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Estado de Minas

Trama que resultou em morte de universit�ria espalha indigna��o no Sul de Minas

Esclarecimento do assassinato de universit�ria causou revolta e como��o em Extrema. Comerciante confessa participa��o e sustenta que crime foi consequ�ncia da descoberta do relacionamento que ele mantinha com o namorado da jovem


postado em 05/11/2015 06:00 / atualizado em 05/11/2015 09:23

(foto: Facebook/Reprodução da Internet)
(foto: Facebook/Reprodu��o da Internet)

José Roberto Freire (à esquerda na foto, com o modelo Luccas Gamero) confessou envolvimento na execução de Larissa (no alto) e teve loja destruída por moradores revoltados(foto: Facebook/Reprodução da Internet)
Jos� Roberto Freire (� esquerda na foto, com o modelo Luccas Gamero) confessou envolvimento na execu��o de Larissa (no alto) e teve loja destru�da por moradores revoltados (foto: Facebook/Reprodu��o da Internet)
Um crime b�rbaro e seu desfecho surpreendente alimentam o clima de como��o que desde a noite de ter�a-feira toma conta de Extrema, no Sul de Minas, na divisa com S�o Paulo. O esclarecimento do assassinato da universit�ria Larissa Gon�alves de Souza, de 21 anos, desaparecida desde 23 de outubro, espalhou indigna��o entre os mais de 33 mil habitantes do munic�pio, a 484 quil�metros de Belo Horizonte. Segundo a pol�cia, a morte foi consequ�ncia da descoberta do relacionamento entre o namorado dela, o modelo Luccas Rodrigo Gamero, de 22 anos, e o patr�o dele, o comerciante Jos� Roberto dos Santos Freire, de 35. A informa��o � do delegado Valdemar L�dio, que investiga o caso. Luccas nega envolvimento, mas teve a pris�o tempor�ria de 30 dias decretada ontem, depois de cair em contradi��o em tr�s depoimentos. De acordo com a Pol�cia Civil, h� dois meses Larissa havia lido uma mensagem trocada entre o rapaz e o comerciante, e desde ent�o vinha pressionando o namorado. A revolta na cidade � tamanha que a loja de que Jos� Roberto � s�cio foi depredada e incendiada. Os dois investigados foram levados para o pres�dio de Pouso Alegre.


Jos� Roberto, que tamb�m montou uma ag�ncia de modelos, foi preso na ter�a-feira, mesmo dia em que o corpo da estudante foi encontrado em adiantado estado de decomposi��o, em uma ribanceira em Extrema. Em depoimento, ele confessou ter contratado um casal para sequestrar Larissa – namorada de seu funcion�rio, com o qual ele afirma que mantinha um relacionamento. Ontem � tarde, enquanto Luccas depunha, moradores da cidade faziam um protesto em frente � delegacia, clamando por justi�a. No grupo estava a m�e da estudante, Nic�ia de Oliveira Souza, que resistia em acreditar no envolvimento do rapaz. “At� que se prove o contr�rio, n�o creio na participa��o dele”, disse ela.

O delegado Valdemar L�dio afirmou ter pedido a pris�o tempor�ria de Luccas – acusado por Jos� Roberto de ser o mentor do crime – para facilitar o esclarecimento de quest�es ainda nebulosas. Desde a confiss�o do comerciante, por�m, as suspeitas na cidade recaem sobre o envolvimento do rapaz. Ele ainda foi ao vel�rio de Larissa, na madrugada de ontem, mas, apesar de bem acolhido pela fam�lia, foi hostilizado por presentes, o que exigiu a presen�a da pol�cia.

Larissa cursava biomedicina em uma faculdade em Bragan�a Paulista (SP), a 30 quil�metros de Extrema. De segunda a sexta-feira, costumava deixar o Fiat Siena de seu pai estacionado � tarde na rodovi�ria da cidade, de onde seguia de �nibus para a faculdade. Um dia depois de seu sumi�o, o comerciante Jos� Roberto chegou a postar na internet uma mensagem de apoio � fam�lia, na p�gina da loja de que � s�cio. No texto, dizia que torcia para que “tudo n�o passasse de uma brincadeira”.

Ontem � noite, a equipe da delegacia realizava dilig�ncias para identificar outros envolvidos no crime. De acordo com a confiss�o de Jos� Roberto, a estudante foi levada para a casa dele, onde o casal a matou, antes de ajud�-lo a se livrar do corpo . O ve�culo do pai de Larissa foi abandonado no Bairro Jardim Monte Alegre, em Extrema. Os executores foram levados de carro por Jos� Roberto de volta a S�o Paulo.

A V�TIMA

» Larissa Gon�alves de Souza

Estudante de biomedicina, 21 anos, a mais velha de duas filhas de um microempres�rio e uma dona de casa, moradores da �rea rural. Participava do grupo de ora��es da Igreja Cat�lica, sendo considerada estudiosa, t�mida e bastante caseira

OS INVESTIGADOS

» Jos� Roberto dos Santos Freire

Comerciante, 35 anos. Informou manter relacionamento com o modelo Luccas Gamero, namorado de Larissa. Confessou ter contratado um casal para sequestrar e matar a universit�ria, que havia descoberto o envolvimento entre os dois

» Luccas Gamero

Modelo, 22 anos, namorado de Larissa. Preso temporariamente por ter ca�do em contradi��o em seus depoimentos. Foi apontado pelo r�u confesso Jos� Roberto Freire como mentor do crime

» Os sequestradores

Casal contratado em S�o Paulo por Jos� Roberto Freire. Procurados pela pol�cia, os dois s�o acusados de abordar, sequestrar e matar Larissa. O homem foi identificado pelo prenome Henrique

» O intermedi�rio

Garoto de programa identificado apenas como Sandro. Morador de S�o Paulo, intermediou a contrata��o dos sequestradores. A pol�cia investiga se recebeu por sua participa��o

O pre�o da execu��o

R$ 1 mil
foi quanto o comerciante Jos� Roberto Freire confessou ter pago ao casal para sequestrar e assassinar Larissa


Comerciante � suspeito de envolvimento na morte de ex


Uma den�ncia an�nima levou os policiais civis de Extrema a suspeitar do envolvimento do comerciante Jos� Roberto dos Santos Freire no sumi�o da universit�ria Larissa Gon�alves, de 21 anos, cujo corpo foi encontrado na ter�a-feira. “Quando iniciamos as investiga��es, descartamos a possibilidade de sequestro e passamos a duas linhas de apura��o, uma delas ligada ao patr�o do namorado da jovem. No domingo, uma testemunha nos deu detalhes sobre o relacionamento deles e ent�o concentramos nossas apura��es na vida pregressa do comerciante”, explicou o delegado Valdemar L�dio.


Para o policial, Jos� Roberto planejou o assassinato e acompanhou a execu��o de perto, com total frieza. O delegado destaca ainda que, antes de morar em Extrema, o comerciante vivia em Avar� (SP), onde � suspeito de envolvimento na morte de um ex-companheiro, com 12 tiros. Al�m de ser investigado por fraudes.

Em sua confiss�o, Jos� Roberto contou que manteve contato com um garoto de programa, identificado apenas como “Sandro”, de S�o Paulo, para chegar at� outro homem, chamado “Henrique”, que aceitou matar Larissa e trouxe uma mulher para participar. Em seu depoimento, o comerciante diz que permaneceu do lado de fora de sua casa no momento em que a jovem era morta. Larissa foi agredida, antes de ser estrangulada.

Segundo apura��o da pol�cia, a mensagem entre o modelo e seu patr�o foi descoberta por Larissa h� dois meses, mas a situa��o j� estava contornada. Jos� Roberto, que n�o a conhecia, decidiu mat�-la, pois ela vinha cobrando mais presen�a do namorado. Desde o dia 14, al�m de ser o principal modelo da ag�ncia de Jos� Roberto, Luccas Gamero trabalhava na loja dele, com quem costumava viajar.

PERPLEXIDADE A trama que emergiu do crime deflagrou um clima perplexidade, indigna��o e como��o em Extrema. Na noite de ontem, centenas de pessoas lotaram o Santu�rio Santa Rita de C�ssia para uma missa em homenagem � v�tima, que era muito religiosa e fazia parte do grupo de jovens. “Desde o desaparecimento dela, os fi�is vinham fazendo vig�lia, com grupo de ora��es todos os dias”, conta um morador da cidade, que pediu para n�o ser identificado. “Presenciei as pessoas saqueando e colocando fogo na loja do acusado. A popula��o est� muito revoltada”, acrescentou, destacando o clima normalmente pacato da cidade.

A loja fica em pr�dio alugado por uma idosa, que mora ao lado, sozinha. Ontem a prefeitura da cidade isolou a �rea com tapumes para impedir novos ataques. Um vigilante patrimonial � mantido 24 horas no local.

ENTREVISTA

Delegado Valdemar L�dio, de Extrema, que investiga o crime

“Isso entristeceu bastante as pessoas: uma universit�ria, jovem, tendo sua vida interrompida precocemente em troca de R$ 1 mil”

O Jos� Roberto demonstrou arrependimento?
Ele se demonstrou nervoso inicialmente, mas depois estava tranquilo e at� colaborou com as apura��es. De um modo geral, � uma pessoa fria, que se disse arrependido, mas alega que fez isso “por amar o Luccas”.

Em que foi diferente essa investiga��o?
Essa � uma cidade pequena, que n�o tem fatos de tamanha relev�ncia. E isso entristeceu bastante as pessoas: uma universit�ria, jovem, tendo sua vida interrompida precocemente em troca de R$ 1 mil. N�o tem como a equipe policial n�o se envolver em apura��es como esta. Todos trabalharam de segunda a segunda no caso.

Como policial, o senhor est� convicto da participa��o de Luccas?
At� agora, o que temos � a informa��o do Jos� Roberto. Em depoimento, ele disse que o Luccas se sentia pressionado pela Larissa e temia que, com o t�rmino do namoro, ela revelasse o relacionamento entre os dois. Mas n�o h�, por enquanto, outros elementos que comprovem o envolvimento do rapaz.


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