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Estado de Minas

Consumidores buscam medi��o individual para reduzir consumo de �gua

Al�m de tornar pagamento mais justo, sistema incentiva o racionamento da �gua, fazendo com que o consumo diminua drasticamente nos condom�nios da capital


postado em 30/07/2015 06:00 / atualizado em 30/07/2015 07:59

Geraldo Antônio dos Santos, dono de um açougue no Bairro Sion, conseguiu reduzir sua conta de água de R$ 800 para R$ 330 (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Geraldo Ant�nio dos Santos, dono de um a�ougue no Bairro Sion, conseguiu reduzir sua conta de �gua de R$ 800 para R$ 330 (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Controlar o consumo de �gua do pr�prio apartamento para n�o pagar pelo abuso de vizinhos e ter a certeza de que est� economizando em um momento de crise. Essa � a inten��o de moradores da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, que est�o buscando individualizar a medi��o da �gua que gastam em seus pr�dios. Segundo a Copasa, em todo o ano passado, 2.307 hidr�metros individuais foram instalados em condom�nios da Grande BH. De 1º de janeiro at� anteontem, 3.622 j� tinham sido contabilizados, um aumento de 57%, mesmo faltando ainda cinco meses para o fim do ano. O consumidor que tiver interesse precisa procurar uma empresa especializada, pois a companhia de saneamento n�o faz o servi�o. Em Minas Gerais, o movimento � bem parecido (veja quadro). Para especialistas, a medida ajuda a aumentar a economia de �gua e afastar a ado��o de mecanismos de conting�ncia, como o racionamento.

Segundo uma das empresas ouvidas pela reportagem, em 70% dos apartamentos atendidos que optaram por fazer a pr�pria leitura, o consumidor pagava mais do que realmente consumia. “Os outros 30% pagavam bem menos por consumir bastante, mas quando come�am com a medi��o individual acabam sendo for�ados a economizar”, diz o dono da firma, Rony Rossi. Desde o an�ncio da crise de abastecimento feito pela presidente da Copasa, Sinara Meireles, em 22 de janeiro, Rony disse ter triplicado a demanda por or�amentos. “De janeiro a abril, fizemos em 15 pr�dios, o que n�o faz�amos em um ano de servi�o”, afirma. A empresa de Rony faz a conta dos gastos e envia para os s�ndicos ou administradores dos condom�nios, equiparando com a conta geral da Copasa, que continua sendo cobrada normalmente. A �gua das torneiras comuns � rateada igualmente para todos. Por meio de um sistema de radiofrequ�ncia, os leituristas n�o precisam entrar nos apartamentos para fazer a medi��o, basta chegar perto do pr�dio.

O gerente de outra firma que faz o servi�o de medi��o individual, Eraldo Geminiano, conta que, al�m de buscar o servi�o para acompanhar a pr�pria economia, muitas pessoas buscam pagar realmente aquilo que gastam. “Tem gente que mora sozinho e fica o dia inteiro fora, enquanto no apartamento do vizinho tem quatro pessoas que v�o gastar muito mais e pagam o mesmo tanto”, afirma. No pr�dio do funcion�rio p�blico Ubirajara Viana, de 43 anos, no Bairro Nova Su��a, Oeste de BH, os sete moradores j� tinham a inten��o de ter hidr�metros individuais. A crise da �gua fez essa inten��o virar realidade e o servi�o custou cerca de R$ 20 mil, divididos de acordo com a quantidade de registros de cada apartamento. Em m�dia, o valor por hidr�metro, que � instalado em cada registro, varia de R$ 350 a R$ 550. “Com a gest�o da pr�pria �gua, o morador pode fazer a economia que julgar necess�ria e pode escolher as formas de faz�-la”, diz Ubirajara, que � o s�ndico do edif�cio. “� um mecanismo de maior controle, no momento em que cada um precisa fazer a sua parte. Assim a economia fica mais vi�vel”, conta a assistente administrativa Adelaide Costa, de 57, �ltima moradora a receber hidr�metros individuais no pr�dio do Nova Su��a.

RATEIO O dono de um a�ougue no Bairro Sion, Centro-Sul de BH, Geraldo Ant�nio Santos, de 54, diz que gastava cerca de R$ 800 por m�s com a conta de �gua antes de o condom�nio onde fica sua loja decidir pela mudan�a. Agora, ele exibe uma das contas mais recentes, no valor de R$ 330, quase 60% mais barata. “O grande lance � que antes, o rateio de 50% da �gua do condom�nio era dividida entre quatro lojas. Quem gastava mais acaba pagando menos. Agora, tomo minhas decis�es para economizar e sei que vai surtir efeito na minha conta”, diz o a�ougueiro.

O mestre em recursos h�dricos pela UFMG Jos� Magno Senra Fernandes avalia que esse tipo de modifica��o ajuda os consumidores a economizar. Consequentemente, isso pode contribuir para evitar a ado��o de mecanismos de conting�ncia, como o racionamento, inicialmente previsto para maio e postergado � medida que a popula��o vem economizando, mesmo que abaixo da meta estipulada, e por conta das chuvas satisfat�rias do fim do per�odo chuvoso. Outro fator que contribui para afastar a medida dr�stica � o programa Ca�a Gotas, que reduziu o tempo de atendimento m�dio a vazamentos de nove horas pela metade, passando para quatro horas e 31 minutos. Recentemente, a Copasa tamb�m desistiu da sobretarifa, o pagamento adicional na conta para quem n�o economizasse. “Quando o dono daquela �gua est� pagando diretamente por ela, certamente, o interesse de reduzir o consumo ser� muito maior. No bolo de um condom�nio, o efeito financeiro se d� ao contr�rio e n�o h� um incentivo para economizar”, afirma o especialista.

COMO FUNCIONA

Hidr�metro coletivo

Um equipamento � instalado na entrada de �gua do pr�dio e o consumo � medido com base nesse aparelho. A conta � dividida entre os moradores de acordo com a conven��o do condom�nio. Normalmente, unidades maiores, como coberturas, pagam um percentual maior.

Mudan�a para hidr�metro individual

Uma das possibilidades � instalar um hidr�metro em cada registro do apartamento. Na tecnologia mais recente, esse equipamento tem comunica��o por radiofrequ�ncia, que possibilita a leitura pelo lado de fora do edif�cio.

Com um software de computador, a empresa respons�vel pela gest�o dos dados envia aos s�ndicos as contas de cada apartamento, j� especificando o consumo total medido no hidr�metro coletivo, o consumo individual e o rateio da parte comum, batendo com o total especificado pela Copasa para todo o pr�dio.


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