
Rio de Janeiro – Belo Horizonte se prepara para trocar todas as l�mpadas de vapor de s�dio de sua ilumina��o p�blica por um sistema inteligente, de tecnologia LED (sigla em ingl�s para diodo emissor de luz), com capacidade para coletar dados e possibilidade, inclusive, de aumentar e modernizar as c�meras de vigil�ncia do sistema Olho Vivo na cidade, com sensores eletr�nicos de v�rios tipos. O an�ncio foi feito ontem, no Rio de Janeiro, pelo prefeito Marcio Lacerda (PSB), durante o Congresso Internacional Cidades e Transportes, onde administradores de munic�pios do Brasil e do exterior discutem temais atuais, como mobilidade urbana e sustentabilidade. “O sistema LED poder� revolucionar os conceitos de cidades inteligentes”, disse Lacerda.
O edital para a troca do sistema de ilumina��o p�blica de Belo Horizonte por l�mpadas de LED deve ficar pronto at� o fim do ano, informou o prefeito, mas ainda em outubro deve ser lan�ado para consulta p�blica. A previs�o � de que os investimentos cheguem a R$ 300 milh�es, por interm�dio de parceria p�blico-privada (PPP) para a troca de 180 mil l�mpadas em toda a cidade, no per�odo de cinco anos.
“S�o centenas de milh�es em investimentos, mas o retorno vai ser maior. Trocamos todos os sem�foros de Belo Horizonte, de l�mpadas incandescentes por LED, desde 2009. Custou R$ 8 milh�es, mas o retorno foi maior. A economia que se tem em termos de economia de energia e manuten��o, como troca de l�mpadas queimadas, paga o investimento em curto prazo”, afirmou Lacerda. “Vamos ter uma ilumina��o melhor, gastando menos energia”, completou.
Desde 1º de janeiro, resolu��o da Ag�ncia Nacional de Energia El�trica (Aneel) transferiu para as prefeituras a responsabilidade sobre a ilumina��o p�blica. Uma das exig�ncias do novo edital � a introdu��o do processo de efici�ncia energ�tica, com as l�mpadas de LED, que t�m vida �til de at� 10 anos, com economia de energia estimada entre 40% a 60%. “Com a mudan�a, a cidade vai ficar adequadamente iluminada, melhor do que est� hoje. O retorno do investimento poder� ser recuperado em 20 a 25 anos, no m�ximo. O sistema j� vem sendo testado pela prefeitura, com recursos da BHTrans, na troca de l�mpadas nos sinais de tr�nsito”, explicou Ricardo Sim�es, diretor-presidente da PBH Ativos, empresa economia mista que tem como principal acionista a Prefeitura de BH, voltada para a administra��o de concess�es p�blicas e PPPs.
Em S�o Paulo, que estuda a mesma f�rmula para a troca de 700 mil l�mpadas, a administra��o municipal ainda n�o conseguiu levar � frente a licita��o. Outras cidades que estudam procedimento semelhante s�o Contagem e Betim, ambas na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte.
SOLAR Outro investimento a ser feito pela cidade na �rea de efici�ncia energ�tica diz respeito � alternativa solar. A capital tem hoje 450 metros quadrados de placas de energia solar para cada grupo de 100 mil habitantes, mas o projeto de reforma do Plano Diretor, a ser encaminhado � C�mara Municipal at� o fim do m�s, vai criar incentivos para aumentar esse n�mero. O an�ncio foi feito pelo vice-prefeito e secret�rio municipal de Meio Ambiente, D�lio Malheiros, ao participar do painel “Cidades na nova economia do clima”, no Congresso Internacional Cidades e Transportes, no Rio de Janeiro.
“Investir na energia limpa � hoje uma pol�tica mundialmente reconhecida. BH � a capital nacional da energia solar e estamos aumentando ainda mais esse �ndice. Queremos incentivar mais ainda as pessoas a investir na cidade, com fabrica��o de placas de aquecimento solar e energia fotovoltaica. Estamos com uma parceria com o Banco Mundial e come�aremos a produzir energia fotovoltaica em escolas p�blicas”, acrescentou Malheiros, que � diretor da CB 27, uma organiza��o que re�ne 27 capitais brasileiras para troca de experi�ncias no enfrentamento das mudan�as clim�ticas, criada no Rio +10, em 2012.
Segundo o vice-prefeito, a Secretaria de Meio Ambiente tem dado prioridade a processos de consumo de energia limpa. “Temos que criar mecanismos para utilizar menos termoel�tricas, que s�o t�o agressivas ao meio ambiente”, afirmou. Malheiros anunciou que a nova Lei de Uso e Ocupa��o do Solo vai permitir o aumento da �rea constru�da em determinados terrenos, aumentando o coeficiente construtivo, para aqueles que investirem em energias limpas. “Na Secretaria de Meio Ambiente, vamos editar normas dando tratamento priorit�rio aos projetos que tenham esse tipo de solu��o”, completou.