
A chuva que supera as expectativas desde fevereiro e as a��es contra a crise h�drica da popula��o, da Copasa e da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel (Semad) deram um respiro de dois meses aos reservat�rios do Sistema Paraopeba, respons�veis pelo abastecimento de parte da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Apesar da boa not�cia, nova portaria do Instituto Mineiro de Gest�o das �guas (Igam) prorrogou por mais 30 dias a situa��o de restri��o de consumo, decretada em 9 de abril nos tr�s subsistemas que se abastecem da bacia – Rio Manso, Serra Azul e Vargem das Flores. A medida foi incialmente adotada porque os reservat�rios estavam t�o baixos que n�o poderiam sustentar at� o fim da esta��o seca (setembro) 70% das permiss�es de retirada de �gua. Agora, a previs�o de esgotamento extrapola o per�odo seco e chega at� novembro. Ontem, o Sistema Paraopeba se manteve em volume est�vel, com 39% da capacidade.
De acordo com o Igam, n�o h� previs�o de que outros mananciais entrem em estado de aten��o. Com o decreto mantido no Sistema Paraopeba, segue a restri��o de capta��o de �gua nos tr�s reservat�rios que o comp�em. A redu��o de capta��o deve ser de 20% para consumo animal e humano, 25% para a irriga��o, 30% para minera��o e ind�stria e 50% para demais usos. De acordo com a Semad, a fiscaliza��o nas outorgas desses mananciais incidiu sobre 100 alvos nos �ltimos 80 dias e a partir desta semana todos ser�o revisitados, para levantar qual a situa��o de cada um. Durante a fiscaliza��o, foi constatado que 64% dos usos fiscalizados estavam irregulares, e aplicadas as puni��es administrativas previstas para cada situa��o, segundo a secretaria.
De acordo com a diretora-geral do Igam, F�tima Chagas, � imprescind�vel que a popula��o continue a economizar �gua. “� importante mudar os h�bitos, n�o apenas pela quest�o emergencial. Evitar os desperd�cios faz parte de uma ideia de sustentabilidade, de educa��o ambiental e de recuperar nascentes e proteger mananciais. A sensibiliza��o � importante para estarmos preparados para ocorr�ncias extremas”, disse. Segundo ela, n�o houve um fator preponderante na recupera��o dos reservat�rios. “As chuvas foram t�o importantes quanto a economia dos usu�rios e a restri��o do consumo. Mas precisamos manter isso, pois a situa��o n�o � confort�vel”, alerta.
Entre as principais a��es desempenhadas pela Copasa para tentar evitar o desabastecimento se destaca o programa Ca�a-Gotas, anunciado em 22 de janeiro, quando a presidente da empresa, Sinara Meireles, admitiu que a situa��o era cr�tica e que seria preciso cortar 30% do consumo. At� mar�o, a popula��o conseguiu reduzir em 16% o gasto de �gua. Mas ainda mais grave � a falha da empresa na distribui��o, considerada cr�nica, com desperd�cio estimado em 40% do que � tratado.
Segundo levantamento da estatal de saneamento, apenas no ano passado foram corrigidos 54 mil vazamentos em BH, m�dia di�ria de 148 trincas e fissuras por onde a �gua pot�vel se perde antes de ser usada pelos consumidores. Foram detectadas ainda 1.044 conex�es clandestinas, conhecidas como “gatos”. A Copasa, no entanto, ainda n�o divulgou qual o percentual de perda corrigido pelo Ca�a-Gotas.
ADUTORA Uma das obras mais importantes para melhorar a oferta de �gua para a Grande BH � o bombeamento de 4 mil litros por segundo do Rio Paraopeba, para tratamento na esta��o do Rio Manso, em Brumadinho, mas as obras previstas para come�ar na semana passada ainda n�o come�aram. A Copasa n�o informou os motivos nem divulgou o resultado do Ca�a-Gotas. O argumento � que, pela regras do mercado de capitais, a empresa n�o pode prestar informa��es estrat�gicas at� a divulga��o de seu balan�o, na quinta-feira.
