido de liminar, condenando a Uni�o a custear o tratamento de Pedrinho. “O direito � sa�de e � vida � uma garantia a que todo brasileiro tem, com fundamento no artigo 5.º da Constitui��o”, defende o advogado e um dos mentores da campanha, ao lado da mulher Cristiane. “S� de ver o sorriso de uma crian�a vale toda a nossa luta”, completa ele, exibindo a foto do sorridente Pedro Libra��o, xar� de Pedrinho no interior paulistano, que conseguiu obter autoriza��o para o mesmo procedimento.
CIRURGIA O tratamento ainda n�o � oferecido no Brasil, embora o pa�s j� seja autossuficiente em transplantes de c�rnea, cora��o, rins e at� f�gado. A cirurgia leva em torno de 30 horas de dura��o e exige a dedica��o de dezenas de profissionais de sa�de integrados � equipe. “O procedimento j� existe h� d�cadas em alguns centros de transplante no mundo, mas ainda n�o chegou aqui. Atualmente, a coordena��o do Jackson Memorial Hospital est� a cargo de um brasileiro, Rodrigo Vianna, o que vai facilitar a comunica��o dos familiares de Pedrinho com os m�dicos”, explica o advogado.
A fam�lia de Pedrinho, o advogado e at� o m�dico est�o empenhados em divulgar a campanha. Filha de Patr�cia de Lacerda da Silva, de 27, de Votorantim (SP), a pequena Sophia vai realizar o transplante multivisceral nos Estados Unidos. A auxiliar administrativa conseguiu arrecadar R$ 845 mil, al�m da oferta do transporte. Um empres�rio se sensibilizou com a hist�ria de Sophia e ofereceu o jatinho dele para a fam�lia seguir at� os EUA. Agora, s� falta o Pedrinho levantar os recursos e voar em dire��o a uma vida saud�vel e feliz.

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