
O apoio para as v�timas e a conscientiza��o dos agressores de mulheres s�o medidas necess�rias para diminuir a viol�ncia contra o sexo feminino. Essa � a opini�o da delegada �gueda Bueno, da Delegacia de Crimes Contra Mulheres de Belo Horizonte. Nesta segunda-feira, a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) divulgou os n�meros in�ditos de um diagn�stico de agress�es em Minas Gerais. De janeiro a junho deste ano, 283 mulheres foram assassinadas no estado, uma m�dia de 47,1 v�timas por m�s. A maioria dos agressores, 70% do total, � companheiro ou ex-c�njuge.
O Diagn�stico de Viol�ncia Dom�stica e Familiar nas Regi�es Integradas de Seguran�a P�blica de Minas Gerais, produzido pelo Centro Integrado de Informa��es de Defesa Social (Cinds) revela dados registrados de janeiro de 2013 a junho de 2015. A base de dados para a pesquisa s�o os Registros de Eventos de Defesa Social (Reds), como s�o chamados atualmente os boletins de ocorr�ncia. De acordo com o levantamento, cerca de 45% das v�timas de viol�ncia dom�stica e familiar contra a mulher em Minas Gerais s�o pardas e 15%, negras. Brancas representam 33%.
A maior incid�ncia ocorre entre as mulheres que t�m ensino fundamental incompleto (23%), as que s�o apenas alfabetizadas (21%), as com Ensino Fundamental completo (9%) e as com Ensino M�dio incompleto (9%). A viol�ncia atinge principalmente mulheres com idades entre 25 a 34 anos (30%), e de 35 a 44 anos (23%). V�timas de 18 a 24 anos de idade s�o 20% do total. “Conseguimos, com o estudo, fazer uma associa��o de quando o grau de instru��o das v�timas aumenta, a viol�ncia contra a mulher diminui. H� uma maior incid�ncia entre jovens de 18 a 35 anos e contra mulheres negras e pardas”, explica o delegado Bruno Tasca Cabral, Diretor de Estat�stica e an�lise criminal da Pol�cia Civil.
O estudo vai ser encaminhado para as unidades policiais do estado para que sejam tomadas medidas para diminuir a viol�ncia contra as mulheres. O levantamento mostra que o n�mero de v�timas de assassinatos em Minas Gerais se manteve praticamente est�vel na compara��o entre os primeiros semestres de 2013 (288), 2014 (284) e de 2015 (283). Nos primeiros seis meses de 2015 frente ao mesmo intervalo de 2014, houve leve queda na taxa de homic�dios de mulheres no ambiente dom�stico e familiar por 100 mil habitantes (1,35 contra 1,36). No primeiro semestre de 2013, a taxa foi de 1,39. Para a delegada �gueda Bueno, a mudan�a de atitude das v�timas exp�e mais o crime.
“O n�mero da viol�ncia dom�stica � sempre um n�mero complicado, pois as mulheres se sentem envergonhadas e at� culpadas. A partir de 2006, tivemos o aumento de campanhas de conscientiza��o. As mulheres tomaram mais consci�ncia e est�o denunciando mais. Para se ter uma ideia, recebemos de 40 a 50 mulheres por dia na delegacia de plant�o da mulher”, explica.
Para a delegada, o conflito dom�stico tem que ser combatido com a conscientiza��o das v�timas e agressores, e o acompanhamento de ambos os lados. “Entendo que muitas vezes a judicializa��o do conflito dom�stico n�o soluciona o problema. Temos que procurar alternativas como o programa Dialogar que � uma oficina com homens agressores. Alguns participam determinados judicialmente. L� ele faz uma reflex�o sobre a viol�ncia e a import�ncia da mulher na vida dele. Este tipo de trabalho � fundamental para entendemos que a viol�ncia dom�stica � um problema social, que n�o combatemos apenas com a repress�o”, comenta �gueda Bueno.
Outra op��o usada em Minas Gerais para combater a viol�ncia dom�stica � o uso de tornozeleira eletr�nica em homens com hist�rico no crime. Atualmente, h� 2.228 pessoas utilizando equipamentos monitorados pela Unidade Gestora de Monitoramento Eletr�nico (UGME). Destes, 264 s�o agressores e 285 s�o v�timas monitoradas da medida cautelar Maria da Penha.
Mapa da viol�ncia
O diagn�stico da viol�ncia � importante para mapear os locais onde acontecem a maior incid�ncia do crime em Minas Gerais. Se considerar o n�mero de ocorr�ncias policiais, Belo Horizonte lidera, seguido de Contagem, na Grande BH, Juiz de Fora, na Zona da Mata, e Ipatinga, no Vale do A�o. J� em n�meros de crimes por 100 mil habitantes, Uberaba, no Tri�ngulo Mineiro, � que est� na dianteira. Na sequ�ncia vem Patos de Minas, Vespasiano, Curvelo, Governador Valadares, e a capital mineira.