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Estado de Minas O 'CPF' DOS SMARTPHONES

Apenas 5% das v�timas conhece n�mero que pode inutilizar celular roubado

Poucos donos sabem, mas celulares t�m n�mero de identifica��o que pode ser usado para inutilizar aparelho


postado em 09/09/2015 06:00 / atualizado em 09/09/2015 08:10

Estudante de engenharia mecânica, João Guilherme Moreira já teve três celulares roubados, e nunca soube do paradeiro de nenhum deles: hoje, para escapar dos ladrões, leva o aparelho escondido na cintura(foto: Euler Junior/EM/D.A Press)
Estudante de engenharia mec�nica, Jo�o Guilherme Moreira j� teve tr�s celulares roubados, e nunca soube do paradeiro de nenhum deles: hoje, para escapar dos ladr�es, leva o aparelho escondido na cintura (foto: Euler Junior/EM/D.A Press)
Pouca gente sabe, mas todo smartphone tem um n�mero que � como se fosse seu CPF, que ajuda nas investiga��es. Segundo o chefe do 3º Distrito Policial do Centro de BH, delegado Marcello de Andrade Paladino, 95% das v�timas n�o informam o n�mero do IMEI do aparelho na ocorr�ncia policial. “Muitas vezes, a gente n�o consegue identificar o dono do celular, pois no boletim de ocorr�ncia n�o consta o IMEI do aparelho, que´ï¿½ como se fosse o CPF do modelo. Todo celular tem um IMEI diferente”, explica.

O caso do estudante de engenharia mec�nica Jo�o Guilherme Gontijo Moreira, de 18 anos, � um bom exemplo. Ele j� teve tr�s celulares roubados e nem imagina onde foram parar. Um deles, inclusive, n�o era smartphone. O ladr�o, ent�o, o amea�ou com uma faca e o lhe devolveu o aparelho. Hoje,  ele diz que toma mais cuidado. “Evito atender liga��es na rua e ando com o aparelho escondido na mochila. Nem no bolso eu carrego mais, pois pode chamar a aten��o. Quando estou sem mochila, eu o carrego preso na cintura, coberto pela camisa”, ensina. Um dos assaltos, segundo ele, foi �s 15h30, na sa�da da sua escola de ingl�s, no Bairro Sion, Regi�o Centro-Sul.

De acordo com o delegado, muitos roubam celulares para alimentar o v�cio por drogas, principalmente o crack. “Outros roubam para repassar e conseguir dinheiro, e eles t�m uma demanda para isso”, esclarece Paladino. Segundo ele, h� intermedi�rios que recebem os produtos roubados direto do ladr�o para repassar ao com�rcio. “Existe uma demanda da sociedade por esses aparelhos. O combate ao crime fica ainda mais dif�cil por isso, devido � grande liquidez que esses produtos t�m no mercado”, disse.

Paladino explica que o crime tem duas modalidades. Quando o celular � levado sem viol�ncia � furto. Nesse caso, a pena � menor. Se a ladr�o for preso em flagrante, ele tem direito ao pagamento de fian�a, se o delegado assim entender. “Se n�o for recolhido a fian�a, ele permanece preso. Por ser um crime sem viol�ncia (furto), n�o fica preso por muito tempo. No caso do roubo, que � a subtra��o mediante viol�ncia, a pena � maior e o delegado n�o pode arbitrar fian�a. O tempo para cumprimento de pena � maior. Mas dificilmente a pena que est� na lei � cumprida integralmente”, disse.

Quem compra produtos roubados ou os comercializa pode responder por recepta��o, mas a pena � bem menor. “Pelo que a gente apura, existe um intermedi�rio entre o shopping e o portador de rua. E tem algumas bancas de shopping popular que fazem a compra desses aparelhos sem verificar a proced�ncia. Ent�o, a gente pode enquadrar os donos como receptadores”, disse o delegado, ressaltando que n�o s�o todos os shoppings populares envolvidos. “N�o tem como a gente generalizar. Mas, com certeza, esses aparelhos s�o encontrados nos shoppings populares e a gente teve a comprova��o”, comentou.

FOCO NA RECEPTA��O
A necessidade de comprovar que o produto � il�cito dificulta a Pol�cia Civil caracterizar o crime de recepta��o. “Se voc� tem um celular furtado ou roubado, e n�o consta o IMEI no boletim de ocorr�ncia, eventualmente, quando � feita uma opera��o da pol�cia nesses boxes (dos shoppings populares), voc� n�o consegue identificar o dono do aparelho”, disse Paladino. Segundo o delegado, quando o IMEI consta no boletim de ocorr�ncia, o sistema consegue provar que o celular encontrado no com�rcio foi realmente furtado e o comerciante � incriminado por recepta��o.

Em muitos casos, a Pol�cia Civil conseguiu rastrear aparelhos roubados e descobriu que eles estavam dentro de um shopping popular. “Como o rastreamento n�o tem uma precis�o assim t�o grande, e os boxes s�o muito encostados uns nos outros, � dif�cil voc� recuperar”, disse.

Produtos vendidos em shoppings populares s�o mais baratos muitas vezes por serem roubados ou falsificados, alerta o delegado. “Se voc� tem um produto que custa R$ 3 mil e ele � vendido por R$ 1,5 mil, tem que desconfiar de alguma coisa. Ou � falsificado, ou � produto il�cito”, explicou. A recomenda��o � sempre exigir nota fiscal, que � uma garantia do consumidor, e n�o comprar aparelhos de origem suspeita.

(foto: arte/EM)
(foto: arte/EM)


�NICO

O c�digo do IMEI normalmente vem na embalagem do celular. Entretanto, se a pessoa n�o atentou para isso, basta abrir o aplicativo de chamadas telef�nicas e digitar *#06# para aparelhos com tecnologia android, iOS e Windows Phone. Assim que aparecer o n�mero na tele, guarde-o em local seguro, para em caso de roubo do aparelho


Registro de ocorr�ncia � fundamental
O comandante do 22º Batalh�o da PM, tenente-coronel Eucles Figueiredo Honorato J�nior, recomenda usar o aparelho o m�nimo poss�vel em lugares de grande concentra��o de pessoas. “Tem que procurar um local seguro para atender as liga��es”, disse o militar, que faz outro alerta: “A pessoa roubada nunca deve reagir ou tentar recuperar o celular por conta pr�pria. Celular, voc� trabalha e compra outro. A vida, n�o”.

De acordo com o PM, � importante registrar ocorr�ncia de roubo para a PM saber, por meio do geoprocessamento, quais regi�es de maior incid�ncia de crimes. “Com informa��es das v�timas, a gente pode rastrear pessoas com caracter�sticas semelhantes. Com base na informa��o do n�mero de roubos, voc� pode relocar policiamento para o local”, explica.

Os roubos de celulares aumentaram tanto, segundo o tenente-coronel, que viraram “algo estressante” para a PM. Ele reclama que ladr�es s�o presos a todo momento e levados para as delegacias, mas n�o demora muito e est�o de volta �s ruas, cometendo mais crimes. “A reincid�ncia � muito grande. A pessoa pode roubar com uma arma de fogo, faca, sob grave amea�a, mas dificilmente fica presa”, reclama o militar, que defende mais rigor na lei.

“Os celulares s�o cada vez mais sofisticados e caros, e ca�ram no gosto dos ladr�es. Celular � muito f�cil de ser negociado e repassado. � o port�til mais visado pelos bandidos, pois � caro, pequeno, f�cil de transportar e tem focos de venda de celulares roubados e furtados. As pessoas roubam e procuram shopping populares e outros locais de grande com�rcio para se desfazer deles”, informou Eucles. “Se todo mundo inutilizasse o aparelho roubado, mandando bloquear o aparelho, o roubo de celular ia acabar”, disse.

Donos de aparelhos roubados podem solicitar o bloqueio do modelo e do chip � operadora. Em uma das operadoras, o bloqueio da linha � imediato e, do aparelho, depois 72 horas �teis, mediante apresenta��o do n�mero do IMEI, que consta na nota fiscal da compra ou na embalagem do telefone.

Perigo de mau uso das redes sociais
N�o bastassem as amea�as e o preju�zo que sofreu em um assalto, o dono de uma farm�cia do Bairro Ip�, na Regi�o Nordeste de BH, ainda teve muita dor de cabe�a depois. � que os ladr�es levaram o celular da v�tima e um deles usou o aparelho para criar um grupo no aplicativo WhatsApp denominado “Maconheiros de Plant�o”. O bandido convidou a participar todas as mulheres que constavam na agenda do aparelho da v�tima, inclusive a m�e dele. “Mandaram convite para meus contatos. Uma delas, que n�o sabia do assalto, estranhou o grupo e tamb�m os rapazes que foram adicionados vieram me questionar. Pedi que me encaminhassem as fotos e procurei a pol�cia”, conta o comerciante. Esta semana, a pol�cia conseguiu prender dois integrantes do grupo, um deles o assaltante que estava com o celular e que foi reconhecido pelas imagens de seguran�a da farm�cia. A v�tima, que pediu para n�o ser identificada, conta que foi assaltado quatro vezes.

A equipe de suporte do WhatsApp divulgou dicas de como evitar o uso da conta se o celular for roubado ou perdido. Primeiro, a v�tima deve telefonar para a operadora o quanto antes para bloquear o chip. “Desta forma, n�o ser� poss�vel verificar a conta no telefone, j� que ser� preciso enviar e receber SMS ou liga��es para verificar a conta”, informou a rede social.

Ap�s desativar o chip, a v�tima pode utilizar um novo chip com o mesmo n�mero de telefone para ativar o WhatsApp em um novo aparelho. “Esta � a maneira mais r�pida de desativar uma conta em um aparelho roubado ou perdido, j� que o WhatsApp pode apenas estar ativo em um n�mero de telefone em um aparelho de cada vez”, informa. Mesmo com o chip bloqueado e o servi�o de telefone desativado, o WhatsApp pode ser utilizado em Wi-Fi, se a pessoa n�o desativar a conta.


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