
No segundo dia de visita � Pampulha, em Belo Horizonte, a consultora venezuelana Mar�a Eugenia Bacci, do Conselho Internacional de Monumentos e S�tios (Icomos), conheceu os dois maiores desafios da regi�o-monumento candidata ao t�tulo de Patrim�nio Cultural da Humanidade, concedido pela Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, Ci�ncia e Cultura (Unesco). Segundo integrante da equipe que a acompanhou ontem, ela ressaltou que a polui��o da lagoa e o Iate T�nis Clube, dono de um anexo que alterou o desenho original, s�o problemas a serem vencidos pelas autoridades. Para conhecer melhor os projetos na �rea de despolui��o do espelho d’�gua, Mar�a Eugenia vai se reunir, possivelmente hoje, com representantes da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e da Copasa.
Al�m do clube, a arquiteta conheceu, na manh� e tarde de ontem, outras obras constru�das nas d�cadas de 1940 – Igreja S�o Francisco de Assis, Museu de Arte da Pampulha (MAP) e Casa Kubitschek –, sa�das da prancheta do arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012). A avalia��o dela � a prova final da Pampulha, �nico s�tio do pa�s concorrendo este ano ao t�tulo, j� que Paraty (RJ) ficou fora do p�reo. O resultado ser� divulgado em junho de 2016 em Istambul, Turquia, e, se tiver �xito, BH estar� ao lado de Ouro Preto, que recebeu o t�tulo em 1980, Santu�rio do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas (1985), ambos na Regi�o Central, e Diamantina (1999), no Vale do Jequitinhonha.

Mesmo com a situa��o das �guas e do Iate, mostrados no dossi� de 500 p�ginas enviado � Unesco no ano passado, Mar�a Eugenia elogiou o trabalho desenvolvido, informou o presidente da Funda��o Municipal de Cultura (FMC), Le�nidas Oliveira. “Ela se mostrou muito impressionada com o modelo de gest�o do projeto tur�stico implementado pela prefeitura e com o plano de matriz de responsabilidades, que inclui todos os demais projetos. Est� satisfeita com o que est� vendo”, afirmou Le�nidas, ressaltando que a PBH disp�e de R$ 150 milh�es em caixa para cuidar do patrim�nio cultural e ecol�gico da regi�o.
CONFIAN�A “Estou muito confiante na conquista desse t�tulo, pois a Pampulha � reconhecida internacionalmente pelo conjunto moderno. Na �poca, significou algo novo”, afirmou Le�nidas. Ele explicou que as obras de despolui��o est�o em andamento, principalmente as referentes ao lan�amento de esgotos. No caso do Iate, o presidente da FMC, disse que h� disposi��o da prefeitura e do Instituto Nacional do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan) em ajudar o clube a abuscar recursos, embora sejam necess�rios os projetos executivos. A estimativa � de que a restaura��o fique em torno de R$ 7 milh�es. Desde que foi entregue o dossi�, autoridades municipais e federais v�m informando que a situa��o do lago, que futuramente poder� receber esportes n�uticos, n�o � empecilho ao t�tulo.
� tarde, durante a visita � Casa Kubitschek, antiga resid�ncia particular do presidente Juscelino Kubitschek (1902-1976), a dirigente do Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha), Michele Arroyo, integrante da comitiva, disse que Mar�a Eugenia � “apaixonada” pela Pampulha pela obra de Niemeyer, j� tendo feito, tamb�m, um estudo baseado em trabalhos do paisagista Roberto Burle Marx (1909-1994), autor de 12 projetos de jardins na Pampulha, incluindo os do MAP e da Casa do Baile.
O certo mesmo � que a visita da consultora enche de �nimo os admiradores do cart�o-postal mais famoso da capital. “� meu lugar preferido, daqui vejo a Igreja de S�o Francisco de Assis iluminada. Niemeyer deixou sua marca em v�rias cidades, mas n�o t�o fortes como na Pampulha”, afirmou o auxiliar administrativo e estudante de direito Lucas Filipe Rocha, de 23 anos, que curtia na orla duas semanas de namoro com Fernanda Izabella Rocha, de 22. Pedalando, as amigas Rafaela Souza, de 24, estudante de administra��o, e Lanna Couto, de 19, design de interiores, tamb�m elegeram a igrejinha como monumento mais bonito. “� um privil�gio ter este patrim�nio”, disse Lanna.
