(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas EXECU��O E P�NICO EM HPS

Assassinato de traficante no Hospital Risoleta Neves espalha medo e exp�e inseguran�a

Mulheres estavam em trabalho de parto na hora do crime


postado em 02/08/2015 06:00 / atualizado em 02/08/2015 07:51

Por volta de 2h, o porteiro e o vigia foram dominados pelos criminosos, que foram direto ao 4° andar, onde a vítima estava internada(foto: Ramon Lisboa/Em/D.A.Press)
Por volta de 2h, o porteiro e o vigia foram dominados pelos criminosos, que foram direto ao 4� andar, onde a v�tima estava internada (foto: Ramon Lisboa/Em/D.A.Press)

A execu��o com oito tiros de um paciente dentro do Hospital de Pronto-Socorro Risoleta Neves, em Venda Nova, em Belo Horizonte, exp�s a inseguran�a de centenas de pessoas internadas e dos funcion�rios. Por volta das 2h de ontem, quatro homens fortemente armados invadiram a unidade de sa�de pela entrada social e renderam o porteiro e o vigia de plant�o. Dois subiram ao quarto andar e foram direto ao leito 13, onde estava o traficante Jackson Douglas Santos Ferreira, de 29 anos, que foi morto com sete tiros na cabe�a e um no ombro. Os assassinos fugiram. A invas�o e o crime espalharam p�nico no hospital, segundo testemunhas, principalmente das mulheres que estavam na maternidade, algumas, inclusive, em trabalho de parto.

A dona de casa Maria Ant�nia de Almeida F�lix, de 58 anos, conta que no momento dos tiros acompanhava a filha, que estava dando � luz. “Um total desespero. As enfermeiras correram para o quarto onde a gente estava, fechando as portas e gritando para chamar a pol�cia. Fiquei assustada tamb�m”, lembra Maria Ant�nia. “Nem dentro do hospital temos seguran�a. Fiquei com muito medo. Minha filha estava em trabalho de parto e meu neto nasceu 15 minutos depois”, comentou a dona de casa.

O a�ougueiro Jaime Carlos da Silva, de 45, estava no segundo andar do pr�dio, cochilando ao lado da mulher, que havia ganhado beb�, e foi acordado por ela aos gritos. “� tiro, � tiro, � tiro, minha mulher gritava”, disse o a�ougueiro. “Gra�as a Deus os bandidos n�o foram ao segundo andar. Havia um tanto de rec�m-nascidos e v�rias m�es com pontos na barriga, sem defesa nenhuma”, disse Jaime.

O aut�nomo Marcelo Augusto dos Santos, de 30, que tamb�m acompanhava a mulher, � amigo de um enfermeiro do hospital e soube por ele que os criminosos j� sabiam onde a v�tima estava. “Renderam o vigia e o porteiro e foram direto ao quarto andar, onde estava o rapaz que foi morto. N�o demorou mais do que dois minutos. J� sabiam o que iriam fazer, inclusive viraram a c�mara da recep��o”, disse Marcelo.

Funcion�rios do hospital tamb�m est�o assustados e com medo de trabalhar at� durante o dia. “O risco que a gente corre l� fora � o mesmo aqui dentro. A gente entra para trabalhar e entrega a vida a Deus”, disse uma funcion�ria do laborat�rio, que pediu para n�o ser identificada.

De acordo com o boletim de ocorr�ncia da PM, dois criminosos permaneceram na portaria, pr�ximo aos elevadores, mantendo ref�ns o vigia e o porteiro. Outros dois subiram pelas escadas. Os criminosos disseram para ficarem tranquilos, pois eles estavam ali para resolver uma “rixa entre bandidos”.

Uma testemunha informou � PM que ouviu um dos bandidos conversando ao telefone. “T� dominado”, teria dito. Em seguida, os outros que haviam subido as escadas desceram correndo. Os funcion�rios n�o souberam descrever os criminosos, alegando que foram mantidos de cabe�a baixa o tempo todo. Um deles estava com uma faca e uma pistola. Celulares, blusas e um bon� do vigia e do porteiro foram roubados. O r�dio de comunica��o do vigilante, que teve a bateria levada, foi jogado numa lixeira. No quarto do hospital onde ocorreu o crime estavam mais dois pacientes, mas eles disseram � pol�cia que dormiam e n�o viram nada.

Jackson Douglas deu entrada no hospital na segunda-feira com cinco tiros. Ele deixava a casa da sua m�e, no Bairro Dona Clarice, em Ribeir�o das Neves, na Grande BH, acompanhado de uma mulher, um garoto de 8 anos e um homem identificado por Pablo Hernandes Vieira da Costa. O carro dele, um Honda Fit prata, foi alvejado com v�rios tiros disparados de dentro de um carro branco. Pablo tentou fugir e foi morto com nove tiros. Jackson levou um tiro no p�, um na coxa, dois no abdome e um no joelho e levado para o Risoleta Neves.

INSEGURAN�A
O Hospital Risoleta Neves repassou as imagens das c�maras de seguran�a � Pol�cia Civil. Segundo a assessoria da institui��o, no momento da invas�o, apenas o vigia e o porteiro estavam na portaria social. O movimento maior � na portaria de emerg�ncia, onde h� plant�o da Pol�cia Civil. Os vigilantes do hospital n�o trabalham armados e esse seria o primeiro caso de homic�dio dentro da unidade.

A diretoria do hospital informou que pretende se reunir esta semana com a Pol�cia Militar para refor�o no policiamento externo. A institui��o recebe pacientes de outros munic�pios, muitos envolvidos com crimes. “H� um posto de atendimento da Pol�cia Civil na portaria de emerg�ncia e a seguran�a ser� refor�ada na outra portaria, que fica mais deserta de madrugada”, informou o hospital. N�o h� revista pessoal ou detectores de metal.

Ainda de acordo com o hospital, o paciente morto estava sem escolta por ter sido levado pela mulher. “Nesse caso espec�fico, o hospital n�o tem obriga��o de acionar a pol�cia para garantir o sigilo m�dico do paciente, conforme regras estabelecidas pelo Conselho M�dico”, informou o Risoleta Neves.

 

O comandante do 13º BPM, tenente-coronel Eduardo Domingues Barbosa, informou que o paciente morto tinha passagens por tr�fico de drogas e porte de armas. E confirmou que ele foi v�tima de tentativa de homic�dio no dia 27, quatro dias depois de sair da pris�o, onde cumpriu pena por tr�fico. “Ele era de Ribeir�o das Neves, onde atuava no com�rcio de drogas”, disse Domingues. “Com certeza, um desafeto o esperou sair da cadeia. N�o deu muito certo, viram que ele iria se recuperar e foram ao hospital terminar o servi�o”, disse o oficial.


Seguran�a refor�ada no entorno

Segundo o tenente-coronel, a escolta policial de presos em hospitais � feita apenas quando o paciente est� preso ou com mandado de pris�o em aberto. “A pol�cia n�o tinha a informa��o de que ele estava no hospital. Ele foi conduzido pela fam�lia, que provavelmente n�o chamou a pol�cia por ele ser bandido”, disse o tenente-coronel.

O militar afirmou tamb�m que o efetivo de sua unidade � pequeno, mas vai refor�ar o policiamento no entorno. “N�o falta policiamento no bairro, mas realmente a gente n�o consegue estar presente em todos os lugares ao mesmo tempo. A seguran�a 24 horas tem que ser mantida pelo pr�prio hospital”, afirmou. Segundo ele, a regi�o � uma das mais policiadas por causa do hospital, um shopping e esta��es do Move e do metr�.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)