
Dedicada a Nosso Senhor dos Passos, a capela da imponente propriedade rural preserva trabalhos ornamentais e pinturas em estilo rococ�. Teto e paredes s�o revestidos por pain�is pintados, com autoria atribu�da a Jo�o Nepomuceno, conforme estudos recentes, enquanto as pinturas representam, entre outras, cenas da Anuncia��o e Adora��o dos Pastores e do Sacrifico de Isaac. Em 18 de fevereiro de 2012, o ESTADO DE MINAS mostrou a situa��o da fazenda. E, no m�s seguinte, noticiou a decis�o da Justi�a para que a institui��o destinasse seguran�as para proteger o patrim�nio, a partir de a��o da promotora de Justi�a Fernanda Couto Garcia. Ao mesmo tempo, o Minist�rio P�blico pedia preserva��o da constru��o.
De acordo com o Iepha, o plano de trabalho da revitaliza��o da Boa Esperan�a prev� diagn�stico, combate, controle e monitoramento de pragas, e, entre outros servi�os, a finaliza��o do restauro da porta e a recupera��o e instala��o da cruz da capela da sede da fazenda. Entre outros servi�os que ser�o executados nesta fase do restauro, est�o a recupera��o pontual do pau-a-pique e do muro em pedra, bem como substitui��o do forro em esteira e revis�es da cobertura da sede e da capela e tamb�m do guarda-p� em madeira, destinado � prote��o do forro pintado da capela.
“A restaura��o do ret�bulo (estrutura da parte superior) do altar-mor e da pintura do forro, pain�is laterais e outros elementos art�sticos da capela foi contratada em 2013 e se encontra em fase de finaliza��o”, afirma a diretora de Conserva��o e Preserva��o do Iepha, Soraia Aparecida Martins Farias.
HIST�RIA
Adquirida pelo estado em 1970 e transferida, em doa��o, ao Iepha quatro anos depois, por determina��o da lei 6485/74, a Fazenda Boa Esperan�a � duplamente protegida: pelo tombamento federal, em 1959, e estadual, em 1975. O federal se refere apenas ao im�vel da sede e est� inscrito no livro do tombo das Belas Artes. J� o decreto estadual 17.009, assinado em 27/2/1975, abrange toda a �rea contida dentro do per�metro da propriedade.
Cen�rio do filme Vinho de Rosas, da cineasta mineira Elza Cataldo, a hist�ria da Boa Esperan�a tamb�m foi contada em livro do jornalista Tarc�sio Martins, nascido em Belo Vale. A obra conta que “a �rea original, situada na antiga regi�o do Rio Paraopeba, era formada por 25 mil alqueires e compreendia dezenas de fazendas com pr�speras minas. Anos mais tarde, com o esgotamento do ouro, as fazendas dos Monteiro de Barros passaram a trabalhar o campo para cultivo da terra. O que se produzia na Boa Esperan�a, al�m de atender ao consumo interno, abastecia a capital da Prov�ncia de Minas, Ouro Preto. Os bons resultados do latif�ndio proporcionaram ao lend�rio Bar�o de Paraopeba poder econ�mico e t�tulos”.
A fazenda adquiriu papel pioneiro na ind�stria metal�rgica do pa�s, com o desenvolvimento de atividades precursoras da tecnologia industrial sider�rgica. “No tradicional casar�o, foram tomadas importantes decis�es pol�ticas, al�m de ser resid�ncia de um presidente da prov�ncia de Minas (1850), o Bar�o de Paraopeba”, escreveu Martins.
A capela da Fazenda Boa Esperan�a atrai todos os olhares pela seu riqueza e aspecto singelo, trazendo � tona um costume dos tempos coloniais. Devido ao isolamento das fazendas nos s�culos 18 e 19, ent�o distantes das igrejas dos povoados, os propriet�rios cat�licos se sentiam na obriga��o de construir ermidas dentro de suas propriedades.
