(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Dilma fala em multa � Samarco e promessa de �gua para Governador Valadares

Sem descer em Mariana, Dilma sobrevoa �rea mais devastada e anuncia puni��o de R$ 250 mi � Samarco. Ex�rcito deve ajudar no abastecimento de Valadares


postado em 13/11/2015 06:00 / atualizado em 13/11/2015 08:04

A presidente Dilma Rousseff e o governador Fernando Pimentel sobrevoaram áreas devastadas pela lama que desceu das duas barragens(foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
A presidente Dilma Rousseff e o governador Fernando Pimentel sobrevoaram �reas devastadas pela lama que desceu das duas barragens (foto: Roberto Stuckert Filho/PR)

Sem previs�o para o retorno da capta��o, tratamento e distribui��o da �gua do Rio Doce aos cerca de 280 mil moradores de Governador Valadares, cidade mais importante da regi�o cortada pelo manancial federal, o epicentro da crise causada pelo rompimento de duas barragens da Samarco em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, momentaneamente mudou de lugar. O �pice dos problemas se deslocou da Regi�o Central de Minas para Valadares, no Vale do Rio Doce, onde a falta de �gua provoca desespero na popula��o. Uma semana depois da trag�dia, a presidente Dilma Rousseff veio a Minas Gerais, onde ficou pouco mais de cinco horas. Desembarcou �s 10h10 no aeroporto da Pampulha, em BH, e seguiu para Mariana, mas n�o desceu em Bento Rodrigues, distrito devastado pelo rompimento das barragens, apenas sobrevoou de helic�ptero. Depois seguiu para Governador Valadares, onde chegou �s 13h e de onde partiu para Colatina �s 15h30. A presidente anunciou uma multa de R$ 250 milh�es � Samarco pelos danos causados ao meio ambiente. Por volta das 15h, moradores de Valadares bloquearam a Estrada de Ferro Vit�ria a Minas (EFVM), em protesto contra a Vale, uma das controladoras da Samarco.


Dilma prometeu empregar o Ex�rcito na solu��o do problema de Valadares. As possibilidades s�o a constru��o de uma tubula��o que vai levar �gua do Rio Sua�u� Pequeno at� a principal esta��o de tratamento de �gua (ETA) da cidade e tamb�m o uso de caminh�es-pipa cedidos pela empresa e pelo Ex�rcito. Relat�rio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov�veis (Ibama) aponta que 50 milh�es de metros c�bicos de res�duos da minera��o foram despejados no ecossistema.

Em Valadares, Dilma cobrou a��es da Vale e da BHP Bilinton, operadoras da dona das barragens. “As empresas t�m que ser responsabilizadas por v�rias coisas. Primeiro, pelo atendimento emergencial da popula��o. Segundo, pela busca de solu��es mais est�veis, mais perenes, e, terceiro, pela reconstru��o e pela capacidade de resolver os problemas da vida de cada um dos afetados por esse desastre”, disse. Como solu��o para a crise enfrentada por Valadares, que est� sem �gua desde ter�a-feira, Dilma disse que ser� constru�da uma tubula��o com adutoras de engate r�pido, para retirar �gua do Rio Sua�u� Pequeno, um dos afluentes do Doce, e levar at� a principal esta��o de tratamento de Valadares. Para isso, a presidente designou o secret�rio Nacional de Prote��o e Defesa Civil, Adriano Pereira, respons�vel por articular junto � comiss�o montada pela prefeita Elisa Costa (PT).

RECUPERA��O O secret�rio de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel, S�vio Souza Cruz, informou que esse trabalho pode durar cerca de 20 dias. “A experi�ncia mostra que em m�dia a capacidade de constru��o � de 700 metros por dia. S�o 15 quil�metros do ponto de capta��o at� a esta��o de tratamento”, afirma S�vio. Sem ter certeza do que pode acontecer, a popula��o sofre com a escassez h�drica. Quem tem dinheiro encontra dificuldades para comprar �gua. Quem n�o tem, sofre com a falta dela. Dono de uma f�brica de salgados, o empres�rio Felipe Almeida, 27 anos, tem passado os dias em busca de �gua para a produ��o n�o parar completamente.

“A situa��o est� muito dif�cil. Alguns clientes, como escolas, j� n�o est�o funcionando, o que j� fez cair o faturamento. Funcion�rios reclamam que v�o trabalhar sem tomar banho e sem roupa lavada. Tudo aqui � muito incerto, n�o sabemos o que pode acontecer nos pr�ximos minutos sem �gua”, diz. O empres�rio tamb�m relatou serem comuns os furtos a estabelecimentos que comercializam �gua. “A popula��o est� em p�nico”, completa. Os moradores de bairros mais afastados t�m recorrido a c�rregos e riachos, mas s�o os po�os artesianos que se tornaram a salva��o moment�nea dos cerca de 280 mil habitantes da maior cidade do Leste mineiro. “Temos um po�o na minha ch�cara e vai ser de l� que vou distribuir a �gua para meus parentes que est�o sem. � a �nica fonte de �gua que a gente vai ter enquanto n�o resolver, porque nem prazo a gente tem”, lamenta Diego Gon�alves, de 19 anos.

Na ter�a-feira, a prefeita Elisa Costa (PT) assinou um decreto que permite que a �gua de po�os artesianos particulares sejam compartilhados. “Posto de gasolina, resid�ncias, empresas t�m esses po�os de capta��o. N�s assinamos um decreto que permite que essa �gua seja oferecida � popula��o e estamos pedindo para que se fa�a doa��o”, explicou. O empres�rio Alcides Caumo, dono de um hotel e churrascaria no centro da cidade, reativou um po�o artesiano. “Nosso po�o estava desativado h� 15 anos. Vamos fazer a an�lise j� que o que temos na caixa n�o vai durar muito tempo”, afirma.

Fila para pegar água potável em Valadares, um drama diário que assola a população desde terça-feira(foto: Antonio Cota/Diário do Rio Doce)
Fila para pegar �gua pot�vel em Valadares, um drama di�rio que assola a popula��o desde ter�a-feira (foto: Antonio Cota/Di�rio do Rio Doce)

PROTESTO
Por volta das 15h, moradores fizeram uma manifesta��o contra a falta de �gua e colocaram fogo em pneus na Estrada de Ferro Vit�ria a Minas (EFVM). Segundo a prefeitura, as composi��es de passageiros j� tinham passado, tanto a locomotiva em dire��o a Belo Horizonte quanto o trem sentido Vit�ria. O protesto terminou no fim da tarde e a Pol�cia Militar registrou uma ocorr�ncia pelo dano na estrutura da linha, j� que alguns dormentes foram queimados. A Vale informou em nota que disponibilizou quatro vag�es-tanque para transporte de 240 mil litros de �gua de Ipatinga para Valadares. A empresa tamb�m comunicou que outros 14 vag�es de carga est�o � disposi��o para transportar gal�es de �gua de doa��es e que nos pr�ximos dias vai distribuir 25 mil litros de �gua mineral em gal�es de cinco e 20 litros. A assessoria de imprensa da Samarco informou que enviou 2,5 milh�es de litros de �gua � Valadares, al�m de 13 mil litros de �gua pot�vel. A partir de hoje, a empresa diz que a ajuda ser� de 2,4 milh�es de litros por dia.

CR�TICA O presidente nacional do PSDB, senador A�cio Neves, criticou a postura de Dilma em rela��o � cat�strofe em Minas. Em sua p�gina no Facebook, ele afirmou: “Triste ver a pouca solidariedade que a presidente demonstrou em rela��o �s v�timas da trag�dia que ocorreu em Mariana. Ao decidir ir a Minas somente uma semana depois do desastre e depois das muitas cr�ticas � sua postura de indiferen�a, a presidente deixa uma marca pessoal que n�o ser� esquecida pelos mineiros”. E completou: “� lament�vel que a presidente n�o tenha nem sequer descido na cidade (Mariana) para ouvir os moradores e conhecer de perto a situa��o, tendo se limitado apenas a sobrevoar a �rea atingida. � realmente uma forma diferente de demonstrar solidariedade”.

 

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)