
Dia hist�rico para a capital e fundamental para a Catedral Cristo Rei, em constru��o no Bairro Juliana, na Regi�o Norte. Ao lan�ar duas p�s de concreto na base de uma estrutura de ferro, o arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, deu in�cio, na manh� de ontem, � primeira parede do templo, que tem projeto de Oscar Niemeyer (1907-2012) e previs�o de ser conclu�do em cinco anos. De capacete protetor branco e satisfeito com o andamento da obra, o arcebispo conclamou a popula��o cat�lica a ajudar na concretiza��o do projeto or�ado em R$ 110 milh�es e onde j� foram investidos R$ 20 milh�es em duas das seis etapas previstas.
Para envolver ainda mais a comunidade na empreitada, dom Walmor informou que, a partir do pr�ximo dia 23 (s�bado), come�ar�o as visitas guiadas � catedral, com dura��o de meia hora e em grupos de 20 pessoas, a cada vez. Precedido de um momento de ora��o e acompanhado de uma equipe especializada, o passeio permitir� conhecer o terreno de 22,4 mil metros quadrado, o qual abrigar� a constru��o de 42 mil metros quadrados (veja o quadro). Os interessados poder�o marcar a visita pelo telefone (031) 3269-3100 ou obter informa��o nas par�quias.
‘TIQUINHO’ Depois de ver a planta do projeto e a maquete, ao lado do engenheiro e chefe da obra R�mulo Albertini, dom Walmor disse que a constru��o se encaixa num conceito novo de catedral, contendo n�o s� a nave (espa�o lit�rgico onde s�o celebradas missas) �rea para abrigar os pobres, como tamb�m museu sacro, de liturgia e outras modalidades, audit�rio, escola de mosaicos e outros servi�os para a comunidade, congregando f� cat�lica, cultura, educa��o e servi�o social. “Vivemos num tempo de crise e dificuldades, mas contamos com um "tiquinho" da colabora��o dos mineiros. As doa��es s�o fundamentais, j� que n�o temos reservas financeiras. Esta � uma obra da solidariedade”, afirmou. “Acreditamos que em 2017, teremos 70% dela pronta”, prev�.
Sobre a forma do templo sa�do da prancheta de Niemeyer, dom Walmor esclareceu que os p�rticos brancos podem simbolizar m�os postas ou uma noiva com o v�u estendido beijando o seu noivo, sendo a noiva a Igreja, esposa de Cristo e que gera seus filhos. “A c�pula � o �tero materno”, explicou o arcebispo, que espera a ajuda de 30 mil fam�lias, as quais, contribuindo mensalmente, ter�o seus nomes escritos no piso da Pra�a das Fam�lias, formando um grande ter�o na �rea externa do templo.
�s 9h15, quando dom Walmor jogou a primeira p� de concreto, dois oper�rios admiraram a cena com muito gosto. “No in�cio ele estava meio t�mido, mas passou no teste”, comentou bem-humorado o pedreiro Renato Ant�nio dos Reis, de 40, trabalhador da Construtora Mendes J�nior. Ao lado, o carpinteiro Joaquim Batista do Nascimento, de 53, afirmou que o arcebispo “leva jeito” e tem certeza de que participou de um dia hist�rico. Um dos destaques ontem, no canteiro de obras, foi a grua (esp�cie de guindaste) de 33 metros de altura, usada para a movimenta��o de materiais de constru��o (concreto, f�rmas, escoramentos, entre outros). Ela est� posicionada pr�ximo ao chamado setor B do canteiro de obras, onde futuramente estar� o altar externo da Cristo Rei. Os trabalhos v�o se concentrar nesse setor durante este ano.
SONHO CONCRETO O sonho de se construir a Catedral Cristo Rei nasceu com a Arquidiocese de Belo Horizonte h� quase 100 anos. O primeiro arcebispo, dom Ant�nio dos Santos Cabral, chegou a iniciar a edifica��o, mas desafios e dificuldades da �poca adiaram, por anos, esse desejo. O projeto foi retomado pelo arcebispo dom Walmor em 2005. O Arcebispo procurou o arquiteto Oscar Niemeyer e solicitou uma concep��o arquitet�nica, que foi apresentada em 2006. Os anos seguintes foram de reflex�o e amadurecimento dessa concep��o, at� que, em 2010, foi definido o projeto do complexo arquitet�nico da Catedral Cristo Rei.