A Secretaria Municipal de Sa�de de Belo Horizonte prepara mais uma arma para combater o carrapato-estrela, transmissor da bact�ria causadora da febre maculosa. Profissionais das nove regionais da cidade est�o sendo treinados para aplicar inseticidas nos cavalos em situa��o de risco, especialmente os que circulam na orla da Lagoa da Pampulha.
Segundo o veterin�rio Eduardo Viana Vieira Gusm�o, t�cnico da Ger�ncia de Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal de Sa�de, explica que o per�odo de prolifera��o do carrapato, quando h� larvas e ninfas, acontece entre o outono e o inverno. Assim, a aplica��o do produto qu�mico neste momento � mais eficaz, combatendo o aracn�deo antes da fase adulta.
A pasta firmou uma parceria com a Escola de Veterin�ria da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para capacitar 30 profissionais das nove regionais da capital entre veterin�rios, bi�logos e agentes de combate a endemias. A primeira aula, te�rica, aconteceu no final de junho. As aulas praticas ser�o realizadas em cavalos usados na tra��o animal no munic�pio. Para isso, foi realizado um levantamento para identificar os equinos que circulam por �reas com risco de carrapatos, num total de 100 animais. Os parceiros entraram em contato com os carroceiros e com a associa��o que representa os trabalhadores, convidando para a aplica��o gratuita do inseticida nos cavalos. A primeira aula pr�tica aconteceu nesta quinta-feira, quando 10 animais receberam o produto na Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes (URPV) do Bairro Castelo, na Pampulha. A regi�o da Pampulha foi priorizada por conta do hist�rico de problemas com carrapatos, mas a inciativa poder� ser aplicada nas outras regionais caso haja infesta��o.
Os cavalos foram escolhidos considerando o contato direto com os seres humanos e a circula��o dos animais por diferentes �reas da cidade. “O controle � tanto para o ambiente da Pampulha, como para prevenir que a doen�a chegue no carroceiro, na fam�lia dele e se espalhe para outros locais. Voc� cria nele uma barreira ou um controle, assim n�o vai transmitir nem para o ser humano, nem para outros animais dom�sticos”, esclarece.
TRABALHO CONT�NUO Conforme o veterin�rio, a borrifa��o de inseticida em cavalos para o combate aos carrapatos j� foi realizada com sucesso em Belo Horizonte entre 2007 e 2008 na Regional Noroeste. A capacita��o deve ser conclu�da em meados de agosto e a expectativa � de os trabalhos de controle de infesta��o sejam permanentes.
Eduardo Viana destaca que o combate ao carrapato � muito complexo, por envolver quest�es ambientais. “Voc� n�o pode atuar de uma forma generalizada, voc� tem contextos. No �mbito da sa�de p�blica, nosso maior medo � onde voc� tem uma alta infesta��o de carrapatos e a presen�a do ser humano”, diz. Desde o ano passado, a orla da lagoa e o Parque Ecol�gico da Pampulha t�m placas alertando para a presen�a dos aracn�deos. A prefeitura tamb�m distribui materiais educativos sobre os riscos da febre maculosa. “Mesmo sem cavalos ou capivaras, qualquer mam�fero ou ave serve de repasto sangu�neo para o carrapato. Na Pampulha voc� tem coelhos silvestres, roedores menores. Nosso objetivo na Pampulha n�o � erradicar o carrapato, mas controlar a popula��o para que a quantidade dele seja m�nima, principalmente na �rea onde o ser humano frequenta”.
IMPASSE A situa��o das capivaras que vivem na Lagoa da Pampulha ainda gera impasse. Em setembro, ser� completado um ano da captura dos primeiros animais para an�lise da presen�a da bact�ria da febre maculosa e posterior esteriliza��o. Dos 46 animais recolhidos no ano passado, apenas 20 ainda sobrevivem em cativeiro nos bretes montados pela prefeitura no Parque Ecol�gico. As mortes geraram revolta nas organiza��es ambientais da cidade e se tornaram alvo de inqu�rito da Pol�cia Civil, que apura se houve maus tratos. A apura��o se encontra na fase final.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renov�veis (Ibama) afirma que a autoriza��o para a captura e manuten��o dos bichos em cativeiro era provis�ria e como a prefeitura ainda n�o apresentou o laudo comprovando que os animais apresentam riscos, elas deveriam ser soltas. Em mar�o, o Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG) expediu uma recomenda��o para a soltura dos animais, mas a Prefeitura de Belo Horizonte recorreu da a��o Tribunal Regional Federal (TRF) e desde ent�o o cativeiro dos animais � mantido.
A �ltima reuni�o entre Ibama e PBH aconteceu em 22 de junho e mais uma vez terminou sem acordo, conforme o Ibama. Pelo menos outros 50 animais seguem soltos na orla. Sobre o manejo destes, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente informou, por meio de nota, que segue aguardando um posicionamento do Ibama ou da Justi�a Federal.