
Paz da Floresta diz que a cidade que ele conheceu h� mais de 20 anos perdeu um pouco da magia, mas que, ainda assim, tem uma energia que ele n�o conheceu em nenhum lugar. “O boom imobili�rio e a tecnologia prejudicaram S�o Thom�. A cidade acolheu os esot�ricos a partir dos anos 1960, por causa da paz. E essa paz vem se perdendo aos poucos, infelizmente. Mas S�o Thom� � um lugar de encantos”, defende. Paz da Floresta afirma j� ter visto um objeto n�o identificado lan�ando uma luz branca na Mata de Sobradinho, pr�xima � Montanha do Gavi�o. “Tem coisas que a gente v�, como muitos j� viram. Tem coisas que a gente sabe, como muitos j� sabem. Tem coisas que � vir para ver”, filosofa.
“Este � um planeta de mil reis. Rei � aquele que j� alcan�ou recursos m�nimos pela liberdade de viver.” Voc� j� � rei, Paz? “N�o. Ainda n�o. Tive que vender o meu chal� para o tratamento da minha perna”. Paz da Floresta est� de muletas. Ele conta 21 pinos na perna esquerda. Um tombo nas montanhas. Desde 2007, o guia est� � frente de circuito de filosofia e natureza. Trabalho para grupos pequenos com interesse em conhecer a fundo a cidade. “Estamos trabalhando para adquirir um peda�o de terra para criar um campo na floresta e estabelecer um ambiente com tudo o que � preciso para viver sem dinheiro, o grande mal da humanidade”, ressalta o fil�sofo.

ALTERNATIVA
No Bar Terra�o � a banda Daz Antiga, com Gabola, D2 e Magno, a atra��o do feriado. Pires do Rio, de 40, nascido em Goi�s, est� em S�o Thom� h� um m�s. O pintor e escultor diz ter se encontrado na cidade. “� aqui que quero me enraizar igual a samambaia nas pedras”, sorri. Gabola canta Sociedade alternativa. “Esta m�sica � meu mantra”, diz. Pires � s� alegria junto ao balc�o do bar, dan�ando ao som de Raul Seixas. Um insight: “A energia c�smica tem uma liga��o entre o c�u e a Tserra aqui. A energia desses montes faz a gente transcender. A gente s� coloca para fora, pela boca e nas nossas a��es, o que existe dentro do nosso cora��o”, alegra-se com o pensamento. No Terra�o, Fada Mar�lia, Regina Zagatti e Marcos Tadeu dan�am a percuss�o visceral de D2.
Saiba mais
A lenda da est�tua
Os �ndios catagu�s habitaram a regi�o at� o s�culo 18, quando foram expulsos pelos bandeirantes. O nome da cidade vem de uma lenda: um encontro no fim do s�culo 18 de uma est�tua de S�o Thom� em uma gruta por Jo�o Ant�o, um escravo analfabeto fugido de Jo�o Junqueira, com uma carta de escrita perfeita. Outra vers�o da lenda diz que a carta teria sido entregue na gruta a Jo�o Ant�o por um senhor de vestes brancas. Apresentando a carta ao seu antigo dono, como ordenado pelo emiss�rio, Jo�o Ant�o teria conseguido a alforria. Impressionado pelo relato do escravo, Jo�o Junqueira tamb�m teria ordenado a constru��o de uma igreja. O “das Letras” do top�nimo refere-se �s inscri��es rupestres que ainda podem ser vistas na gruta onde teria sido encontrada a est�tua de S�o Thom�. A partir do in�cio do s�culo 20, a extra��o das “pedras de s�o thom�” (quartzito) se tornou a principal atividade econ�mica da cidade.
A lenda da est�tua
Os �ndios catagu�s habitaram a regi�o at� o s�culo 18, quando foram expulsos pelos bandeirantes. O nome da cidade vem de uma lenda: um encontro no fim do s�culo 18 de uma est�tua de S�o Thom� em uma gruta por Jo�o Ant�o, um escravo analfabeto fugido de Jo�o Junqueira, com uma carta de escrita perfeita. Outra vers�o da lenda diz que a carta teria sido entregue na gruta a Jo�o Ant�o por um senhor de vestes brancas. Apresentando a carta ao seu antigo dono, como ordenado pelo emiss�rio, Jo�o Ant�o teria conseguido a alforria. Impressionado pelo relato do escravo, Jo�o Junqueira tamb�m teria ordenado a constru��o de uma igreja. O “das Letras” do top�nimo refere-se �s inscri��es rupestres que ainda podem ser vistas na gruta onde teria sido encontrada a est�tua de S�o Thom�. A partir do in�cio do s�culo 20, a extra��o das “pedras de s�o thom�” (quartzito) se tornou a principal atividade econ�mica da cidade.