�rg�os p�blicos ignoram apelo da Copasa e aumentam consumo de �gua
Pior exemplo vem exatamente da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel, que n�o s� n�o diminuiu, como aumentou gasto em 32%. No geral, estado e PBH cumpriram meta
postado em 02/09/2015 06:00 / atualizado em 02/09/2015 08:13
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A crise h�drica mobiliza a Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte desde o in�cio do ano, quando a Copasa fez um apelo para que os gastos de �gua fossem reduzidos em 30%, sob pena de racionamento. Embora a Grande BH tenha escapado da restri��o de fornecimento neste ano, a campanha n�o surtiu o efeito esperado, j� que o esfor�o dos consumidores foi capaz de conseguir uma poupan�a de 14,2%, em m�dia, entre fevereiro e junho. Mas o que ningu�m previa � que o mau desempenho viesse exatamente de quem deveria dar o exemplo: muitos �rg�os p�blicos n�o apenas n�o atingiram a meta, como aumentaram seu gasto no per�odo. Mais grave: o pior caso, entre os j� divulgados, � justamente o da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel (Semad), que n�o promoveu sustentabilidade em seus im�veis de BH. De suas torneiras jorrou 32,35% mais �gua de fevereiro a julho deste ano, na compara��o com o mesmo per�odo do ano passado.
Ao lado da pasta cuja miss�o � zelar pela conserva��o de recursos naturais, o pior desempenho entre �rg�os estaduais foi o da Secretaria de Transportes e Obras P�blicas, que aumentou em 15,12% seu consumo. Outros setores do governo estadual, como a Cemig e as secretarias de Cultura e de Planejamento, n�o conseguiram atingir os 30% de economia, embora tenham reduzido gastos. Por�m, a Copasa apurou que, no conjunto da Cidade Administrativa , a economia superou a meta, atingindo 46%.
No caso da Prefeitura de Belo Horizonte, a redu��o de gastos tamb�m ficou abaixo do ideal entre fevereiro e junho em �rg�os como a Funda��o Municipal de Cultura (aumento de 4,4%), a Sudecap e a Guarda Municipal. S�o todas pastas e autarquias que disp�em de hidr�metros individualizados, o que permitiu uma aferi��o espec�fica no per�odo. Em mar�o, o prefeito Marcio Lacerda assinou decreto que instru�a todos os �rg�os da capital a buscar a economia de 30%. De forma geral, a administra��o municipal superou o objetivo, diminuindo em 32,65% seu consumo.
O comportamento dos �rg�os p�blicos que n�o alcan�aram a meta de economia constitui mau exemplo para os demais consumidores, na opini�o do coordenador do Centro de Pesquisas Hidr�ulicas e Recursos H�dricos da UFMG, Carlos Barreira Martinez. “O que fica, inicialmente, � uma mensagem negativa para o cidad�o. O estado faz um apelo de economia e deveria, ent�o, ser o primeiro a dar exemplo. � incab�vel pensar em fazer campanha e ser o poder p�blico o primeiro a descumprir isso. Acaba desestimulando a economia e expondo uma situa��o de falta de controle”, observa. O especialista frisa que os motivos que levaram � amplia��o do uso de �gua numa �poca t�o sens�vel devem ser sanados. “� preciso entender a raz�o desse gasto excessivo, que no caso da Semad foi consider�vel. Isso � quase inacredit�vel, principalmente em um �rg�o que deveria estimular a redu��o de consumo”, afirma o especialista.
SURPRESAOs consumidores ficam surpresos com o aumento de gasto de �gua em alguns �rg�os p�blicos. Ao passar na tarde de ontem em frente a uma das unidades da Semad, na Rua Esp�rito Santo, no Centro da cidade, a advogada Laura Mendes, moradora do Bairro Funcion�rios, na Regi�o Centro-Sul, disse que esperava que o �rg�o desse exemplo. Ela conta que, h� pouco tempo, foi a uma universidade e ficou espantada com os vazamentos em banheiros. “Fa�o economia desde muito antes de come�arem as campanhas. Fico apavorada com desperd�cio.”
"Fa�o economia desde muito antes de come�arem as campanhas. Fico apavorada com desperd�cio", Laura Mendes, advogada, pr�ximo a uma das unidades da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, que estourou o limite de consumo de �gua (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Nas proximidades da Semad, o motorista Jo�o Batista Barbosa, morador no Bairro Vista Alegre, na Regi�o Oeste, lembrou que os �rg�os oficiais deveriam ser os primeiros a reduzir o consumo. “Conseguindo diminuir o gasto, as autoridades podem at� divulgar essa vit�ria”, acrescentou.
BOM EXEMPLO Entre os �rg�os que deram bom exemplo destacam-se, pelo estado, o Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) e o gabinete do governador, que economizaram 53,28% e 35,08%, respectivamente. Do lado da prefeitura, a BHTrans atingiu 30,6%. De acordo com a empresa de tr�nsito, isso foi poss�vel gra�as � ado��o de medidas como o uso de m�quina jateadora, que chega a reduzir o consumo de �gua em 80%, com baixo gasto de energia. A BHTrans tamb�m conduz uma campanha interna para a economia, com palestras, material educativo e divulga��o de resultados mensais.
Em nota, a Funda��o Municipal de Cultura da Prefeitura de BH, que aumentou seus gastos em 4,4%, informou ter aberto novos espa�os, como o Centro Cultural Liberalino Alves de Oliveira, no Bairro Lagoinha, al�m de ampliar e requalificar outros e intensificar obras em algumas unidades. A institui��o menciona tamb�m que houve aumento de p�blico em seus espa�os. “Tudo isso representa um aumento quantitativo no consumo, mas, pensando de forma proporcional, consideramos que houve redu��o”, informou a dire��o. At� o fechamento desta edi��o, os demais �rg�os que aumentaram seu consumo de �gua n�o explicaram por que n�o conseguiram atingir a meta da campanha de economia. O governo do estado informou ser necess�rio mais tempo para levantar os motivos para o consumo individual de cada setor.