
Descer a Rua Cl�udio Manoel e atravessar as avenidas Get�lio Vargas e Afonso Pena, no Bairro Funcion�rios, Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, � mais um dos movimentos tradicionais no tr�nsito da capital mineira que est� com os dias contados. A BHTrans pretende fechar em breve a Cl�udio Manoel na Pra�a Benjamin Guimar�es, conhecida como Pra�a ABC, desviando esse fluxo para a Rua Piau� e para a Avenida Get�lio Vargas. O objetivo � diminuir um tempo de sem�foro no cruzamento da pra�a e concluir as adequa��es no eixo Afonso Pena previstas no Mobicentro, projeto de mobilidade voltado a aumentar a seguran�a dos pedestres. Ontem, come�aram a valer as altera��es da segunda fase do programa, com as invers�es de sentido de um quarteir�o da Rua Curitiba e outro da Rua dos Tupinamb�s, ambos no cruzamento com a Afonso Pena. Como as obras necess�rias para viabilizar as novidades s� ficam prontas em 15 dias, houve d�vidas e reclama��es. At� 15 de agosto, a terceira fase entrar� em opera��o, com outra medida de impacto: a proibi��o de virar � direita na Pra�a Sete, tanto na Avenida Amazonas quanto na Afonso Pena.
“Depois que terminarmos a terceira fase, vamos reprogramar os sem�foros da Afonso Pena para diminuir o tempo de espera dos pedestres e fazer as mudan�as na Pra�a Benjamim Guimar�es. � a �ltima interven��o no corredor da Afonso Pena”, disse o superintendente de Implanta��o e Manuten��o da BHTrans, Jos� Carlos Ladeira. Na pr�tica, a Rua Cl�udio Manoel ser� fechada na pra�a com uma esp�cie de cal�ad�o, o que j� ocorre em outras vias. Nesse �ltimo quarteir�o antes do fechamento, o tr�fego funcionar� em m�o dupla e vagas de estacionamento ser�o criadas dos dois lados, todas em 45 graus, segundo a BHTrans. O fluxo de descida da Cl�udio Manoel ter� que entrar � direita, na Rua Piau�. Hoje, esse quarteir�o � m�o dupla, mas passar� a ser m�o �nica em dire��o � Avenida Get�lio Vargas. “Nesse ponto da Piau� com Get�lio Vargas ser� necess�rio fazer uma abertura no canteiro para o tr�nsito chegar at� a avenida. Quem descia a Cl�udio Manoel e pegava a Afonso Pena subindo para o Mangabeiras n�o ter� mais essa possibilidade. O mais certo ser� pegar a Contorno para sair na Afonso Pena”, explica Ladeira.
Ainda sem ter certeza do real impacto das mudan�as, a popula��o se divide sobre a novidade. O taxista Jos� Ant�nio Guimar�es, de 57 anos, que trabalha em um ponto na Pra�a ABC, est� otimista. “Acho que deve melhorar, porque sempre temos que esperar muito nesse cruzamento at� completar os ciclos do sem�foro e chegar de novo a nossa vez”, afirma. Outro taxista, Wilson Vieira, de 61, j� n�o sabe se a nova configura��o vai resultar em melhoria. “Resta saber se a Get�lio Vargas vai suportar o tr�fego da Cl�udio Manoel. De qualquer forma, nos hor�rios de pico n�o adianta. Independentemente do que a BHTrans fizer, a confus�o ser� grande”, diz. O auxiliar administrativo Frederico Leonard, de 33, diz que pode ser uma boa sa�da. “Tem dia que a fila na Cl�udio Manoel se estende muito, talvez pode ser uma tentativa de resolver isso”, disse.

Confus�o na Curitiba
O primeiro dia da nova configura��o do tr�nsito das ruas Curitiba e dos Tupinamb�s, no Hipercentro de BH, foi marcado por problemas por causa da sinaliza��o tempor�ria. Objetos como caixas de pl�stico, telas e cones, que est�o substituindo as ilhas e extens�es de cal�adas que ser�o constru�das, confundiram motoristas e pedestres. Em meio �s sinaliza��es tempor�rias, havia gente andando para todos os lados. Com as mudan�as, a Rua Curitiba n�o segue mais direto desde a Afonso Pena. O quarteir�o entre a avenida e a Tupinamb�s teve a m�o de dire��o invertida. A mesma mudan�a ocorreu no quarteir�o da Tupinamb�s entre a Afonso Pena e a Curitiba, sendo que n�o � mais poss�vel atravessar a Afonso Pena vindo da Tupinamb�s em dire��o � rodovi�ria.
Uma das pessoas que acabou perdendo essa possibilidade � o motoboy Wellington Paulino, de 37. Funcion�rio de uma loja de eletrodom�sticos na esquina da Curitiba com Tupinamb�s, ele conta que usava o antigo acesso para j� cair na Afonso Pena, em dire��o ao Complexo da Lagoinha. “Agora terei que dar uma volta bem grande pra retornar na Afonso Pena. Perdemos uma sa�da r�pida e motoboy conta com rapidez para ganhar dinheiro”, afirmou.
Segundo Jos� Carlos Ladeira, da BHTrans, a demanda por esse tipo de movimento � pequena. O novo acesso ainda pode ser feito pela Tupinamb�s, por�m, com sa�da � esquerda na Avenida Oleg�rio Maciel e entrada � direita na Rua dos Caet�s. Dali em diante o motorista pode ir � rodovi�ria ou � sa�da para as avenidas Pedro II e Ant�nio Carlos. Sobre a confus�o do primeiro dia, Ladeira disse que a dificuldade do in�cio � inevit�vel. “As interven��es t�m que ser feitas com a nova configura��o funcionando. Esse tipo de mexida n�o � como um carimbo, em que eu paro a cidade, tiro todas as pessoas e implanto em uma noite todas as modifica��es. A previs�o � de que em 15 dias as obras estejam conclu�das”, completou.
Dos tr�s principais eixos do Mobicentro, dois j� foram implantados. As mudan�as se estendem aos cruzamentos da Afonso Pena com Esp�rito Santo e Tupis e tamb�m �s altera��es que come�aram a valer ontem. Na terceira fase entrar�o em vigor as proibi��es de entradas � direita entre as avenidas Amazonas e Afonso Pena, cuja previs�o � at� 15 de agosto. Logo depois vir� o ajuste pontual da Pra�a ABC, finalizando o corredor Afonso Pena. Segundo a BHTrans, as mesmas modifica��es ser�o aplicadas nos corredores Amazonas (entre Contorno e Pra�a Raul Soares) e Bias Fortes, al�m da regi�o da Savassi. As interven��es ainda est�o em fase de projeto.
Palavra de especialista
Silvestre de Andrade, consultor em transporte e tr�nsito
"A circula��o pode melhorar"
Esse movimento para reduzir a quantidade de tempos de sem�foro em grandes cruzamentos � uma tend�ncia usada na engenharia de tr�fego para melhorar as interse��es. Quando voc� diminui um tempo, voc� tem mais possibilidades, inclusive para os pedestres. O principal objetivo � criar condi��es para uma circula��o melhor e diminuir os riscos em uma travessia. Com mais tempo, o pedestre tem mais seguran�a. � comum as pessoas estranharem a mudan�a, num primeiro momento, principalmente em rotas muito tradicionais (caso das pra�as Sete e ABC). Por�m, quando as pessoas se acostumam novamente, o novo percurso fica automatizado e a tend�ncia � as coisas voltarem ao normal.