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Estado de Minas

Pista de atletismo da UFMG foi celeiro de grandes atletas do estado

Hoje Classe 1, a pista do CET que ser� usada por brit�nicos nos treinos para o Rio'2016 foi a base de um dos maiores nomes do atletismo brasileiro quando ainda era de terra batida


postado em 15/08/2015 06:00 / atualizado em 15/08/2015 07:48

A atleta se concentra para mais uma competição na pista do CEU(foto: Arquivo EM - 12/05/1975)
A atleta se concentra para mais uma competi��o na pista do CEU (foto: Arquivo EM - 12/05/1975)
Inaugurada em 1971, a pista de atletismo do Centro Esportivo Universit�rio (CEU) da UFMG foi celeiro de grandes atletas do estado. Embora fosse de terra batida misturada com carv�o em vez de piso sint�tico, irregular e muitas vezes inundada pelo c�rrego que passava ao fundo do terreno de 191 mil metros quadrados, foi nas raias da pista do CEU que se desenvolveu um dos maiores nomes do atletismo brasileiro: Esmeralda de Jesus, nascida em Sete Lagoas, campe� pan-americana nos 100m rasos em Caracas’1983 e recordista mundial do salto triplo ao saltar 13,68m, em torneio disputado em Indian�polis, em 1986.


Esmeralda come�ou a usar a pista do CEU em meados dos anos 1970, treinada pelo professor e seu descobridor Emerson Silami, com quem se casaria em 1977, um ano depois de disputar os Jogos Ol�mpicos de Montreal’1976. Desde a juventude j� sustentava a melhor marca dos 100m na Am�rica do Sul. Na d�cada de 1980, quando j� dividia os treinos entre Belo Horizonte e os Estados Unidos, veio a consagra��o com o ouro em Caracas e a participa��o em Los Angeles’1984, na pista e no salto triplo.

Esmeralda de Jesus durante competição no Centro Esportivo Universitário da UFMG, na década de 70: mesmo irregular, pista foi celeiro de atletas(foto: Arquivo EM - 14/06/1976)
Esmeralda de Jesus durante competi��o no Centro Esportivo Universit�rio da UFMG, na d�cada de 70: mesmo irregular, pista foi celeiro de atletas (foto: Arquivo EM - 14/06/1976)
“Ela era uma baixinha supertalentosa, uma atleta excepcional. Realmente foi um talento perdido, que poderia se desenvolver muito mais se o Brasil tivesse mais pistas adequadas �quela �poca”, lembra o treinador polon�s Leszek Antoni Szmuchrowski, que veio para o Brasil a convite de Silami para treinar a corredora e saltadora para Los Angeles’1984. “Na �poca, eram poucas pistas sint�ticas: Pinheiros e Ibirapuera, em S�o Paulo, outra no Rio... Aqui era uma pista oficial, mas de terra, com muitos problemas em �pocas de chuva. Era em um lugar baixo ao lado de um c�rrego que sempre transbordava.”

Leszek lembra que a pista deixou de ter relev�ncia a partir da segunda metade da d�cada de 1980, por causa da deteriora��o e falta de investimentos. “Em 1987, 1988, ela passou a ser usada ocasionalmente, de forma limitada, mais para ensino escolar”. Em duas oportunidades, segundo ele, a UFMG teve a chance de ganhar uma pista sint�tica, mas a dire��o optou por outras prioridades. Um dos investimentos do Minist�rio do Esportes acabou sendo empregado na pista da PUC. Nos anos 1990, quase todos os atletas mineiros de ponta j� haviam deixado o CEU para treinar em pistas mais modernas, como a do Clube dos Oficiais, no Prado.

NOVOS TEMPOS Em 2007, com o aluguel do CEU para a vinda do Cirque du Soleil, houve uma mobiliza��o grande de entidades esportivas e meios de comunica��o por causa do fim da pista de atletismo. “Gerou uma discuss�o grande, pois notou-se que a pista j� n�o existia e sempre estava em segundo plano. Foi quando se percebeu a necessidade de uma nova estrutura, para forma��o de atletas visando aos Jogos Ol�mpicos do Rio’2016”, lembra Leszek.

Em 2012, foi inaugurada uma nova pista de atletismo, com nove raias, que se equipara �s melhores do mundo, aprovada para receber certifica��o Classe 1, a mais alta da Federa��o Internacional de Atletismo (IAAF). O equipamento faz parte do Centro de Treinamento Esportivo (CTE), dirigido pelo polon�s, que tamb�m forma talentos de nata��o, jud� e taekwondo. A previs�o � que at� dezembro a piscina esteja em funcionamento. No m�s passado, as delega��es de atletismo da Gr�-Bretanha ol�mpica e paral�mpica firmaram acordo para utilizar o espa�o.

Os primeiros resultados foram vistos logo. Em 2013, a jovem N�bia Soares, ent�o com 17 anos, nascida em Lagoa da Prata, bateu o recorde sul-americano de menores no salto triplo, saltando 13,43m – 20 cent�metros a mais que a marca anterior, mantida por mais de uma d�cada. No ano passado, j� treinando em S�o Paulo, N�bia foi campe� do Trof�u Brasil, com 14,22m, e terminou o ano na lideran�a do ranking mundial juvenil. A meta � superar os 15m no ano que vem. Em maio, a equipe de atletas coordenada por profissionais do CTE, liderou o quatro de medalhas no Campeonato Mineiro de Menores.

Para Leszek, o CTE � um dos legados dos Jogos Ol�mpicos, embora o Brasil n�o tenha aproveitado a Olimp�ada para desenvolver pol�ticas de esporte, segundo ele. “A��es pontuais n�o v�o resolver. O Brasil n�o aproveitou a oportunidade como deveria. Principalmente no atletismo, n�o vimos nenhuma a��o. Desprezamos a chance de ampliar a forma��o de atletas no Brasil.”

LINHA DO TEMPO

8/3/1971
Inaugurado o Centro Esportivo Universit�rio (CEU) da UFMG

24/8/1983
Esmeralda de Jesus, que treinava no local, conquista o ouro Pan de Caracas’1983, correndo 100m em 11s31

5/6/1986

Esmeralda quebra o recorde mundial do salto triplo, com 13,68m, batido no ano seguinte

D�cada 1990
Obsoleta, a pista perde relev�ncia na forma��o de atletas, que passam a treinar na PUC e no Clube dos Oficiais, no Prado.

29/6/2012

Inaugurado o Centro de Treinamento Esportivo

Julho/2015
Equipes brit�nicas ol�mpica e paral�mpica fecham acordo para se preparar no local para o Rio’2016


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