(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas COVID-19

V�deo: Lavras Novas sofre com a falta de turistas

Distrito, que tem 1 mil habitantes e cuja popula��o dobra nos fins de semana, v� sua principal fonte de renda secar com a aus�ncia de visitantes


postado em 01/04/2020 04:00 / atualizado em 07/04/2020 13:17

Com grande vocação turística, o distrito de Ouro Preto vive agora às voltas com ruas vazias e pousadas, bares e restaurantes fechados(foto: FOTOS: LEANDRO COURI/EM/D.A PRESS)
Com grande voca��o tur�stica, o distrito de Ouro Preto vive agora �s voltas com ruas vazias e pousadas, bares e restaurantes fechados (foto: FOTOS: LEANDRO COURI/EM/D.A PRESS)


Um dos destinos mais charmosos e procurados de Ouro Preto, na Regi�o Central de Minas, amarga os efeitos do coronav�rus e preocupa a comunidade local. Conhecido pelo aconchego das montanhas, ainda mais no outono e no inverno, hospitalidade bem mineira e tranquilidade, o distrito de Lavras Novas, localizado a 20 quil�metros da sede do munic�pio, “est� h� dois fins de semana sem visitantes”, lamenta o presidente da associa��o dos moradores, Aguinaldo da Cruz.



 “Aqui em Lavras Novas, 95% dos moradores vivem do turismo: s�o os propriet�rios de pousadas, restaurantes e bares e os funcion�rios de estabelecimentos. Sem os visitantes, n�o h� renda”, afirma Aguinaldo. Para ele, � preciso esperar passar a pandemia do novo coronav�rus para avaliar os preju�zos e a situa��o, embora garantindo que a voca��o do distrito � mesmo o turismo.


Com cerca de 1 mil habitantes, Lavras Novas alcan�a o dobro da popula��o nos fins de semana, atraindo gente de todo canto. “Agora, com as tardes mais frias, j� era para ter movimento, mas nada acontece.” Para enfrentar a situa��o que pode se agravar, dependendo do pico da contamina��o pela COVID-19 no pa�s, foi criado um comit� de crise em Lavras Novas “que n�o registra casos suspeitos de coronav�rus”, segundo a coordenadora da Unidade B�sica de Sa�de, a enfermeira Fernanda de Souza Truocchio. A unidade atende ainda aos distritos de Chapada e Santo Ant�nio do Salto.

Integrante do comit� de crise, Aguinaldo explica que o objetivo � tentar reduzir os impactos econ�micos e sociais na comunidade, a partir de medidas de prote��o. “Queremos falar a mesma l�ngua, neste momento de avan�o da doen�a”, observa. O distrito n�o disp�e de estrutura hospitalar, mas tem muitos idosos e enfermos com baixa imunidade ao v�rus, segundo nota do comit�.

 

"O povo aqui vive solto, as crian�as correndo pela rua. Tem 15 dias que n�o vejo meus netos, pois moram longe. Minha m�e est� com 96 anos, vou l�, levo o mingau e volto logo"

Sueli dos Santos, moradora de Lavras Novas

 

Mudan�as


Quem te viu, quem te v�. Caminhar agora pelo distrito de Lavras Novas � ver as portas das lojas fechadas, as igrejas sem fi�is, as pousadas vazias e o sil�ncio comandando todos os espa�os. Numa das casas, h� um cartaz: “Deus Santo, Deus forte, Deus imortal, tenha piedade de mim, da minha fam�lia e do mundo inteiro”.
 
Para evitar a circula��o de pessoas, o comit�, se antecipando aos decretos estadual e municipal, enviou of�cios aos comerciantes (bares, restaurantes, pousadas, chal�s e lojas) solicitando o fechamento dos estabelecimentos por 15 dias ou durante o desenvolvimento da pandemia na regi�o. Cerca de 100 estabelecimentos aderiram � medida voluntariamente. “A situa��o � incompar�vel”, avalia o dono da pousada Vila S�o Francisco, Francisco de Assis Amaral, � frente do empreendimento h� quatro anos e atuando como corretor de im�veis h� 30. Para reduzir os impactos no distrito e pensando no coletivo, Francisco antecipou para estes dias a manuten��o peri�dica da pousada e contratou duas pessoas para o servi�o. “Estou comprando tinta e outros materiais. � uma forma de sair do imobilismo. Tenho certeza de que, quando passar a pandemia, a pousada estar� linda � espera dos h�spedes.”
 
Para uma dona de pousada que preferiu n�o se identificar, o futuro do distrito p�s-pandemia precisar� ser redesenhado: “As pessoas daqui passaram a viver apenas do turismo, n�o plantaram nada al�m de restaurantes, chal�s e bares. Deixaram de lado a horta, uma cria��o. Tomara que a colheita n�o seja muito dura”.


Volta ao come�o 


A proximidade da semana santa, com as cerim�nias na capela Nossa Senhora dos Prazeres, padroeira de Lavras Novas, angustia Maria das Gra�as Fernandes Marins, funcion�ria de uma padaria. “Participo da semana santa, e � a primeira vez que n�o teremos. Se acabar o turismo, Lavras Novas voltar� ao que era antes. A gente buscava lenha no mato para fazer a comida, catava cascalho para vender. Mas nem isso tem mais”, afirma.
 
Descendente de escravos, Sueli dos Santos, de 60 anos, v� agora Lavras Novas apenas da janela. “O povo aqui vive solto, as crian�as correndo pela rua. Tem 15 dias que n�o vejo meus netos, pois moram longe. Minha m�e est� com 96, vou l�, levo o mingau e volto logo”, conta Sueli, certa de que a perda maior ser� para o turismo de toda a regi�o.
 
 


Saiba mais: Origem do Ouro 


Natureza, calma e cen�rio de outros tempos – muita gente chega, se apaixona, se estabelece ou volta sempre. H� muito para curtir em Lavras Novas, com ra�zes nos tempos coloniais e nome ligado ao ouro. De acordo com as pesquisas, “nos anos finais do s�culo 18, muitas minas se esgotaram trazendo estagna��o econ�mica a v�rios arraiais pr�ximos a Vila Rica, atual Ouro Preto, mas novas expedi��es continuaram � procura de ouro em seus arredores”. Assim surgiu Lavras Novas, que recebeu esse nome “por ter lavras de ouro descobertas posteriormente, ou seja, uma explora��o aur�fera mais recente, se comparada com outros arraiais mais antigos de Ouro Preto, a exemplo de S�o Bartolomeu e Ant�nio Pereira”. Segundo a tradi��o oral, h� uma lenda muito disseminada de que o local poderia ter tido origem num quilombo, por�m, n�o h� comprova��es hist�ricas. No Centro do distrito, � poss�vel visitar a Capela de Nossa Senhora dos Prazeres (foto), que, conforme registros, foi erguida em 1762 e, na frente, est� o cruzeiro de pedra, “s�mbolo da f� e religiosidade dos pioneiros” e conservado at� hoje pela comunidade.



Triagem em Itabirito


A Prefeitura de Itabirito, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, limitou a entrada da cidade aos acessos 1 e 3 – no 2, no quil�metro 61 da BR-356, foi colocada uma barreira impedindo a passagem –, para que seja feita a triagem de cada pessoa que quiser entrar na cidade. Agentes de combate a endemias aferem a temperatura (foto) e perguntam sobre sintomas. Segundo o agente Kleysson Hermann Mariano, al�m do exame r�pido s�o distribu�dos panfletos com dicas e d�vidas sobre o v�rus e contatos das unidades de sa�de locais para atendimento em caso de suspeita de contamina��o.
 
 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)