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Estado de Minas

Indicadores de volume de �gua caem e acendem alerta em Minas

Com reservat�rios do Paraopeba batendo sucessivos recordes negativos de acumula��o, �ndices de chuvas e de economia de �gua tamb�m despencam, preocupando especialistas


postado em 30/09/2015 06:00 / atualizado em 30/09/2015 08:01

Terra sem vegetação denuncia o quanto a água baixou no Sistema Serra Azul, represa da Grande BH (foto: Beto Novaes/EM/D.A.Press )
Terra sem vegeta��o denuncia o quanto a �gua baixou no Sistema Serra Azul, represa da Grande BH (foto: Beto Novaes/EM/D.A.Press )

Depois de a Copasa ter anunciado, no m�s passado, que a Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte n�o sofreria com racionamento neste ano, todos os indicadores relacionados ao abastecimento de �gua se apresentam em queda, sinalizando um cen�rio preocupante, na avalia��o de especialistas. Ontem, os reservat�rios do Sistema Paraopeba, que abastecem a Grande BH e j� apresentam n�veis hist�ricos de perda de volume, enfrentaram o 16º dia consecutivo de queda. Enquanto no dia 14 o volume era de 28,3%, a �ltima marca foi de 26,5%, novamente atingindo o menor n�vel da hist�ria. A diminui��o ocorre ao mesmo tempo em que a popula��o diminui a economia no consumo. A taxa de redu��o, que chegou 16% em mar�o, foi de apenas 10,85% em agosto, percentual menor que os 11,63% de julho e que s� perde para os 9,4% de fevereiro, quando o governo anunciou a necessidade de economizar. Outro indicador de que a equa��o se aproxima do limite vem do c�u. Segundo especialistas, a recupera��o do volume dos reservat�rios depende de dias consecutivos de chuva, e durante muitas esta��es chuvosas. Mas, no ano passado, a precipita��o em BH n�o passou de 982 mil�metros, 65,8% da m�dia hist�rica de 1.491mm. E, neste ano, o acumulado de 831mm (de 1º de janeiro at� ontem) n�o mostra grandes avan�os e est� pouco acima da m�dia para o per�odo (817mm).

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De acordo com o meteorologista Cleber Souza, do 5º Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), nenhuma regi�o de Minas Gerais registrou neste ano chuvas capazes de suprir a real necessidade para normalizar o volume dos reservat�rios. “Em setembro, historicamente, j� come�am a ocorrer algumas chuvas. Mas, neste ano, s� choveu na primeira semana e depois houve uma forte onda de calor, com recordes de temperatura. Essas chuvas n�o favoreceram em nada os reservat�rios, porque o solo est� muito seco e suga toda a �gua que cai”, afirma Cleber.

Al�m disso, n�o h� previs�o de chuva para os pr�ximos dias, segundo o especialista. “Uma frente fria est� atuando sobre o estado nesta semana, mas � de baixa intensidade e s� favoreceu a queda nas temperaturas e aumento da nebulosidade”, disse. Segundo Cleber Souza, pode at� ser que BH alcance a m�dia hist�rica de precipita��es em 2015, j� que os meses de novembro e dezembro s�o os mais chuvosos. Mas, ainda que isso ocorra, o equil�brio nos sistemas de abastecimento estar� distante, afirma. “Para a normalizar, ser� preciso chover v�rios dias consecutivos e em esta��es de anos consecutivos. Tem que chover muito”, destacou. A situa��o, segundo ele, � preocupante, tendo em vista o cen�rio de poucas chuvas nos �ltimos anos.

Em meio a esse cen�rio de escassez de �gua, o relaxamento da popula��o em rela��o � economia tamb�m � visto com preocupa��o pelo professor Luiz Rafael Palmier, do Departamento de Engenharia Hidr�ulica e Recursos H�dricos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Para ele, a equa��o � muito simples de ser montada. “Se no ano passado t�nhamos volumes melhores nos reservat�rios e choveu menos, com certeza tivemos um problema transferido para este ano. E se n�o tivermos uma esta��o chuvosa mais abundante, acima da m�dia hist�rica, teremos s�rios problemas de abastecimento. Enquanto a popula��o pode ajudar, economizando, ela diminui sua contribui��o para a redu��o do consumo, o que � ainda pior”, critica o engenheiro.

O especialista destaca outro problema: “O Sistema Rio das Velhas, tamb�m muito importante para a Grande BH, tem registrado n�veis muito baixos”, disse. Ontem, o manancial registrou vaz�o de 13,4 metros c�bicos por segundo (m3/s). “Se chegar a 10 m3/s, a Copasa pode ter problemas no abastecimento, principalmente porque o sistema do Velhas n�o tem reservat�rio”, lembrou.

CEN�RIOS Mesmo diante da situa��o considerada limite pelos especialistas, a Copasa mant�m a posi��o anunciada em 10 de agosto, quando descartou o risco de desabastecimento na Grande BH, al�m de ressaltar a import�ncia das obras para nova capta��o no Rio Paraopeba, previstas para terminar em dezembro e com 66% de execu��o. A companhia informa, por meio de nota, que a �gua armazenada nos reservat�rios do Sistema Paraopeba � suficiente para garantir o abastecimento de toda a popula��o atendida, pelo mesmo na Grande BH, considerando-se o pior cen�rio, que seria n�o chover partir do fim do per�odo de estiagem.

Segundo a concession�ria, a obra para captar 5 mil litros de �gua por segundo do Rio Paraopeba permitir� a recupera��o dos reservat�rios enquanto houver a capta��o direta no rio. A retirada da �gua ser� feita preferencialmente nos meses chuvosos, quando aumenta a vaz�o do curso d’�gua. Nas contas da empresa, essa interven��o vai viabilizar a distribui��o para a popula��o da Grande BH, ao mesmo tempo em que permitir� a acumula��o de �gua dos reservat�rios, para enfrentamento do per�odo seco.

A empresa informa que outro fator que contribuiu para afastar a possibilidade de desabastecimento na Grande BH foram as obras que aumentaram em 400 litros por segundo a capacidade de transfer�ncia da produ��o do Sistema Rio das Velhas para a �rea atendida do Sistema Paraopeba. Al�m disso, o programa Ca�a Gotas diminuiu em 52% o tempo para corre��o de vazamentos de �gua em BH, segundo a Copasa.

V�deo: reservat�rios est�o secando na Grande BH


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