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Estado de Minas

Pedestres s�o v�timas de 40% dos roubos cometidos em Belo Horizonte

Cresce n�mero de ataques a quem caminha pelas ruas da cidade, um tipo de crime que dificulta a investiga��o. A pr�pria pol�cia reconhece que impunidade encoraja bandidos


postado em 15/06/2015 06:00 / atualizado em 15/06/2015 07:19

"N�o tem mais aquela hist�ria de hor�rios mais perigosos. A qualquer hora, estamos � merc� dos bandidos" - Juliana Almada, assaltada duas vezes � luz do dia (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)

Quase metade das pessoas assaltadas em Belo Horizonte entra para as estat�sticas ao caminhar pela cidade. A Pol�cia Militar sustenta que 40% dos roubos praticados em Belo Horizonte s�o contra pedestres. Os outros 60% englobam casos como assaltos a resid�ncias, a estabelecimentos comerciais, roubos de ve�culos, de bicicletas e outros. Os ataques nas ruas s�o um dos dificultadores, segundo a Pol�cia Civil, para atuar e prender os ladr�es, j� que a a��o � pulverizada e pontual, sem agrupamentos em quadrilhas, complicando a investiga��o. A rapidez com que os roubos s�o praticados inviabiliza, muitas vezes, que a v�tima consiga at� mesmo ver o autor do crime. Diante desse quadro, a popula��o pede mais policiamento nas ruas, mas a PM afirma que n�o falta patrulhamento. Prova disso, argumenta a corpora��o, � a lota��o das centrais de flagrantes, o que mostra que os criminosos t�m sido presos.


Enquanto policiais listam suas dificuldades, a empres�ria Juliana Almada, de 25 anos, convive com o trauma de assaltos. Ela foi atacada duas vezes por bandidos armados, praticamente no mesmo lugar: nas imedia��es da Avenida Amazonas, limite entre Belo Horizonte e Contagem. Na primeira, em agosto do ano passado, Juliana seguia de carro para a casa do namorado, parou para responder uma mensagem de celular e foi abordada por dois homens armados.


Na segunda vez, 13 dias depois, ela andava bem perto do local do primeiro assalto quando percebeu a aproxima��o de uma moto com dois homens. “Como j� tinha sido assaltada, fiquei muito preocupada, mas eles mudaram a dire��o e continuei. Mais � frente, vi a dupla descendo a rua que eu estava subindo. Pararam do meu lado e um deles pediu meu celular apontando uma arma”, recorda.


Apavorada, Juliana correu para um lote vago, mas percebeu que havia tomado a atitude errada, se deitou no ch�o e o ladr�o pegou o celular. “Ele perguntou se eu estava doida, para sair correndo. Estava com a arma apontada e depois percebi que poderia ter acontecido o pior. O que mais me chama a aten��o � que os dois assaltos foram � luz do dia. Um �s 10h e outro ao meio-dia. N�o tem mais aquela hist�ria de hor�rios mais perigosos. A qualquer hora, estamos � merc� dos bandidos”, reclama.

No fim do ano passado, o estudante Gabriel Lomasso, de 22, tamb�m foi surpreendido durante o dia. Ele caminhava pela Rua Carangola �s 13h, quando dois homens o assaltaram. “Um colocou a m�o na minha mochila e o outro ficou tampando a arma que estava encostada nas minhas costas. Levaram meu celular, mesmo com a rua bem movimentada”, conta o jovem.

"N�o s�o raro os casos em que o infrator � preso pela pol�cia mais de uma vez por m�s" - Coronel C�cero Cunha, comandante do policiamento de Belo Horizonte (foto: Cristina Horta/EM/DA Press - 3/2/15)
REINCID�NCIA O coronel C�cero Cunha, comandante do policiamento de Belo Horizonte, aponta a reincid�ncia como principal entrave para reduzir os roubos. “N�o s�o raros os casos em que o infrator � preso pela pol�cia mais de uma vez por m�s”, afirma. O militar admite que os bandidos n�o se preocupam mais com as consequ�ncias dos ataques e acredita que isso ocorra devido � impunidade. Ele adverte sobre a import�ncia do registro das ocorr�ncias, para que a PM planeje suas a��es com base nas �reas onde est�o acontecendo os crimes, e pede a aten��o da popula��o para medidas de autoprote��o.


O presidente da Associa��o dos Oficiais da Pol�cia Militar e do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, tenente-coronel Ailton Cirilo da Silva, diz que o ritmo de crescimento de assaltos est� diminuindo. “Estamos cobrando do governo, que est� sinalizando positivamente com aporte de recursos, terceiriza��o da frota, aumento do efetivo e retorno dos aposentados em condi��es de trabalhar. Al�m disso, nossas viaturas ficam agarradas em delegacias por horas, devido ao colapso do sistema prisional”, avalia o militar.

Para Cl�udia Marra, titular da delegacia que abrange o Hipercentro de BH, da Pol�cia Civil, existem empecilhos para o combate aos roubos. “Um dificultador � a rapidez com que acontecem os crimes. Muitas vezes, n�o h� testemunhas e nem mesmo a v�tima consegue informar algum elemento de identifica��o do autor. No caso de roubos a pedestres, o objeto roubado, que pode ser um celular, � trocado por droga e some de circula��o muito r�pido, sem muito o que fazer se n�o houver um flagrante”, afirma.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


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