(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Corte financeiro e demiss�es na UFMG criam ambiente de tens�o

Servidores temem que trabalhos acad�micos e pesquisa se percam com crise. Situa��o gera incerteza quanto ao futuro da institui��o


postado em 22/03/2015 06:00 / atualizado em 22/03/2015 11:21

Falta de manutenção de equipamentos deixa banco quebrado no câmpus Pampulha(foto: Jefferson da Fonseca Coutinho/EM/D. A PRESS)
Falta de manuten��o de equipamentos deixa banco quebrado no c�mpus Pampulha (foto: Jefferson da Fonseca Coutinho/EM/D. A PRESS)
Nos dois dias de volta ao c�mpus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a reportagem do Estado de Minas encontrou estudantes revoltados e trabalhadores, pais de fam�lia, apreensivos, al�m de biblioteca com hor�rio reduzido por falta de pessoal; materiais escassos para trabalhos acad�micos; pesquisas em campo suspensas e ajuda de custo reduzida para a p�s-gradua��o. Sem falar em guaritas vazias, obras abandonadas e servi�o de limpeza insuficiente. O clima � ainda mais tenso entre alunos e servidores com a expectativa de que, mesmo com a normalidade no repasse dos recursos pelo governo federal, a administra��o mantenha os cortes nos gastos. Para os manifestantes menos otimistas, o que est� em curso � o “desmonte da universidade p�blica”, como diz a faixa afixada em um dos bandej�es.


Izabella Louren�a, de 21 anos, lamenta a situa��o de necessidades comprometidas do hospital universit�rio e de outros departamentos da universidade fora do c�mpus. A estudante de comunica��o social critica as demiss�es e chama a aten��o para a falta de materiais que j� come�am a afetar os trabalhos acad�micos. “A biblioteca da Letras j� n�o funciona 24 horas por falta de funcion�rio na portaria. Na psicologia, tem uma mat�ria que depende de alguns testes que foram suspensos. O corte est� inviabilizando uma disciplina inteira”, considera. Izabella enumera ainda a p�s-gradua��o prejudicada pela falta de ajuda de custo para pesquisas.


Na Pra�a de Servi�os, os professores Tarc�sio Mauro Vago e Rodrigo Ednilson de Jesus, ambos da Pr�-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae), est�o na arena para encontro com os alunos da universidade. Al�m do dr�stico corte de recursos, quest�es emergenciais como a situa��o dos alunos estrangeiros e a falta de assist�ncia �s estudantes m�es tomaram a pauta e sensibilizaram os presentes. Ana Gabriela Chaves Ferreira, emocionada, criticou a falta de apoio da universidade aos jovens pais e exigiu transpar�ncia no processo seletivo da Unidade Municipal de Educa��o Infantil (Umei) no c�mpus. “A prioridade � para filhos de professores, de servidores e, por �ltimo, de estudantes. N�o est� certo”, criticou.


As duas mulheres em fim de expediente caminham rumo � Avenida Ant�nio Carlos. Mesmo apressadas, as duas topam conversar sobre o clima entre os prestadores de servi�os, desde que, por medo de retalia��es, n�o sejam identificadas. A mais velha, com tempo maior de trabalhos prestados no c�mpus, � a mais otimista. “Com o dinheiro que v�o ter que me pagar, vou montar um neg�cio com o meu irm�o”, diz. A senhora est� de aviso pr�vio? “N�o. Ainda n�o. Mas tem gente falando que v�o mandar mais gente embora”. A outra diz que j� est� procurando um novo trabalho e que est� preocupada � com os filhos pequenos. Ela conta que a melhor amiga foi demitida e que ainda n�o sabe o que vai fazer da vida.


No rastro das demiss�es em massa, a Liga Oper�ria busca convencer estudantes, professores e servidores pela greve geral. O sindicalista junto �s faixas de “luto contra os cortes” prega a uni�o de todos os cidad�os do c�mpus em defesa da universidade p�blica, “cada vez mais prec�ria e sucateada pelo governo”. O coletivo UFMG sem catracas, que conta com 20 integrantes mobilizadores, levou cartazes para os restaurantes populares para sensibilizar e engrossar o coro dos manifestantes. V�rios sujeitos toparam posar com as mensagens em defesa da educa��o para publica��o nas redes sociais.

Nos dois dias de imers�o e encontros com alunos, professores e servidores, foram muitas as conversas informais e anota��es. O aluno da p�s-gradua��o, com receio de aparecer e ser prejudicado, enviou mensagem para colaborar com a mat�ria: “Percebi a inseguran�a dos alunos com rela��o ao pagamento das bolsas, j� que tivemos atrasos. N�o sabemos at� quando n�o teremos greve. O combust�vel dos autom�veis utilizados para transportar os alunos est� acabando, o que poder� comprometer as aulas de campo. N�o sabemos at� onde essa situa��o chegar�”.


Nas duas arenas de encontros, para o representante da reitoria, as conversas com os alunos caminharam no sentido da constru��o, em conjunto, de solu��es para a crise. Professor Tarc�sio garante que as “op��es dur�ssimas, que tamb�m nos causam dor” n�o provocam impacto na vida acad�mica da universidade. Parafraseando Paulinho da Viola, o pro-reitor diz que o momento � fazer como “o velho marinheiro, que durante o nevoeiro leva o barco devagar”. O professor Tarc�sio fala em constrangimento. “Pela necessidade de muitas das reivindica��es, que, infelizmente, n�o est�o nas nossas m�os”, pontuou. Na pr�xima quinta-feira, dia 26, lideran�as sindicais e estudantis esperam parar a UFMG em ato de protesto.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)