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Estado de Minas PATRIM�NIO CULTURAL NA LAMA

Rompimento das barragens da Samarco destruiu tamb�m pe�as sacras do barroco mineiro


postado em 09/11/2015 00:12 / atualizado em 10/11/2015 12:25

(foto: Leandro Gonçalves Rezende/Arquivo Pessoal )
(foto: Leandro Gon�alves Rezende/Arquivo Pessoal )
Tesouros barrocos perdidos. O rompimento das barragens da mineradora Samarco, em Bento Rodrigues, n�o destruiu apenas um bem de Mariana, mas da cultura do estado. No interior da Capela de S�o Bento, do fim do s�culo 18/in�cio do 19, agora soterrada, estavam altares e imagens “importantes e de qualidade”, diz o mestrando em hist�ria Leandro Gon�alves de Rezende, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Eram pe�as em estilo joanino, da segunda fase do barroco. Trabalhos de autoria n�o identificada, mas singelos e benfeitos”, afirmou.


Em viagem pelo interior mineiro em 2011, na companhia de professores do grupo de Pesquisa Pintores Coloniais, Leandro esteve em Bento Rodrigues, onde fotografou o interior da capela desaparecida. “Est�vamos voltando de Santa Rita Dur�o. Era 26 de julho, por volta das 10h. Quando chegamos, o templo estava fechado e havia umas quatro senhoras do vilarejo fazendo a limpeza. Me impressionou muito foi o cheiro de jasmim que exalava da capela”, recorda o mestrando e pesquisador da hist�ria social da cultura.

Com o desastre ambiental, j� considerado um dos maiores, em extens�o, do pa�s, o perfume de flores foi substitu�do pelo cheiro podre da lama, a constru��o de pau-a-pique sumiu do mapa e as imagens de madeira est�o, ao que tudo indica, sepultadas para sempre. Outra boa impress�o causada � equipe foi o zelo dos moradores para com o templo. “Elas enceravam o ch�o com cuidado. Da mesma forma, toda a madeira dos altares estava muito bem encerada”, afirmou.

(foto: Leandro Gonçalves Rezende/Arquivo Pessoal )
(foto: Leandro Gon�alves Rezende/Arquivo Pessoal )
Nos altares, Leandro viu as imagens do padroeiro S�o Bento, de S�o Sebasti�o, de Nosso Senhor dos Passos – “de roca, que ficava no andor para as prociss�es” –, um sino e mais duas de gesso (Nossa Senhora de F�tima e Nossa Senhora Aparecida). “O altar-mor n�o tinha policromia, mas era bem harmonioso, de madeira escura. Tudo simples, bem proporcional e bonito”, afirmou. “Bento Rodrigues nos chamou a aten��o tamb�m pela uni�o das pessoas. Pudemos ver a f� daquele povo, em sua simplicidade. � uma grande l�stima o que aconteceu. Perdemos parte de um singelo patrim�nio hist�rico, art�stico e religioso, mas perdemos mais, pois essa capela era um lugar de f� para aquela comunidade”, afirma Leandro.

CELEBRA��O Dentro de 15 dias, o padre Armando Godinho, titular da Par�quia de Nossa Senhora da Concei��o, de Catas Altas, a 30 quil�metros de Bento Rodrigues, pretende realizar uma celebra��o religiosa na Igreja de Nossa Senhora das Merc�s, que ficou de p� por estar localizada em ponto mais alto. “As missas eram celebradas duas vezes por m�s na Capela de S�o Bento. Temos que manter a unidade e a cultura do povo”, afirmou o p�roco. Hoje, em Mariana, haver� uma reuni�o com o bispo arquidiocesano dom Raimundo Lyrio Rocha para decidir o hor�rio da missa de s�timo dia, na quarta-feira, em inten��o dos mortos j� identificados.


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