Exuber�ncia dos flamboyants d� o tom da primavera nas ruas de BH

O vermelho vivo domina pra�as, parques e canteiros centrais das avenidas de Belo Horizonte e d� novo tom � primavera escaldante e recordista em calor. S�o os flamboyants, de porte elegante e copa frondosa, que reluzem sob o sol e tamb�m se apresentam com flores alaranjadas e amareladas, num espet�culo da natureza que s� recebe aplausos dos moradores e visitantes. “Estou impressionada com a beleza dessas �rvores. N�o vejo em S�o Paulo, mas sei que em Mato Grosso, onde tenho parentes, h� muitas delas”, contou, na tarde de ontem, a pesquisadora Eunice Alves Paulino, residente na capital paulista, enquanto admirava, sentada num banco, a florada flamejante na Pra�a Floriano Peixoto, no Bairro Santa Efig�nia, na Regi�o Leste.

“Dizem que 'chamo chuva'. Ent�o, estou aqui esperando a �gua chegar”, comentou Eunice, que, por enquanto, s� p�de mesmo desfrutar de uma ventania com muitas p�talas de flores espalhadas pelo ar. Para n�o perder a cena, a pesquisadora, passando uns dias a trabalho em BH, tirou o celular da bolsa e fez uma selfie com a bela copa vermelha ao fundo. “Est� muito bonito, vale registrar. Gosto demais dessa paisagem”, afirmou.

bot�nico e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Jo�o Renato Stehmann explica que os flamboyants se destacam na paisagem urbana especialmente pela cor, altura e copa ampla. “A flora��o ocorre sempre na primavera, e o plantio � adequado a grandes espa�os, como pra�as e parques, porque as ra�zes costumam levantar os passeios das casas. Em algumas avenidas da capital, como a Oleg�rio Maciel, h� flamboyants nos canteiros centrais”, afirmou. De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que conduz o invent�rio sobre a arboriza��o urbana, h� 3,5 mil flamboyants em espa�os p�blicos de BH, distribu�dos assim: Regi�o Centro-Sul (785), Leste (432), Oeste (881), Noroeste (848) e Pampulha (608, at� agora).

T�NEL DE CORES Depois dos ip�s de v�rias cores que enfeitaram a cidade no inverno, chega a vez dos flamboyants, que, para muita gente, significam “sombra... e �gua fresca da chuva vindo a�”. Subindo calmamente a Rua Odilon Braga, no Bairro Anchieta, na Regi�o Centro-Sul, as irm�s Cl�udia Pascoal, professora e moradora do bairro, e Regina Pascoal, professora aposentada e residente em Santa Tereza, na Regi�o Leste, observavam as cinco �rvores existentes na esquina da rua com a Avenida Francisco Deslandes.

“Moro aqui desde 1971 e os flamboyants j� estavam plantados. Eles d�o um clima maravilhoso ao bairro. Al�m de refrescar o ambiente, formam um t�nel colorido, bom para a gente passar”, mostrou Cl�udia. “Isso mesmo, fica bem fresquinho, arejado, ainda mais nesse calor�o todo”, acrescentou a irm�, lembrando a diferen�a do in�cio da d�cada de 1970, quando a fam�lia se mudou para o Anchieta, com a atualidade. “Pena que cortaram muitas �rvores. Acho at� que a temperatura est� subindo tanto devido ao desmatamento. Devemos preservar o ambiente”, afirmou.

J� na Avenida Nossa Senhora do Carmo, no Bairro S�o Pedro, a rela��es-p�blicas B�rbara Bartoli, de 26 anos, curtia a paisagem e saudava a primavera com seu vestido florido. “As cores da natureza s�o sempre bem-vindas. Mas estamos precisando de muita �gua da chuva, n�o � n�o?”, observou B�rbara, de olho em dois flamboyants separados por um pinheiro. “S�o lindos! As �rvores realmente fazem a diferen�a na paisagem urbana”, resumiu B�rbara. 

Invent�rio das �rvores

O Sistema de Invent�rio das �rvores de Belo Horizonte come�ou em outubro de 2011 para cadastrar 300 mil exemplares – at� agora, foram computadas 272,8 mil, devendo o restante ser conclu�do at� fevereiro de 2016. Segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, foram cadastrados exemplares das regi�es Leste (31,7 mil), Noroeste (59,1 mil), Oeste (54,2 mil), Centro-Sul (90,6 mil) e Pampulha (37 mil em andamento). A estimativa inicial era de que houvesse 300 mil nos espa�os p�blicos e nos afastamentos frontais dos lotes. Com o trabalho, dizem os t�cnicos, h� certeza de que tal quantidade ser� atingida na Pampulha e novas estimativas indicam a necessidade de se cadastrarem mais 180 mil �rvores, para abranger todo o munic�pio. Para tanto, ainda n�o h� proje��o de valores, uma vez que ser� necess�rio novo processo licitat�rio e considerar todas as circunst�ncias para o processo, inclusive a possibilidade de renova��o da participa��o da Cemig.