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Estado de Minas

EM segue combate a inc�ndio no Rola-Mo�a e mostra perigo enfrentado por bombeiros

No centro da queimada, o EM registrou com um calor�metro como a guarni��o fica pr�xima a chamas que ardem a at� 370�C e � constantemente exposta a temperaturas ambientes superiores a 60�C. No estado, queimadas em �reas de conserva��o cresceram 10%.


postado em 22/09/2015 06:00 / atualizado em 22/09/2015 11:10

Calorímetro a laser que mede temperatura na área das chamas indica 277 graus(foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Calor�metro a laser que mede temperatura na �rea das chamas indica 277 graus (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)

As chamas altas que carbonizavam �rvores e dizimavam a vegeta��o rasteira ardiam a at� 370°C, o suficiente para derreter barras de chumbo ou o asfalto das estradas. A apenas cinco metros de dist�ncia do fogo, as ondas de calor beiravam o insuport�vel, com temperaturas acima de 60°C. A mata densa e a fuma�a sufocante tamb�m eram obst�culos, mas n�o impediam o avan�o da guarni��o de oito bombeiros acompanhada ontem pela reportagem do Estado de Minas durante o combate ao pior inc�ndio do ano no Parque Estadual da Serra do Rola-Mo�a. Em um dos momentos mais tensos, um vento forte levou as labaredas em dire��o aos combatentes, que precisaram fazer uma retirada de emerg�ncia para se salvar.


A queimada, que em dois dias consumiu 450 hectares (ha) da unidade de conserva��o entre Belo Horizonte, Brumadinho, Ibirit� e Nova Lima e ainda n�o tinha sido controlada at� a noite de ontem, � exemplo das dificuldades enfrentadas por bombeiros e brigadistas e da destrui��o provocada por inc�ndios em �reas de conserva��o. De janeiro a setembro, o n�mero de focos de calor em unidades de conserva��o estaduais e federais em Minas j� supera em 10% o registrado no mesmo per�odo do ano passado – passou de 2.848 para 3.126, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A unidade mineira mais afetada por queimadas este ano � o Parque Nacional da Serra da Canastra, onde nasce o Rio S�o Francisco: foram 638 focos. Ontem, o fogo devastou ao menos metade do Parque da Serra da Boa Esperan�a, em Boa Esperan�a, no Sul de Minas.

No Rola-Mo�a, um dos principais objetivos do grupo de combate ao fogo, formado por 139 bombeiros e brigadistas, era evitar que as chamas chegassem a cinco mananciais usados em abastecimento pela Copasa. Tr�s, por�m, acabaram atingidos: os c�rregos B�lsamo e Tabo�es, respons�veis por levar �gua a 66 mil pessoas, em Ibirit�; e o C�rrego Rola-Mo�a, que ajuda no fornecimento para 21 mil pessoas em BH e Nova Lima. O abastecimento a consumidores desses tr�s sistemas foi normalizado ontem.

“Nesses tr�s mananciais, o fogo afetou nascentes e os atingiu”, confirmou o diretor do parque, Marcos Vin�cios Freitas. “Mas conseguimos barrar o inc�ndio antes que chegasse ao Ribeir�o Catarina, no Jardim Canad� (respons�vel por abastecer parte da capital mineira e de Nova Lima), e tamb�m ao C�rrego Pitangueiras (que leva �gua a Ibirit�)”, acrescentou. Para o diretor do parque, o inc�ndio pode ter sido criminoso, principalmente por ser essa a origem da “maioria absoluta” das chamas que se alastram pela unidade.

Ver galeria . 8 Fotos Cristina Horta/EM/D.A/Press
(foto: Cristina Horta/EM/D.A/Press )


DEVASTA��O Ontem, mais de 24 horas depois do in�cio do inc�ndio, as estradas que cortam a mata atl�ntica e a vegeta��o de cerrado no Rola-Mo�a estavam tomadas pela poeira dos carros e caminh�es-bomba usados no combate �s chamas. No ar, dois avi�es com capacidade para despejar at� 3 mil litros de �gua e um helic�ptero extinguiam focos em pontos �ngremes demais para o combate humano ou em pontos onde as labaredas fugiram do controle. Atr�s de um grupo de bombeiros, a reportagem do EM deixou uma das estradas e entrou numa �rea devastada, com um palmo de fuligem sobre o solo e tocos fumegantes – foi o que restou de �rvores e canelas-de-ema. No c�u, p�ssaros circulavam �reas queimadas, como se procurassem pelos seus ninhos.

Ao chegar � linha de fogo, os bombeiros de macac�es cinzas e amarelos se distribu�ram ao longo da faixa de chamas usando abafadores. Mesmo no trabalho de rescaldo, um calor�metro a laser mostrou que a temperatura da lenha queimada e do mato ultrapassava os 200°C. O calor no ambiente fazia os combatentes suar por dentro das roupas antifogo e das balaclavas usadas para proteger os rostos. Num ponto mais alto, onde o fogo avan�ava amea�ando o C�rrego Pitangueiras, a vegeta��o mais densa obrigou os combatentes a agir em duas frentes. Uma das primeiras coisas que combinaram foi o ponto de recuo em caso de amea�a: “Se tivermos problemas, nos dirigimos at� uma regi�o que chamamos de ancoragem, a �rea queimada onde o fogo n�o se propaga por j� ter consumido todo o material combust�vel”, disse o tenente Warley de Paula Vieira Barbosa, l�der da guarni��o.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)
CINTUR�O Quando parecia que as chamas estavam dominadas, uma onda de calor intensa surpreendeu quem estava no alto do morro. Era o vento que soprava forte e empurrou as chamas na dire��o dos combatentes. Em uma fra��o de segundos, a temperatura aumentou a n�veis insuport�veis e obrigou a um recuo. “Para a �rea queimada! Voltem para a �rea queimada!”, repetiam os bombeiros uns para os outros. Em meio � fuma�a, gritavam uns os nomes dos outros, para ter certeza de que os companheiros tinham escapado. O inc�ndio n�o s� se alastrou na dire��o dos homens como os cercou ao formar um cintur�o. Nessa corrida para se salvar, o perigo � trope�ar em pedras e nos ramos da vegeta��o baixa, o que poderia significar ser atingido pelas chamas.

O calor foi t�o intenso que chegou a derreter a sola das botas de integrantes da equipe de reportagem. Quando todos chegaram � �rea queimada, as labaredas j� tinham destru�do toda a vegeta��o que estava no ponto de onde os bombeiros foram “expulsos”. S� restou ao grupo pedir ajuda aos avi�es, que, em poucos minutos, despejaram �gua em voos rasantes nessa linha de frente. “Vamos debelar esse fogo, mas temos de ter aten��o o tempo todo. Cada virada de vento como essa nos impede de prosseguir e s�o perigos reais”, disse o tenente Barbosa. Na noite de ontem, a dire��o do parque informou que o inc�ndio s� deve ser completamente controlado na manh� de hoje.


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