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Estado de Minas

Trilhas percorridas pelo EM mostram outras atra��es nos caminhos de BH

Reportagem percorre seis caminhos entre parques e montanhas e mostra que locais podem render desde passeios agrad�veis em fam�lia a aventuras com direito a subidas �ngremes e encontros com serpentes venenosas


postado em 20/09/2015 06:00 / atualizado em 20/09/2015 10:55

Nos limites da Serra do Curral com Sabará e Nova Lima, túneis mostram o que sobrou da Ferrovia do Aço, considerada um desperdício, já que nunca se transportou o metal por lá (foto: Euler Junior/EM/D.A Press)
Nos limites da Serra do Curral com Sabar� e Nova Lima, t�neis mostram o que sobrou da Ferrovia do A�o, considerada um desperd�cio, j� que nunca se transportou o metal por l� (foto: Euler Junior/EM/D.A Press)

Nas notas de um dos jesu�tas que melhor descreveu a economia do Brasil colonial no s�culo 17, o toscano Andr� Jo�o Antonil, os caminhos que bois, cavalos e homens trilhavam at� Minas Gerais, partindo da “Vila de S�o Paulo” e das “cidades da Bahia e do Rio de Janeiro”, se anovelavam numa malha intrincada e de dif�cil acesso pelas montanhas produtoras de ouro. Essenciais ao desbravamento do estado, essas vias se tornaram obsoletas com o autom�vel e o transporte p�blico, mas ainda h� picadas, como aquelas permeando o cerrado, os campos rupestres e os vales mais in�spitos da capital mineira. Passagens que n�o levam apenas a mirantes, mas desvendam tamb�m santu�rios arqueol�gicos, reservas de nascentes, ref�gios da vida selvagem, espa�os de cultos e oferendas. Para mostrar o contraste entre esses caminhos pouco conhecidos e a muralha urbana que os cerca, a reportagem do Estado de Minas percorreu trilhas da capital mineira que podem conduzir a agrad�veis passeios familiares, mas tamb�m a aventuras por trechos de acesso perigoso e restrito.

Se de um lado, no Bairro Mangabeiras, as trilhas que cortam as cristas do Parque Serra do Curral s�o abertas � visita��o e h� at� passeios guiados por seus mirantes, a por��o oposta da cadeia montanhosa � um local obscuro. Pr�ximo aos casebres do Bairro Taquaril, na Regi�o Leste de BH, um caminho de terra vermelha e p� de min�rio se eleva a 1.179 metros e conduz a constru��es rochosas intrigantes. S�o 300 metros de caminhada leve que pode come�ar na Estrada Velha de Nova Lima, passando por um haras e uma mineradora, at� o in�cio de uma muralha que pode ser mais antiga do que a capital mineira, fundada em 1897. A estrutura de blocos de rochas de min�rio de ferro chega a ter 1,2 metro de altura e segmentos que se estendem por mais de 2 quil�metros. A suposi��o dos estudiosos, segundo a Funda��o Municipal de Cultura (FMC), � que a constru��o seja do in�cio do s�culo 18 e um vest�gio de currais para o gado que abasteciam a regi�o das minas coloniais.

RU�NAS Mesmo num local de dif�cil acesso, a ru�na sofre degrada��o, pois muitos pilotos de motocicletas fora de estrada derrubaram se��es da muralha para passar com seus ve�culos. Os rastros dos pneus escavados na terra se tornam valas para enxurradas que abalam e desmoronam os blocos de pedra seculares. E essas pedras tamb�m acabaram sendo desmontadas para que pessoas possam professar seus cultos. Servem de material para tra�ar uma d�zia de c�rculos grandes em volta de �rvores e com altares bem no centro, onde ainda se encontram pap�is com os pedidos de fi�is. Num deles, com v�rios erros de portugu�s, o pedido �: “Deus, me d� um emprego”.



De l� em diante, outra trilha mais dif�cil e perigosa, de 5,7 quil�metros, segue na dire��o dos limites com Sabar� e Nova Lima e leva � sequ�ncia de seis t�neis que formam as ru�nas da Ferrovia do A�o, uma estrada de ferro que � monumento ao desperd�cio, pois nunca trouxe nem um grama sequer de metal do Vale do A�o para a regi�o. O risco de escorregamento � alto, uma vez que o topo da serra serve de passagem e n�o passa de dois palmos de largura entre alguns despenhadeiros. Em pontos mais altos, a trilha � descont�nua, o que obriga a escalar rochas ou a descer pared�es para contornar as falhas.
 
Do alto se avista a cidade, mas o som dos motores dos carros n�o chega at� a trilha. Em vez disso, � o sussurro dos ventos lambendo as folhagens do matagal e os pios dos p�ssaros que embalam o �nimo da caminhada. Na descida por picadas alargadas pela passagem das motocicletas de cross, as copas de �rvores floridas se juntam no alto formando arcos naturais. Quando se atravessa as trilhas, o retorno pelo mesmo caminho � praticamente imposs�vel. Mas vale a pena ver de perto os t�neis da ferrovia, atualmente bloqueados por rochas e alagados pela �gua da chuva. A volta precisa ser feita pela estrada de uma mineradora, at� o Taquaril, por mais 3,5 quil�metros de subidas leves. De acordo com a FMC, as muralhas da Serra do Curral ainda n�o foram tombadas pelo patrim�nio de BH, mas estudos nesse sentido s�o realizados.

COMO IR Para percorrer a trilha de 2,7 quil�metros no Parque da Serra do Curral, interessados devem fazer agendamento pr�vio pelo (31) 3277-8120. H� limita��o do n�mero de integrantes nos grupos. Os passeios come�am �s 8h15 e t�m dura��o estimada de 3 horas, passando por sete mirantes e terminando no Parque das Mangabeiras.


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