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Estado de Minas

Mulheres s�o mais da metade dos estudantes da UFMG

Mesmo com o n�mero de calouras menor no 2� semestre, mulheres lideram na gradua��o e p�s-gradua��o da universidade. Mas cursos dividem g�neros


postado em 12/09/2015 06:00 / atualizado em 12/09/2015 08:33

Estudantes Maria Luiza, Roberta, Giovanna, Jessica e Isadora, no campus da UFMG Pampulha.(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Estudantes Maria Luiza, Roberta, Giovanna, Jessica e Isadora, no campus da UFMG Pampulha. (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)

Elas est�o em todos os lugares do c�mpus: caminhando apressadas com as mochilas nas costas, conversando com colegas sobre o curso escolhido, relaxando, na lanchonete ou atentas �s novidades da vida universit�ria. Nem bem recome�ou o ano letivo, e as mulheres na faixa et�ria de 18 a 25 anos continuam dominando na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Dos 34.130 estudantes de gradua��o, 18.221 s�o mulheres – 53% do total. Na p�s-gradua��o, a propor��o aumenta: dos 14.079 estudantes, 8.247 s�o do sexo feminino (58,5%). Entretanto, a dist�ncia para os homens ficou menor neste semestre. De acordo com levantamento da institui��o, as novas “calouras” representam 47% dos 2.714 estudantes que chegaram � Federal neste semestre – a primeira queda em cinco anos.

As diferen�as nas salas de aulas s�o evidentes, atesta um grupo de futuras bi�logas, lembrando que no curso diurno predominam as mulheres, algo em torno de 60%. “Gostei da turma, e n�o vejo qualquer problema em ter tantas alunas. Uma vai ajudar a outra”, acredita J�ssica Santana Pires, de 20, ao lado das colegas do primeiro per�odo Roberta Frade Madeira, de 17, Giovanna Rotondo, de 18, Isadora Cristina Hanke de Faria e Maria Lu�za Camisasca, ambas de 19.

Atenta � conversa, Roberta, de Arcos, no Centro-Oeste, lembrou que o curso de engenharia � mais procurado pelos homens. J� Maria Luiza, de Sete Lagoas, na Regi�o Central, garante que entre as garotas “h� mais camaradagem”.

A s�rie hist�rica de 2011 a 2014 demonstra uma divis�o de g�nero em boa parte dos cursos da universidade. As mulheres s�o maioria naqueles relacionados aos cuidados e sa�de, como terapia ocupacional, enfermagem, nutri��o e pedagogia, enquanto os homens ocupam mais vagas nas ci�ncias exatas (veja arte). As exce��es ficam com estat�stica e engenharia de produ��o, ambos com um n�mero maior de mulheres.

TEND�NCIA A coordenadora do N�cleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher (Nepem), Marlise Matos, afirmou que o maior n�mero de alunos na UFMG segue uma tend�ncia mundial, que indica um percentual maior de mulheres em todos os n�veis escolares. “As mulheres superaram a barreira do mundo privado, e est�o se escolarizando maci�amente”, pontua. No entanto, ela aponta que h� uma segrega��o ocupacional, uma vez que o n�mero de mulheres n�o � igualmente distribu�do entre os diferentes cursos, o que a pesquisadora aponta como heran�a dos pap�is desempenhados pelo sexo feminino na esfera privada.

A mestre em ci�ncia pol�tica �urea Carolina de Freitas, que atuou como subsecret�ria de Pol�ticas para as Mulheres em Minas Gerais, considera que o processo de socializa��o das crian�as influencia na maneira como homens e mulheres se relacionam com o conhecimento e o mundo do trabalho. Elas s�o educadas para cuidar do espa�o dom�stico, enquanto eles para ocupar a esfera p�blica. “Uma socializa��o que reproduz o machismo limita as escolhas profissionais das mulheres”, diz. A especialista lembra que as �reas com maior presen�a feminina tendem a ser menos valorizadas e reconhecidas socialmente, al�m de serem mais mal remuneradas.

De acordo com as especialistas, a presen�a de um n�mero maior de mulheres na universidade deve ser comemorada. No entanto, somente isso n�o garante a supera��o das desigualdades de g�nero. “A presen�a tem potencial de mudar. Traz uma perspectiva de melhora social para as mulheres, incorporando suas experi�ncias de vida � produ��o de conhecimento e � forma��o profissional”, diz �urea. Ela ainda ressalta a quest�o de g�nero na educa��o. “O acesso � fundamental, mas n�o garante a supera��o das desigualdades. � importante ter uma inser��o equilibrada de mulheres e homens em todas as �reas.”

Inclus�o traduz predom�nio


A estudante Karine Esteves, em frente a reitoria.(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
A estudante Karine Esteves, em frente a reitoria. (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Enquanto esperava o come�o das aulas na lanchonete da faculdade, Karine Luize Oliveira Esteves, de 18 anos, aluna do primeiro per�odo de engenharia civil, explicava que o mundo � feito de oportunidades, portanto, � preciso aproveit�-las. “Na �rea de ci�ncias exatas, est� meio a meio. Acho que h� chances de crescimento para os dois lados”, disse a jovem. Para La�s Oliveira, de 26, estudante de farm�cia, o grande n�mero de mulheres se traduz por uma palavra: inclus�o. Caloura de psicologia, Fl�via Garcia, de 19, conta que no seu curso h� 85% de mulheres: “Realmente, h� diferen�as. Vejo que as engenharias t�m mais homens, mas eu tamb�m fazia filosofia e havia pouqu�ssimas mulheres”.

O grupo de amigos Thuane Munck, Ana Luiza Alvarenga, Matheus Carvalho e Carolina Incalado traduz cenário atual da Federal de Minas(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
O grupo de amigos Thuane Munck, Ana Luiza Alvarenga, Matheus Carvalho e Carolina Incalado traduz cen�rio atual da Federal de Minas (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Num grupo de tr�s garotas e um rapaz, situa��o que traduz o cen�rio atual do c�mpus, imperam amizade e respeito. Estudante de engenharia ambiental, Thuane Munck, de 23, tamb�m comunga da palavra “inclus�o” para descrever a predomin�ncia feminina na universidade. No mesmo grupo e do mesmo curso, Ana Luiza Alvarenga, de 22, de Ipatinga, e Carolina Incalado, de 19, da capital, concordavam, embora com a esperan�a de que o mercado de trabalho reconhe�a. “A compet�ncia � a mesma”, resumiu Carolina.

Com a experi�ncia de quem j� passou por faculdades de direito e publicidade, Matheus Carvalho de Lima, de 25, futuro engenheiro ambiental, foi categ�rico: “A sociedade evoluiu e � muito importante a abertura de espa�o para as mulheres. Resta aos empregadores reconhecer essa capacidade”, afirmou.

METAS
A mestra em ci�ncia pol�tica �urea Carolina afirma que o desafio � superar as barreiras de atua��o para homens e mulheres. “� preciso romper alguns estere�tipos de g�nero associados a algumas �reas de forma��o e carreiras.” Tamb�m, segundo ela, � preciso democratizar as estruturas internas da universidade para que “as mulheres assumam as chefias de departamentos, coordena��o dos cursos e atuem como pesquisadoras”. (MMC/GW)


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