(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Aulas podem ser suspensas em alguns cursos da UFMG por medo da viol�ncia e do tr�fico

Al�m do com�rcio de entorpecentes, arrombamentos, furtos e ass�dio sexual assustam professores, alunos e servidores da institui��o


postado em 27/03/2015 06:00 / atualizado em 27/03/2015 12:36

Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, no câmpus Pampulha, está sem segurança adequada, que é agravada pelo acesso livre de pessoas(foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS)
Faculdade de Filosofia e Ci�ncias Humanas, no c�mpus Pampulha, est� sem seguran�a adequada, que � agravada pelo acesso livre de pessoas (foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS)

A a��o livre de traficantes e o consumo de drogas n�o s�o os  �nicos problemas graves no c�mpus da UFMG, principalmente na Faculdade de Filosofia e Ci�ncias Humanas (Fafich). Professores, alunos e servidores est�o assustados tamb�m com arrombamentos de salas, furtos de computadores e equipamentos e at� ass�dio sexual. Com medo, eles fazem den�ncias, mas n�o querem ser identificados.

O clima de inseguran�a poder� levar at� a suspens�o de aulas em alguns cursos, como no Departamento de Hist�ria. Em reuni�o no in�cio da semana, na c�mara departamental, os professores foram un�nimes na decis�o de suspender as aulas, no curso noturno, a partir de ter�a-feira. De outubro do ano passado at� agora, foram contabilizados 30 furtos de computadores e de outros equipamentos de pesquisa, como uma furadeira do laborat�rio de neuroci�ncia.

A decis�o de suspens�o das aulas foi tomada depois de uma sequ�ncia de eventos que colocaram em xeque a seguran�a do pr�dio. “Vamos levar a delibera��o para a congrega��o na segunda-feira, mas temos indicativo de paralisa��o a partir de ter�a. Vamos paralisar por falta de seguran�a”, disse o professor Luiz Carlos Villalta. No fim de semana, a sala do coordenador do curso foi arrombada e um notebook furtado. Tamb�m houve tentativa de arrombar o arm�rio do Centro de Estudos de Intelig�ncia Governamental, instalado no local.

O clima de inseguran�a come�ou em outubro do ano passado, mas, segundo professores, se agravou depois que a unidade deixou de ser vigiada por seguran�as particulares. “Pessoas externas � faculdade invadem os banheiros femininos, e as mulheres est�o assustadas”, afirma um professor. J� as professoras s� ficam em seus gabinetes com as portas fechadas no turno da noite.

PERSEGUI��O

O ass�dio praticado por pessoas que n�o s�o do meio acad�mico tamb�m assusta. Estudante de um curso noturno da Fafich, Ana (nome fict�cio), de 23 anos, foi perseguida por quase dois anos por um rapaz que n�o � estudante, mas frequenta regularmente a unidade. O ass�dio come�ou em 2013, quando ela sa�a da Fafich para pegar o �nibus que circula internamente na universidade. “Na �poca, parei de andar sozinha na Fafich. Sa� para um interc�mbio e, quando regressei, no in�cio de 2014, ele voltou a me molestar. Ele me coagia psicologicamente. Sabia meu nome, meu curso e meus hor�rios e sugeriu que iria me seguir”, conta. Ana procurou a Delegacia de Mulheres, mas n�o conseguiu registrar a queixa, pelo fato de o rapaz n�o ser seu companheiro. Ent�o, registrou boletim de ocorr�ncia na Pol�cia Civil e descobriu que havia outras quatro ocorr�ncias contra ele – uma por apreens�o de droga e outras tr�s por constrangimento ilegal.

O assunto tamb�m foi levado ao conhecimento da Diretoria de Seguran�a Universit�ria (DSU). “Eles disseram que tinham recebido queixas de outras alunas, me passaram telefone dos seguran�as para eu ligar quando ele se aproximasse. Mas se ele resolvesse fazer algo comigo, n�o daria tempo de pedir ajuda. O modus operandi da universidade � muito falho”, queixa-se.

A jovem optou por tentar a p�s-gradua��o em outra unidade da universidade e n�o vai mais � Fafich por medo de sofrer algum tipo de coa��o. Os alunos reclamam da presen�a de pessoas de fora da comunidade que v�o para a festa mesmo no hor�rio de aulas. Nas noites de quinta e sexta-feira, muitos professores encerram as aulas mais cedo devido ao volume do som.

CRACK

Professores, alunos e servidores ouvidos pela reportagem confirmam a venda de drogas sistem�tica na unidade feita por pessoas estranhas � universidade, principalmente �s quintas-feiras, dia em que � realizada uma festa no gramado entre a Fafich e Faculdade de Educa��o (FAE).

Uma funcion�ria diz j� ter presenciado pessoas fumando crack nas depend�ncias da unidade. Segundo ela, a droga � levada por menores de idade. “Em dezembro, 20 adolescentes foram retirados daqui. As picha��es s�o o reflexo do que est� acontecendo”, diz. Ela foi orientada pelos porteiros da unidade a fechar as portas da sala onde trabalha a partir das 18h para evitar incidentes. Como n�o h� catracas ou qualquer identifica��o para entrar na unidade, por l� circulam dezenas de pessoas estranhas � comunidade acad�mica.

Uma maior fiscaliza��o em rela��o a quem pode ou n�o entrar na unidade foi tema de amplo debate nas redes sociais e divide a comunidade acad�mica. “Est� passando da hora de uma reuni�o unificada entre docentes, discentes para discutir o problema de seguran�a na Fafich”, escreveu uma estudante no debate. Um outro aluno contestou: “OK, n�o vou discutir, mas mantenho a posi��o de que est� havendo xenofobia dentro dessa universidade e por pessoas que supostamente s�o educadoras, alunos e professores”, afirma. Ele se refere �s reclama��es em rela��o � presen�a de pessoas que n�o t�m v�nculo com a universidade.


Veja imagens do flagrante do consumo e venda de drogas


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)