A a��o faz parte do projeto Rua do Respeito, coordenado pelo Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG), e � uma parceria com o Servi�o Voluntario de Assist�ncia Social (Servas) e o Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG). O programa contou com o apoio e co-realiza��o, respectivamente, do Sesc e do Senac, integrados ao sistema Fecom�rcio-MG.
A popula��o foi atendida com servi�os de m�dicos, psicol�gicos, fisioterap�uticos e odontol�gicos, orienta��es jur�dicas e previdenci�rias, corte de cabelo e limpeza de pele, emiss�o de documento de identidade, entre outros. Uma das dezenas de identidades emitidas no estande da Pol�cia Civil foi a de Ivan Concei��o, que havia perdido todos os seus documentos. “Aproveitei a oportunidade, n�o s� de ter o documento, mas tamb�m de receber todos esses atendimentos. Tive dicas importantes dos m�dicos e dentistas que h� muito tempo n�o tinha”, contou.
Para o integrante da Cooperativa de Pessoas em Situa��o ou Trajet�ria de Rua (CoopMulti), Davidson Julio dos Santos, o evento � considerado uma batalha vencida na luta contra o preconceito e na luta a favor da garantia de direitos. Ele, que tem 31 anos, dos quais 25 s�o de situa��o de rua, acredita que muitos participantes da Rua de Direitos se sentir�o mais motivados a seguirem um caminho melhor. “Voc� vem aqui, tem atendimento m�dico, vai ao dentista, consulta um advogado, voc� � tratado como nunca foi ou como n�o � h� muitos anos. Assim como eu precisei e me agarrei �s oportunidades, � disso que essas pessoas precisam, precisam de quem acredite nelas”, disse Santos, que h� quatro anos saiu das ruas e hoje cursa jardinagem e paisagismo para trabalhar na CoopMulti.
O promotor e coordenador da Coordenadoria de Inclus�o e Mobiliza��o Sociais (Cimos) do MPMG, Paulo Cesar Vicente de Lima, ressaltou a import�ncia dessa mobiliza��o em prol das pessoas em situa��o de rua. “Esse p�blico lida diariamente com uma completa aus�ncia de servi�os que s�o b�sicos e de direito de qualquer cidad�o. A Rua de Direitos � essencial, principalmente em dois sentidos: o de garantir e resgatar esses direitos e de mostrar � sociedade que eles tamb�m s�o seres humanos e merecem respeito”, disse o promotor. De acordo com dados de estudos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para o censo de 2013 da Prefeitura de Belo Horizonte, atualmente, cerca de 2 mil pessoas vivem nessa situa��o na capital.
De acordo com o magistrado, estudos indicam que a maioria da popula��o de rua adulta � composta por pessoas do sexo masculino e 85% exercem alguma atividade laboral, atuando como catadores de papel, flanelinhas, vendedores ambulantes, entre outras atividades. Apenas 16% sobrevivem como pedintes.
“Um dos objetivos dessa a��o � tirar os moradores de rua da invisibilidade, chamando a aten��o da popula��o da sociedade civil para a situa��o em que vivem e combatendo o preconceito. Cerca de 90% dessas pessoas deseja sair das ruas, mas n�o consegue; elas precisam de uma m�o”, completa o juiz.
A presidente do Servas, Ana Carolina Oliveira Pimentel, destacou o car�ter simb�lico da rua, que reuniu diversos direitos e servi�os para os moradores de rua. Ana Carolina destacou ainda a import�ncia da parceria entre diversas institui��es e �rg�os p�blicos para atender �s pessoas em situa��o de rua. (Com TJMG e Servas)