Em meio ao conflito com os taxistas, o servi�o de carona paga contratada por meio do aplicativo Uber oferece corridas de gra�a nesta quinta-feira, em Belo Horizonte. Na mensagem enviada para as pessoas cadastradas no aplicativo, os respons�veis pelo Uber divulgam a campanha #uberlove day, informando que a iniciativa � uma rea��o aos atritos entre os motoristas ligados ao aplicativo e os taxistas.
A iniciativa do Uber foi criticada pelo presidente do Sindicato Intermunicipal dos condutores Aut�nomos de Ve�culos Rodovi�rios (Sincavir), Ricardo Luiz Faedda, que v� ilegalidade na atividade. Segundo ele, o poder p�blico deve agir para coibir o servi�o na cidade e a oferta de transporte gr�tis feita pelos administradores do aplicativo configura concorr�ncia desleal.
J� a BHTrans disse que n�o vai comentar a a��o do Uber, mas ressaltou que, de acordo com o artigo 135 do C�digo Brasileiro de Tr�nsito (CTB), "os ve�culos de aluguel, destinados ao transporte individual ou coletivo de passageiros de linhas regulares ou empregados em qualquer servi�o remunerado, para registro, licenciamento e respectivo emplacamento de caracter�stica comercial, dever�o estar devidamente autorizados pelo poder p�blico concedente." Para a empresa que gerencia o transporte p�blico na capital, a norma do CTB "demonstra a ilegalidade do servi�o, e prev� como penalidade multa com reten��o do ve�culo."
Na nota, a BHTrans tamb�m ressalta que est� impedida de autuar os motoristas do Uber, mas que " trabalha em parceria com a Pol�cia Militar e o DER para combater o transporte clandestino na capital e conta com o apoio do Minist�rio P�blico para a intensifica��o dessas a��es de forma geral."
TENS�O Nas �ltimas semanas, houve pelo menos quatro conflitos entre motoristas de t�xi e do Uber em Belo Horizonte. Em um dos casos, taxistas cercaram e amea�aram um condutor do Uber, constrangendo uma passgeira que contratou o servi�o. A mulher chegou a passar mal, conforme mostra v�deo gravado pelos taxistas que participaram do cerco.
A insatisfa��o de taxistas da capital com o Uber come�ou h� oito meses, quando a empresa passou a recrutar motoristas na cidade. O aplicativo, que une condutores aut�nomos e passageiro, est� dispon�vel em mais de 300 cidades de 58 pa�ses e � alvo de a��es judiciais e protestos de taxistas em v�rias partes do mundo.
INVESTIGA��O Um inqu�rito do Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG) inicialmente aberto para investigar a atua��o dos motoristas do aplicativo Uber em BH promete acirrar ainda mais a disputa com os taxistas. O promotor de Justi�a Geraldo Ferreira decidiu ampliar as apura��es e incluir a atua��o dos condutores de t�xis. At� mesmo a falta de fiscaliza��o por parte do poder p�blico vai ser alvo da promotoria de Justi�a de Defesa ao Patrim�nio P�blico.
O promotor decidiu expandir as investiga��es em 9 de julho, dias depois das primeiras ocorr�ncias e 72 horas depois que os taxistas foram at� a sede do �rg�o para um protesto e fizeram algumas exig�ncias. Em nota, afirmou que o inqu�rito foi ampliado para “apurar tamb�m suposta ocorr�ncia de transporte ilegal de passageiros em Belo Horizonte, atrav�s da utiliza��o de aplicativos que disponibilizam a presta��o de servi�os das denominadas 'caronas pagas'”.
Outro ponto que ser� averiguado � a atua��o dos taxistas na capital mineira. Segundo o promotor, ser� investigado a “suposta inefici�ncia dos servi�os de t�xi tradicional em Belo Horizonte, falta de fiscaliza��o por parte do poder p�blico dos servi�os de t�xi, insatisfa��o da sociedade quanto aos servi�os prestados pelos taxistas tradicionais e quantidade insatisfat�ria de ve�culos (t�xis) � disposi��o da popula��o, assim como quaisquer outros fatos que tenham correla��o com o objeto da presente investiga��o e afetem os leg�timos interesses e anseios da popula��o de Belo Horizonte”.