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Estado de Minas

Festas no mesmo hor�rio das aulas viraram problema na UFMG

Professores defendem a instala��o de catracas para controlar acesso e criticam uso indevido do espa�o da educa��o


postado em 27/03/2015 06:00 / atualizado em 27/03/2015 11:20

A viol�ncia na Faculdade de Filosofia e Ci�ncias Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais (Fafich/UFMG) preocupa toda a comunidade acad�mica e pode levar � ado��o de medidas mais dr�sticas em rela��o � seguran�a na unidade. As festas de quinta-feira, durante os hor�rios de aula, tamb�m preocupam.

Um grupo de professores vem se reunindo, desde o ano passado, para tentar mediar os conflitos e buscar uma solu��o menos pol�mica para resolver o problema sem instala��o de catracas nas entradas, c�meras em todo o pr�dio e at� mesmo a atua��o da Pol�cia Federal, que j� foi informada do caso, sobre o problema do tr�fico de drogas.

Integrante do grupo, a professora Regina Helena da Silva defende que a universidade n�o pode perder o car�ter de pluralidade. No entanto, ela pondera que a realiza��o de festas para centenas de pessoas no c�mpus, no mesmo hor�rio das aulas, desvia a voca��o da universidade como espa�o de constru��o do conhecimento. “A festa � uma imposi��o a todos n�s. Uma atividade que tira o nosso lugar de sala de aula, de aluno e professor. Quem estuda � noite trabalhou o dia inteiro e tem o direito de estudar”, disse.

Regina Helena � taxativa em rela��o �s medidas coercitivas. “N�o sou a favor que se resolva o problema por medidas repressivas. Mas eles est�o sendo autorit�rios em impor a festa � comunidade de estudantes e professores. Aqui � uma universidade. As pessoas v�m aqui buscando estudo, aula e biblioteca. N�o podem tirar o direito delas a isso”, pondera.

Os coordenadores de cursos passaram a receber e-mails de alunos que se queixam da dificuldade de estudar devido � realiza��o da festa. “Temos dificuldade de acompanhar as aulas ou estudar. O aparelho de som, sempre ligado, atrapalha completamente as atividades em sala e mesmo na biblioteca o som acaba interferindo nas leituras. � imposs�vel estudar na Fafich. Tenho que frequentar outras unidades como a Faculdade de Educa��o (FAE) ou a Faculdade de Ci�ncias Econ�micas (Face). Al�m disso, existe a depreda��o, o pr�dio est� deteriorado e n�o raramente presencio membros da comunidade externa fazendo picha��es”, escreveu um aluno � coordena��o de um dos cursos da Fafich, que enviou o relato � reportagem, com o compromisso de confidencialidade.

O EM entrou em contato com a vice-reitora Sandra Goulart, que n�o retornou �s liga��es. A assessoria de comunica��o da UFMG orientou a reportagem a procurar a dire��o da Fafich. Procurado pela reportagem, o diretor da Fafich, Fernando Filgueiras, informou que “as medidas administrativas ser�o tomadas e os encaminhamentos institucionais ser�o dados.” Ele confirmou que, por contingenciamento de verbas na universidade, n�o h� mais seguran�as na unidade.

HIST�RIA  A Fafich foi fundada em 21 de abril de 1939 e incorporada � UFMG em 30 de outubro de 1948. Na �poca, foi instalada no Edif�cio Acaiaca, no Centro de BH. Atualmente, s�o 204 professores e 96 servidores t�cnicos administrativos. Cerca de 7,5 mil alunos circulam pela unidade diariamente. No in�cio da d�cada de 1960, a faculdade foi transferida para o Bairro Santo Ant�nio, Centro-sul, onde viveu seu per�odo de efervesc�ncia pol�tica e cultural. A institui��o tamb�m foi espa�o de resist�ncia � ditadura militar (1964-1985). Em refer�ncia a esse per�odo hist�rico, muitos s�o contr�rios a presen�a da pol�cia nas depend�ncias da unidade. (MMR)

Outros tempos

Um ambiente tranquilo

�lvaro Fraga

Entre 1975 e 1984, per�odo em que estudei no antigo pr�dio da Fafich, na Rua Carangola, no Bairro Santo Ant�nio, a pol�cia ia ao local por dois motivos: quando havia manifesta��o pol�tica dos estudantes, e a PM cercava o quarteir�o, ou quando agentes do Dops iam atr�s de algum professor ou aluno considerado “subversivo” pela ditadura. No mais, o im�vel de oito andares, constru�do no fim dos anos 1950, era extremamente tranquilo. As salas de aula ficavam abertas 24 horas por dia e monitores e alunos de confian�a dos professores tinham as chaves do Laborat�rio de Est�tica, da biblioteca da filosofia e at� da cobi�ada biblioteca do Departamento de Ci�ncias Pol�ticas (DCP). As salas do DA e dos centros de estudo tamb�m n�o tinham chaves e nada era arrombado ou ocupado de maneira violenta. Como quase todo mundo se conhecia e havia o medo de policiais infiltrados, a presen�a de qualquer estranho era logo notada. � claro que havia alunos que costumavam fumar maconha, mas de maneira discreta, sem agressividade ou constrangimentos. Da mesma forma, de vez em quando algu�m reclamava de um livro roubado, de uma carteira ou bolsa desaparecida. Mas nada que se compare � situa��o de medo no c�mpus da Pampulha.


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