Mesmo com n�veis atualmente bem abaixo da metade, reservat�rios de �gua da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, que integram a Bacia do Rio Paraopeba – Serra Azul, Rio Manso e Vargem das Flores –, devem se recuperar e voltar a ficar cheios no prazo de tr�s anos. Essa � a previs�o da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) com a inaugura��o do sistema de capta��o de �gua diretamente no Rio Paraopeba, obra em andamento em Brumadinho, a 51km de BH. Segundo o governador Fernando Pimentel (PT), durante visita ontem ao canteiro de obras, a popula��o de 5 milh�es abastecida pela bacia n�o vai sofrer com a falta d’�gua em 2016, depois de escapar do racionamento este ano, e ainda ter� seguran�a para evitar crises h�dricas nos pr�ximos 20 anos. Entretanto, a recomenda��o da companhia, � para a popula��o evitar o desperd�cio.
A obra prev� a implanta��o de uma adutora com 6,5 km de extens�o e 1,5 metro de di�metro; uma esta��o elevat�ria, subesta��o para gera��o de energia, entre outras interven��es para bombeamento da �gua diretamente do rio para a esta��o de tratamento de �gua (ETA) do Rio Manso. Ser�o investidos R$ 128,4 milh�es e com a inaugura��o da obra ser� poss�vel captar at� 5 mil litros de �gua por segundo, o que amplia em mais de 90% a atual capacidade das tr�s represas, que � de 5,5 mil litros/segundo (veja arte). Com os investimentos, a Copasa informou que vai solicitar � Ag�ncia Reguladora de �gua e Esgoto de Minas Gerais (Arsae-MG) uma revis�o tarif�ria, o que, segundo a companhia, n�o implica necessariamente em aumento da conta.
O diretor de Opera��o Metropolitana da Copasa, R�mulo Perilli, explica que a recupera��o dos mananciais ser� poss�vel justamente porque a nova capta��o, no modelo fio d’�gua (coletado diretamente do rio) vai permitir que as tr�s represas sejam poupadas no per�odo chuvoso. A outorga para retirada da �gua no Paraopeba foi autorizada justamente para esta �poca, entre outubro e maio, quando o rio chega a transbordar. A obra para capta��o direta no rio est� com 29% da sua execu��o e o t�rmino est� previsto para 20 de dezembro, o que permite que, a partir de janeiro, o novo sistema comece a operar. At� l�, pelo menos oito paradas t�cnicas (interrup��es do abastecimento) ser�o feitas nos fins de semana para integrar a nova rede com as existentes.
Em entrevista � imprensa no canteiro de obras, o governador lembrou que a popula��o da Grande BH conseguiu escapar do fantasma de ficar completamente sem �gua. “N�o vai haver necessidade de racionamento. Isso porque a popula��o correspondeu ao apelo que fizemos no in�cio do ano e reduziu o consumo em torno de 13%, uma redu��o significativa”, afirmou Pimentel. A meta inicial era de 30%.
VAZAMENTOS Al�m disso, ele destacou o aumento do volume de chuvas em mais de 50% nos �ltimos seis meses, na compara��o com o mesmo per�odo do ano passado e as a��es da opera��o Ca�a Gotas, da Copasa, de combate a vazamentos e desperd�cio de �gua. A companhia informou ter diminu�do pela metade o tempo de atendimento aos chamados para reparos, mas n�o disse qual foi a redu��o do �ndice de 40% de desperd�cio que mantinha. O an�ncio de que n�o haver� mais racionamento foi feito na segunda-feira pela presidente da Copasa, Sinara Meireles, e antecipada pelo Estado de Minas no �ltimo s�bado.
Al�m de destacar a import�ncia da obra de capta��o de �gua no Rio Paraopeba, Pimentel anunciou ainda a constru��o de uma esta��o de tratamento de esgoto (ETE) em Brumadinho, que sedia em 100% o novo sistema de capta��o do manancial e informou que a oferta de �gua no munic�pio tamb�m ser� ampliada.

Desafio agora � investir no Velhas
Apesar de garantir abastecimento para a popula��o da Grande BH nos pr�ximos 20 anos, o governo de Minas ainda tem desafios pela frente. Al�m de precisar intervir nos sistemas de capta��o e armazenamento j� existentes, a Copasa precisa criar um modelo de armazenamento no Sistema Rio das Velhas, que ainda opera com capta��o direta no leito do rio. “Vamos estudar alguma altera��o. N�o para agora, mas para o futuro. Estamos planejando fazer algum tipo de reservat�rio no Rio das Velhas, que hoje fornece �gua para a Regi�o Sul de Belo Horizonte e � captada diretamente no curso d’�gua”, afirmou o governador Fernando Pimentel (PT).A preocupa��o do governador � com as estiagens que o estado vem enfrentando e que levaram, inclusive, � possibilidade de racionamento. “N�o ter um reservat�rio � um problema s�rio. Diante de um per�odo longo de seca, como o que tivemos nesses �ltimos anos, corre-se o risco de secar o rio”, disse PImentel, destacando, no entanto, que, por enquanto, n�o h� nenhum projeto pronto ou em andamento. “Isso est� sendo estudado pela Copasa.”
Pimentel afirmou ainda que o governo planeja obras complementares para evitar cen�rios de crise nos recursos h�dricos da Grande BH.
Al�m das obras no Sistema Rio Manso, est�o em andamento as interven��es no Sistema Serra Azul, com capta��o de 1 metro c�bico de �gua por segundo. A obra tem or�amento autorizado de R$ 50 milh�es. O valor integra um pacote de R$ 809 milh�es pedidos pelo governo de Minas � Uni�o, mas somente este montante foi liberado. De acordo com Pimentel, a solicita��o est� sendo analisada pelo governo federal, mas esbarra no atual arrocho financeiro. “N�o est� faltando boa vontade e apoio. Mas a situa��o do governo federal � mais dif�cil. Estamos num momento de contingenciamento muito forte de verbas or�ament�rias para atingir as metas do ajuste fiscal”, disse.