
“Somos 3 milh�es de brasileiros buscando uma vida melhor fora do Brasil. Assim como ficamos indignados quando algum dos nossos � v�tima de viol�ncia ou de injusti�a no exterior, vamos acolher bem os refugiados e imigrantes em Minas”, afirmou ontem Nilm�rio Miranda, secret�rio de Estado de Direitos Humanos, Participa��o Social e Cidadania, que passa a coordenar o Comit� Estadual de Aten��o ao Migrante, Refugiado e Ap�trida, Enfrentamento ao Tr�fico de Pessoas e Erradica��o do Trabalho Escravo (Comitrate). O comit� foi institu�do por meio do Decreto 46.489, publicado na ter�a-feira pelo governador Fernando Pimentel em edi��o extra do Minas Gerais.
Formado por 28 membros da sociedade civil e outros 28 do governo, o comit� vai se reunir para trocar sugest�es de pol�ticas p�blicas a serem formuladas, mas ter� tamb�m assessoria t�cnica para colocar em pr�tica as decis�es. “Em algumas cidades, a situa��o j� � aflitiva. Dos 1,5 mil haitianos que chegaram a Esmeraldas, por exemplo, cerca de dois ter�os est�o desempregados. O posto de sa�de est� atendendo a 200 pessoas por dia”, alerta o secret�rio, lembrando que 45 mil dos 65 mil haitianos abrigados pelo Brasil ainda n�o t�m visto provis�rio nem carteira de trabalho tempor�ria. Nilm�rio lembra ainda que, em fun��o das ofertas de emprego, cidades do Tri�ngulo Mineiro passaram recentemente a atrair imigrantes expulsos de S�o Paulo.
A tend�ncia � o n�mero de imigrantes aumentar bastante em Minas, podendo totalizar mais de 10 mil pessoas nos pr�ximos 45 dias, prazo previsto para a conclus�o do atlas do ref�gio de imigrantes no estado, em parceria com a PUC Minas. Segundo Jo�o Motta, coordenador da pauta de imigra��o no estado, a estimativa � de que o contingente j� esteja em 7 mil imigrantes em Minas, estabelecidos principalmente em Contagem, Betim, Esmeraldas, Santa Luzia e Vespasiano. “Pelas informa��es colhidas entre eles pr�prios, ainda est� para chegar muita gente em Minas, que na Copa do Mundo de 2014 ganhou fama de acolhedora”, explica Motta.
“A onda de solidariedade desencadeada pela chegada dos refugiados s�rios em BH, depois da como��o provocada pelo naufr�gio de 70 crian�as nas praias, mostra que em Minas, a maioria das pessoas � generosa”, compara Nilm�rio Miranda, que repudia manifesta��es de xenofobia, como as recentes declara��es do deputado federal Jair Bolsonaro, que desqualificou refugiados como sendo a ‘esc�ria da humanidade’. Segundo o secret�rio, o problema � mais complexo do que se imagina. “Ainda � mais f�cil acolher o s�rio, que se parece com o povo europeu, do que os imigrantes negros do Haiti, falando criolle ou franc�s”, lamenta Miranda, convidando empresas dos ramos hoteleiro, constru��o civil e com�rcio a abrir postos de trabalho para imigrantes. A estimativa � de que haja de 78 a 100 refugiados �rabes em Minas.