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Estado de Minas

Armazenamento indevido de �gua na crise h�drica faz disparar casos de dengue

H�bito da popula��o de usar tambores, lat�es e outros recipientes para fugir do desabastecimento contribui para a prolifera��o do Aedes aegypti


postado em 13/04/2015 06:00 / atualizado em 13/04/2015 07:41

O aposentado João Alberto reaproveita água da máquina de lavar e mantém o reservatório tampado para evitar focos do mosquito transmissor(foto: Marcos Vieira/EM/D. A Press)
O aposentado Jo�o Alberto reaproveita �gua da m�quina de lavar e mant�m o reservat�rio tampado para evitar focos do mosquito transmissor (foto: Marcos Vieira/EM/D. A Press)
O armazenamento indevido de �gua por causa da crise de abastecimento nos tr�s primeiros meses de 2015 aumentou o n�mero de casos de dengue em alguns bairros de Belo Horizonte e cidades do interior do estado onde o problema de desabastecimento � mais s�rio. Na capital, o Barreiro � a regional com maior registro de casos da doen�a e, de acordo com a PBH, o acondicionamento incorreto de �gua pelos moradores foi um dos fatores que contribu�ram para o agravamento da situa��o.  Na regi�o do Barreiro, o problema foi registrado principalmente no Bairro Milion�rios, onde agentes de sa�de precisaram montar uma for�a-tarefa para orientar a popula��o sobre uso de ton�is e baldes com �gua. Em Par� de Minas, no Centro-Oeste do estado, 92% dos focos de Aedes aegypti foram encontrados em recipientes usados pelos moradores para guardar �gua.

Em 2015, o Barreiro j� registrou 137 casos de dengue, 23% dos 572 casos identificados na capital. O n�mero � quase 22 vezes maior que os da Regi�o Centro-Sul e quatro vezes mais alto que os �ndices encontrados em Venda Nova. De acordo com o gerente de controle de zoonoses do Barreiro, Vitor Rodrigues Dias, o aumento de casos da doen�a no Bairro Milion�rios foi causado exclusivamente pelo acondicionamento inadequado de �gua. “A popula��o est� colocando �gua em tambores para ficar at� semanas com o l�quido. As pessoas n�o tampam os tambores”, afirma. Segundo o gerente, � nesses locais que o mosquito Aedes aegypti est� se reproduzindo. Os agentes identificaram resid�ncias onde havia ton�is e orientaram as pessoas a jogar fora a �gua ou tampar os reservat�rios.

A preocupa��o dos moradores do Bairro Milion�rios com a falta de �gua � evidente. Basta passear pelas ruas para ver que muita gente armazena �gua de chuva e procura economizar o m�ximo poss�vel. Mas quem faz isso ressalta que todos os cuidados s�o tomados para evitar que os recipientes usados para guardar �gua sirvam de criat�rio para o mosquito transmissor da dengue. A cabeleireira Elza Helena Valverde conta que, auxiliada pelo pai, o vigia aposentado Jo�o Alberto Pereira Gomes, aproveita a �gua da m�quina de lavar, que � condicionada no tanque ao lado e depois em um gal�o e � usada para lavar o quintal e at� uma caixa de gordura. Quando chove, a �gua que escorre do telhado tamb�m � guardada em gal�es. “Sempre tampados, por causa da dengue”, enfatiza Elza.

Milton armazena água da chuva para usar em obra em sua casa(foto: Marcos Vieira/EM/D. A Press)
Milton armazena �gua da chuva para usar em obra em sua casa (foto: Marcos Vieira/EM/D. A Press)

Com uma obra em casa, o orientador de estacionamento Milton Flaviano Brito ajuda a m�e a economizar. Um cano na lateral da casa leva a �gua da chuva at� um gal�o e ela � usada na constru��o e para lavar o carro. O gal�o n�o fica tampado, mas, antes mesmo que se toque no assunto, Milton afirma: “O pessoal que olha os focos de dengue esteve aqui e jogou um rem�dio para n�o ter perigo”. J� na resid�ncia da fam�lia da repositora Naglia Maria Fernandes, o cuidado � dobrado. Uma caixa d’�gua de 500l fica embaixo do telhado recolhendo a �gua da chuva. Al�m de estar sempre cuidadosamente tampada, a �gua que sobra � tratada com cloro.

DOEN�A REINCIDENTE
A estudante de direito, Nath�lia Fernanda Gon�alves dos Santos Drumond, de 27 anos, mora no Bairro Olaria, no Barreiro, e teve suspeita de dengue cinco vezes em dois anos. O �ltimo diagn�stico foi em 31 de mar�o, quando ela procurou o centro de sa�de do bairro e passou pelo exame cl�nico. “Como em todas as vezes, o posto seguiu o protocolo. Fez o teste do la�o e encaminhamento para exame de sangue”, conta.

A estudante atribuiu a recorr�ncias da doen�a � grande quantidade de entulho acumulado no entorno dos c�rregos Olaria e Jatob�, que passam por uma obra para constru��o de bacias de conten��o. A obra, or�ada em R$ 85 milh�es, � para evitar inunda��o. Conforme a moradora, o bairro est� infestado de mosquitos, escorpi�es, ratos e baratas.

O gerente da Zoonoses informou que o Olaria � monitorado a cada 15 dias e foi constatado que a popula��o est� jogando lixo na �rea da obra e na pista de caminhada. Segundo Dias, por mais que a administra��o municipal remova o lixo, n�o tem como conter a a��o dos vizinhos que sujam o entorno. O comit� de crise de vigil�ncia da dengue no Barreiro discutiu, esta semana, medidas espec�ficas para o Olaria e vai lan�ar campanha para conscientizar a popula��o. “Est�o levando at� caminh�es com entulho para o entorno do c�rrego. Agentes de endemia tamb�m encontraram copos e garrafinhas de �gua na pista de caminhada onde havia focos de dengue”, relata o gerente.

Quadro da dengue em BH:

Regional / Casos

Barreiro / 137
Centro-Sul /  6
Leste / 30
Nordeste / 43
Noroeste / 112
Norte / 82
Oeste / 76
Pampulha / 50
Venda Nova / 29
Total / 572

*Fonte Secretaria de Sa�de de Belo Horizonte – Boletim 10/04/2015


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