Aparelhos enferrujados, quebrados e at� interditados por falta de condi��es de uso t�m causado risco de les�es e transtornos a quem se exercita nos equipamentos de gin�stica do programa Academia ao ar livre, em Belo Horizonte. Pelo menos 10% dos 340 conjuntos de gin�stica precisam de algum tipo de reparo, devido � falta de manuten��o, ao vandalismo e ao desgaste causado pelo tempo. O levantamento � da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, que prepara um chamamento p�blico para captar parceiros para ado��o das academias em espa�os p�blicos. Em fase final de elabora��o, o edital deve ser lan�ado at� o fim do m�s e determina que a iniciativa privada cuide da manuten��o dos instrumentos e, em contrapartida, explore os equipamentos colocando uma placa de publicidade.
Atualmente, a manuten��o � feita pelas administra��es regionais da prefeitura. Mas, apesar do trabalho, n�o � raro encontrar problemas. Nem mesmo cart�es-postais da cidade escapam. Na Pra�a do Papa, no Bairro Mangabeiras, na Regi�o Centro-Sul, h� um aparelho para exerc�cios de perna sem condi��es de uso porque o apoio para as m�os foi quebrado, o que causa desequil�brio. Al�m disso, � imposs�vel se orientar sobre como se exercitar, j� que a placa com a regras sobre uso est� completamente pichada. No local, os parafusos fincados no ch�o tamb�m d�o a ideia de que um equipamento foi retirado. “As pessoas que moram por aqui gostam de usar a academia, mas h� quem venha, principalmente jovens, e usam com for�a, sem cuidado, parece que querendo quebrar mesmo. Mas tamb�m falta manuten��o”, reclama a vendedora Cristiane Leite, de 34 anos, que trabalha como ambulante na Pra�a do Papa.
Perto dali, na Pra�a JK, no Sion, tamb�m na Centro-Sul, o transtorno se repete. Equipamentos quebrados, sem parafusos ou enferrujados p�em em risco a atividade f�sica dos frequentadores da academia. No local, os aparelhos est�o divididos em dois grupos: uma das partes, instalada inicialmente, d� mostras evidentes da falta de manuten��o. Bem ao lado, um conjunto de pe�as novas ainda funciona bem. Um dos frequentadores da Pra�a JK, o professor Tyler Golembesky, de 42, cobra reparos frequentes. “� uma iniciativa importante, principalmente porque vejo que muitos idosos est�o se exercitanto. Mas, sem manuten��o, a atividade pode se tornar perigosa. � preciso cuidar mais”, afirma Tyler, morador do Sion.
Segundo o secret�rio municipal de Esportes e Lazer, Patrick Neil Drumond Albuquerque, a instala��o dos equipamentos do programa Academia ao ar livre come�ou em 2012, a manuten��o � frequente. Por outro lado, ele disse que a secretaria enfrenta muitos problemas relacionados a mau uso, vandalismo, picha��o e, inclusive, roubo de equipamentos. Ele diz que existem duas frentes de trabalho para melhorar o reparo desses espa�os. Al�m da tentativa de captar parceiros para ado��o das academias, h� a tentativa de criar um n�cleo de manuten��o para troca de pe�as, pinturas, reparos de pisos, entre outras demandas que surgem quase que diariamente. “A regional tem feito esse servi�o, mas h� outras demandas nos demais equipamentos p�blicos. Queremos desburocratizar o atendimento e dar mais agilidade”, disse. Segundo ele, o n�cleo atuaria tamb�m na repara��o de danos nos 117 campos de futebol do munic�pio, distribu�dos nas nove regionais de BH.
Usu�rios querem um profissional no local
Equipamentos danificados n�o s�o a �nica reclama��o de quem se exercita nas academias em espa�os p�blicos de BH. Existe uma cobran�a tamb�m para a presen�a de profissionais de educa��o f�sica para orientar os usu�rios sobre a forma correta de fazer exerc�cios. A presen�a do profissional � recomendada pelo Conselho Regional de Educa��o F�sica. Segundo o coordenador do Departamento de Orienta��o e Fiscaliza��o do �rg�o, Willian Pimentel, h� risco de les�es e outros problemas de sa�de se as atividades forem feitas de forma incorreta.
“O risco de les�es � alto e o trabalho do profissional pode evitar esses problemas, comuns principalmente nas grandes articula��es, como ombro, joelho e quadril”, alerta Willian. Segundo ele, as complica��es podem ocorrer principalmente por execu��o inadequada ou intensidades de for�a n�o reguladas: “A pessoa pode chegar a um limite de repeti��es e ter les�es graves. Dependendo do hist�rico de doen�as, como diabetes, press�o alta e card�acas, o problema pode ser mais grave e causar parada cardiorrespirat�ria, acidente vascular cerebral e morte”.
A aposentada V�nia Salgado, de 54, que usa os equipamentos de gin�stica na Pra�a Godoy Bet�nico, no Bairro Cidade Jardim, Centro-Sul, ressalta a necessidade da presen�a de um profissional. “Considero importante que tenha um instrutor formado em educa��o f�sica que possa, pelo menos uma vez por m�s, com hor�rio programado e divulgado na comunidade, nos orientar sobre o uso dos aparelhos”, diz.
O secret�rio Patrick Albuquerque informou que n�o h� previs�o para contrata��o de profissionais. “Os equipamentos j� s�o feitos com cargas que n�o oferecem risco de les�o. Al�m disso, as academias t�m placas com instru��es sobre os aparelhos”. Ele afirmou ainda que os instrutores do programa Academia da Cidade, em 68 unidades nas nove regionais, geralmente atuam pr�ximo �s academias ao ar livre e, nestes casos, d�o orienta��es aos usu�rios. “Contratar profissionais para todas as academias ao ar livre tem um custo muito alto e n�o temos or�amento para isso”, afirmou.
