Os pais da menina estavam trabalhando na loja de eletr�nica deles, no Centro de BH, quando receberam a not�cia. A menina estava em casa com dois irm�os, a av� e um tio. Ela desceu com o tio para colocar a bagagem da viagem no carro, carregando dois travesseiros, e foi abrir o port�o do pr�dio para um primo, quando levou o choque. Maria Eduarda, que estava descal�a, passou por dentro do canteiro do jardim e pisou numa grade de tela que protege o hidr�metro. A tela afundou, ela perdeu o equil�brio e se apoiou na caixa de metal que fica no muro. Dentro havia um emaranhado de fios soltos, muitos deles emendados, e um nobreak para garantir o funcionamento do port�o eletr�nico em caso de falta de energia el�trica.
O tio da menina, Jo�o Augusto Monteiro, disse que estava mexendo no carro quando escutou a sobrinha pedindo socorro. “Ela desceu com o meu filho, que ia colocar o lixo para fora, e a escutei gritar: ‘Choque, choque, choque’. Tentei pux�-la e tamb�m levei choque. Eu a enrolei com o travesseiro e consegui retir�-la. Ela come�ou a vomitar muito”, contou o tio � per�cia.
Segundo a per�cia, a caixa de fia��o era uma “verdadeira gambiarra”. Possivelmente, um dos fios descascados pode ter encostado na caixa de metal, que ficou energizada. O Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu) foi chamado. A m�dica ainda tentou reanimar a adolescente, mas constatou que ela j� estava morta.
O condom�nio tem tr�s blocos e cada um tem um s�ndico. “Fiquei surpreso com o estado da fia��o. N�o sabia que estava naquela situa��o”, reconheceu o s�ndico geral, Carlos Magno Diniz Abreu. Ela conta as tarefas s�o distribu�das entre os s�ndicos e que a manuten��o do port�o eletr�nico � fun��o do s�ndico do bloco 3, que � justamente o pai da menina que morreu. “Essa fia��o sempre foi assim, desde que o pr�dio foi constru�do. A �nica mudan�a foi h� dois meses, quando o bot�o de acionamento do port�o eletr�nico foi retirado de junto da caixa de fia��o, para evitar que a pessoas pisassem na grama, e instalado junto ao port�o”, disse Abreu. Uma moradora, que pediu para n�o ser identificada, contou que o pai da menina, que trabalha com eletr�nica, foi quem fez a canaleta para passagem do fio.
QUEIMADURAS O corpo da adolescente foi levado para o Instituto M�dico-Legal (IML). Segundo a Secretaria Municipal de Sa�de, que administra o Samu, a crian�a teve queimaduras e sofreu parada cardiorrespirat�ria. No entanto, segundo o perito do Instituto de Criminal�stica J�lio C�sar Freitas, somente o laudo de necr�psia pode confirmar a causa da morte. “Ela pode ter morrido em fun��o do choque ou sufocada pelo v�mito. A menina tinha acabado de almo�ar”, disse o perito, que recomendou um t�cnico com urg�ncia para organizar a fia��o. Maria Eduarda deixou uma irm� mais velha e um irm�o ca�ula.