
Em meio � crise dos refugiados, que chama a aten��o de todo o mundo para a Europa, a comunidade de s�rios que vieram a Belo Horizonte em busca de uma nova vida v�m mobilizando moradores que querem ajudar com doa��es ou voluntariado. Segundo a Arquidiocese da capital, eles j� s�o 79: na noite de quarta-feira, nasceu o pequeno Abboud, na Santa Casa de BH. A chegada do pequeno belo-horizontino foi citada em uma mensagem que se espalhou pela internet e culminou em uma campanha que j� re�ne milhares de pessoas pelo Facebook.
Joyce Alvarenga � formada em administra��o. Moradora do Bairro Buritis, ela conta que tudo come�ou com uma mensagem que chegou em um grupo de amigas no WhatsApp por volta das 17h40 de ontem. As informa��es sobre os refugiados eram desencontradas, vindas de pessoas diferentes, mas elas demonstraram interesse em reunir doa��es e entreg�-las na Par�quia Sagrado Cora��o de Jesus, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, respons�vel pela acolhida deles na capital.
“Os n�meros divergiam. Comecei a ler as mat�rias e imediatamente criei um evento no Facebook para meus amigos, para levar doa��es � par�quia no s�bado. Quando vi, j� tinham quase 9 mil pessoas (envolvidas)”, explica Joyce. A mensagem se espalhou r�pido pelos celulares e na rede social. At� o in�cio da tarde desta quinta-feira, o evento Refugiados S�rios chegam a BH e precisam de ajuda! j� contava com 41 mil convidados e 2 mil confirma��es de presen�a para a entrega de doa��es na igreja de BH a partir de s�bado.
Joyce reuniu outras pessoas interessadas e criou postos de coleta espalhados pela cidade. Segundo ela, al�m de doa��es de roupas e alimentos, algumas pessoas se ofereceram como volunt�rias para dar aulas de portugu�s, ingl�s, m�sica, prestar servi�o de advocacia. “Sugeri que empres�rios dessem um primeiro emprego para eles aqui. Embora tenham forma��o superior, reportagens que eu li falam que eles est�o pegando todo tipo de cargo. Sugeri escolas da regi�o para ficar com as crian�as. N�o s� doa��es, mas inseri-los na nossa sociedade”, comenta.
Por conta do crescimento do evento, Joyce chamou outras pessoas para administrar a p�gina. Nesta tarde, uma colega vai at� a igreja procurar o padre George Rateb para saber quais s�o as reais necessidades dos imigrantes. “Vejo a imagem das crian�as e fico abalada. De alguma maneira eu queria ajudar. A minha ideia agora � recolher o m�ximo de doa��es e manter isso vivo. Se a gente continuar assim pode mandar isso para outros estados”, diz.
ARQUIDIOCESE Considerando a repercuss�o da mensagem pelo WhatsApp, a Arquidiocese de Belo Horizonte aproveitou para esclarecer alguns pontos citados no texto. Por meio da assessoria de imprensa, a Igreja informou que os s�rios aos quais a mensagem se refere n�o s�o um novo grupo que chegou � capital. Atualmente s�o 79 pessoas, sendo que a primeira chegou � cidade em 2014. Duas s�o gestantes e uma terceira deu � luz ontem. Abboud e a m�e passam bem.
Conforme a Arquidiocese, s�o importantes as doa��es de produtos de higiene pessoal, materiais de limpeza e alimentos n�o perec�veis. Os interessados tamb�m podem doar roupas. As que n�o servirem ser�o repassadas ao Vicariato de A��o Social que atende comunidades carentes de Belo Horizonte e moradores de rua. As doa��es podem ser encaminhadas � Par�quia Sagrado Cora��o de Jesus, que fica na Rua Caranda�, n�mero 1.010, na �rea hospitalar de Belo Horizonte. A igreja tamb�m mant�m a campanha “Juntos pela S�ria”, com doa��es por meio de uma conta banc�ria (Banco do Brasil, ag�ncia 3494-0/ conta 30.351-8, em nome da Mitra Arquidiocesana de Belo Horizonte).